16
Apr14
As eleições e as energias renováveis
Entrevistei por telefone o físico Heitor Scalambrini Costa, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPE. Ele é especialista em energias renováveis e ativista por uma nova política energética no Brasil. Nesse trechinho da nossa longa conversa, ele compartilha suas impressões sobre a corrida presidencial:
“Do ponto de vista das energias alternativas, o cenário eleitoral é triste. A Marina fez uma aliança pragmática com um candidato que defende a energia nuclear. Nesses sete anos de governo Eduardo Campos em Pernambuco, vimos um modelo predador. Nunca se desmatou tanto. Aécio é um candidato amorfo. O governo Dilma não tem princípios nessa área, ela é movida essencialmente pelos interesses de poder. Um exemplo: ela recebeu pressão e abriu a possibilidade para leilões de usinas de carvão mineral, uma das fontes mais poluidoras que existem. O Plano Decenal de Energia 2013-2022 prevê somente 1.400 megawatts de geração fotovoltaica – isso é irrisório e inibe o mercado. O Brasil hoje corre o risco de perder a corrida do ouro pela energia solar, por falta de uma política industrial para o setor. As mudanças vão depender de pressão social”.
14
Feb14
Arenas de criação coletiva
Uma iniciativa inovadora de planejamento urbano participativo vem sendo desenvolvida desde outubro de 2012 em 15 cidades europeias. O movimento Cidades Inteligentes e Humanas foca no protagonismo cidadão em “arenas” – espaços onde as pessoas podem compartilhar ideias e co-criar soluções comunitárias. Com projetos de baixo custo e parcerias criativas na captação de recursos, as prefeituras têm economizado até 60% na prestação de serviços. Para os gestores municipais, esse modelo traz o desafio de transformar a estrutura pública tradicional, colocando-a como parceira dos munícipes na definição do futuro das cidades.
A metodologia foi criada pelo projeto Periphèria, consórcio liderado pela empresa portuguesa Alfamicro com 12 instituições de cinco países-membros da União Europeia. Em maio [de 2013], o Periphèria publicou um “livro de receitas” (Human Smart Cities – The Cookbook), que traz orientações para fazer uma cidade inteligente e humana. A proposta é começar com soluções simples para necessidades concretas e depois replicá-las, considerando as realidades específicas de cada lugar. Entre os ingredientes em comum das iniciativas bem sucedidas estão as alianças sociais, o uso da internet como plataforma e o trabalho colaborativo em um contexto de orçamentos públicos apertados.
14
Feb14
A vez das cidades inteligentes e humanas
O engenheiro português Álvaro de Oliveira, professor da Universidade de Aalto, em Helsinque (Finlândia), conta nesta entrevista como a metodologia de criação de Cidades Inteligentes e Humanas pode ser um instrumento valioso para promoção do desenvolvimento sustentável, ao incluir as comunidades no processo de co-design e co-criação de soluções. O experimento está ocorrendo em várias cidades europeias. Conversamos em junho de 2013 e o texto era destinado a um suplemento especial do Valor Econômico, mas não foi publicado por falta de espaço. De qualquer forma, o assunto continua na ordem do dia.
Como surgiu a Rede de Cidades Inteligentes?
Álvaro de Oliveira – A Europa tem feito um grande investimento na pesquisa das tecnologias que são a base da infraestrutura inteligente das cidades do futuro. Essa Rede engloba atualmente cerca de 70 cidades. Minha empresa, Alfamicro, e a Universidade de Helsinque estão ou estiveram envolvidas em 27 destas cidades, em 17 países. Trata-se de infraestruturas abertas de comunicação e sensorização que podem crescer organicamente num ambiente inovador. Desenvolvi um modelo de Urban Living Lab (Laboratório Vivo Urbano) com base na experiência adquirida na Rede Europeia de Living Labs (EnoLL na sigla em inglês), na qual tenho estado fortemente envolvido desde sua fundação em 2006. Ao todo são 320 Living Labs com 25 mil organizações participantes. Eles permitem que a cidade se afirme como um ecossistema de inovação onde se identificam as necessidades, desejos e interesses dos cidadãos, empresas, centros de pesquisa e autoridades públicas. Em 2010 lancei a Rede de Cidades Inteligentes Conectadas, cujo núcleo inicial incluía Amsterdã, Manchester, Lisboa, Barcelona e Helsinque. A rede estabelece um mecanismo de colaboração e troca experiências sobre mobilidade sustentável, mudanças climáticas, segurança energética, envelhecimento da população, vida saudável… (…)
07
Oct11
A coisa mais importante do mundo
Reproduzo na íntegra o discurso de Naomi Klein aos ocupantes de Wall Street, traduzido por Idelber Avelar e publicado na Revista Fórum.
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A intelectual e ativista canadense fez um discurso histórico à Assembleia Geral do movimento Ocupar Wall Street.
Por Naomi Klein [07.10.2011 01h10]
Tradução e nota introdutória de Idelber Avelar
Naomi Klein é hoje uma das principais intelectuais e militantes anticapitalistas do planeta. Jovem (nasceu em 1970), apaixonada, corajosa, de brilhante trânsito por uma série de disciplinas e potente domínio da retórica, ela já se destacara como figura central nos protestos de 1999 contra a financeirização do mundo. Em 2000, lançou No Logo, uma crítica das multinacionais e do seu uso do trabalho escravo. Mas foi seu terceiro livro, A Doutrina do Choque: A Ascensão do Capitalismo do Desastre, que a elevou à condição de uma das principais intelectuais de esquerda do mundo. Com capítulos sobre os EUA, a Inglaterra de Thatcher, o Chile de Pinochet, o Iraque pós-invasão, a África do Sul, a Polônia, a Rússia e os tigres asiáticos, Klein demonstra como o capitalismo contemporâneo funciona à base da produção de desgraças, apropriando-se delas para o contínuo saqueio e privatização da riqueza pública. De família judia, Klein participou, em 2009, durante o massacre israelense a Gaza, da campanha “Desinvestimento, Sanções e Boicote” (BDS) contra Israel. Num discurso em Ramalá, pediu perdão aos palestinos por não ter se juntado antes à campanha BDS.
Nesta quinta-feira, 06 de outubro, Naomi Klein compareceu, convidada, à Assembleia Geral de Nova York. A amplificação foi banida pela polícia. Não havia microfones. Num inesquecível gesto, a multidão mais próxima a Klein repetia suas frases, para que os mais distantes pudessem ouvir e, por sua vez, repeti-las também. Era o “microfone humano”. O memorável discurso de Klein foi assistido por dezenas de milhares de pessoas via internet. A Fórum publica o texto em português em primeira mão. É um comovente documento da luta de nosso tempo.
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Eu amo vocês.
E eu não digo isso só para que centenas de pessoas gritem de volta “eu também te amo”, apesar de que isso é, obviamente, um bônus do microfone humano. Diga aos outros o que você gostaria que eles dissessem a você, só que bem mais alto.
Ontem, um dos oradores na manifestação dos trabalhadores disse: “Nós nos encontramos uns aos outros”. Esse sentimento captura a beleza do que está sendo criado aqui. Um espaço aberto (e uma ideia tão grande que não pode ser contida por espaço nenhum) para que todas as pessoas que querem um mundo melhor se encontrem umas às outras. Sentimos muita gratidão.
Se há uma coisa que sei, é que o 1% adora uma crise. Quando as pessoas estão desesperadas e em pânico, e ninguém parece saber o que fazer: eis aí o momento ideal para nos empurrar goela abaixo a lista de políticas pró-corporações: privatizar a educação e a seguridade social, cortar os serviços públicos, livrar-se dos últimos controles sobre o poder corporativo. Com a crise econômica, isso está acontecendo no mundo todo.
Só existe uma coisa que pode bloquear essa tática e, felizmente, é algo bastante grande: os 99%. Esses 99% estão tomando as ruas, de Madison a Madri, para dizer: “Não. Nós não vamos pagar pela sua crise”.
Esse slogan começou na Itália em 2008. Ricocheteou para Grécia, França, Irlanda e finalmente chegou a esta milha quadrada onde a crise começou.
“Por que eles estão protestando?”, perguntam-se os confusos comentaristas da TV. Enquanto isso, o mundo pergunta: “por que vocês demoraram tanto? A gente estava querendo saber quando vocês iam aparecer.” E, acima de tudo, o mundo diz: “bem-vindos”.
Muitos já estabeleceram paralelos entre o Ocupar Wall Street e os assim chamados protestos anti-globalização que conquistaram a atenção do mundo em Seattle, em 1999. Foi a última vez que um movimento descentralizado, global e juvenil fez mira direta no poder das corporações. Tenho orgulho de ter sido parte do que chamamos “o movimento dos movimentos”.
Mas também há diferenças importantes. Por exemplo, nós escolhemos as cúpulas como alvos: a Organização Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional, o G-8. As cúpulas são transitórias por natureza, só duram uma semana. Isso fazia com que nós fôssemos transitórios também. Aparecíamos, éramos manchete no mundo todo, depois desaparecíamos. E na histeria hiper-patriótica e nacionalista que se seguiu aos ataques de 11 de setembro, foi fácil nos varrer completamente, pelo menos na América do Norte.
O Ocupar Wall Street, por outro lado, escolheu um alvo fixo. E vocês não estabeleceram nenhuma data final para sua presença aqui. Isso é sábio. Só quando permanecemos podemos assentar raízes. Isso é fundamental. É um fato da era da informação que muitos movimentos surgem como lindas flores e morrem rapidamente. E isso ocorre porque eles não têm raízes. Não têm planos de longo prazo para se sustentar. Quando vem a tempestade, eles são alagados.
Ser horizontal e democrático é maravilhoso. Mas esses princípios são compatíveis com o trabalho duro de construir e instituições que sejam sólidas o suficiente para aguentar as tempestades que virão. Tenho muita fé que isso acontecerá.
Há outra coisa que este movimento está fazendo certo. Vocês se comprometeram com a não-violência. Vocês se recusaram a entregar à mídia as imagens de vitrines quebradas e brigas de rua que ela, mídia, tão desesperadamente deseja. E essa tremenda disciplina significou, uma e outra vez, que a história foi a brutalidade desgraçada e gratuita da polícia, da qual vimos mais exemplos na noite passada. Enquanto isso, o apoio a este movimento só cresce. Mais sabedoria.
Mas a grande diferença que uma década faz é que, em 1999, encarávamos o capitalismo no cume de um boom econômico alucinado. O desemprego era baixo, as ações subiam. A mídia estava bêbada com o dinheiro fácil. Naquela época, tudo era empreendimento, não fechamento.
Nós apontávamos que a desregulamentação por trás da loucura cobraria um preço. Que ela danificava os padrões laborais. Que ela danificava os padrões ambientais. Que as corporações eram mais fortes que os governos e que isso danificava nossas democracias. Mas, para ser honesta com vocês, enquanto os bons tempos estavam rolando, a luta contra um sistema econômico baseado na ganância era algo difícil de se vender, pelo menos nos países ricos.
Dez anos depois, parece que já não há países ricos. Só há um bando de gente rica. Gente que ficou rica saqueando a riqueza pública e esgotando os recursos naturais ao redor do mundo.
A questão é que hoje todos são capazes de ver que o sistema é profundamente injusto e está cada vez mais fora de controle. A cobiça sem limites detona a economia global. E está detonando o mundo natural também. Estamos sobrepescando nos nossos oceanos, poluindo nossas águas com fraturas hidráulicas e perfuração profunda, adotando as formas mais sujas de energia do planeta, como as areias betuminosas de Alberta. A atmosfera não dá conta de absorver a quantidade de carbono que lançamos nela, o que cria um aquecimento perigoso. A nova normalidade são os desastres em série: econômicos e ecológicos.
Estes são os fatos da realidade. Eles são tão nítidos, tão óbvios, que é muito mais fácil conectar-se com o público agora do que era em 1999, e daí construir o movimento rapidamente.
Sabemos, ou pelo menos pressentimos, que o mundo está de cabeça para baixo: nós nos comportamos como se o finito – os combustíveis fósseis e o espaço atmosférico que absorve suas emissões – não tivesse fim. E nos comportamos como se existissem limites inamovíveis e estritos para o que é, na realidade, abundante – os recursos financeiros para construir o tipo de sociedade de que precisamos.
A tarefa de nosso tempo é dar a volta nesse parafuso: apresentar o desafio à falsa tese da escassez. Insistir que temos como construir uma sociedade decente, inclusiva – e ao mesmo tempo respeitar os limites do que a Terra consegue aguentar.
A mudança climática significa que temos um prazo para fazer isso. Desta vez nosso movimento não pode se distrair, se dividir, se queimar ou ser levado pelos acontecimentos. Desta vez temos que dar certo. E não estou falando de regular os bancos e taxar os ricos, embora isso seja importante.
Estou falando de mudar os valores que governam nossa sociedade. Essa mudança é difícil de encaixar numa única reivindicação digerível para a mídia, e é difícil descobrir como realizá-la. Mas ela não é menos urgente por ser difícil.
É isso o que vejo acontecendo nesta praça. Na forma em que vocês se alimentam uns aos outros, se aquecem uns aos outros, compartilham informação livremente e fornecem assistência médica, aulas de meditação e treinamento na militância. O meu cartaz favorito aqui é o que diz “eu me importo com você”. Numa cultura que treina as pessoas para que evitem o olhar das outras, para dizer “deixe que morram”, esse cartaz é uma afirmação profundamente radical.
Algumas ideias finais. Nesta grande luta, eis aqui algumas coisas que não importam:
Nossas roupas.
Se apertamos as mãos ou fazemos sinais de paz.
Se podemos encaixar nossos sonhos de um mundo melhor numa manchete da mídia.
E eis aqui algumas coisas que, sim, importam:
Nossa coragem.
Nossa bússola moral.
Como tratamos uns aos outros.
Estamos encarando uma luta contra as forças econômicas e políticas mais poderosas do planeta. Isso é assustador. E na medida em que este movimento crescer, de força em força, ficará mais assustador. Estejam sempre conscientes de que haverá a tentação de adotar alvos menores – como, digamos, a pessoa sentada ao seu lado nesta reunião. Afinal de contas, essa será uma batalha mais fácil de ser vencida.
Não cedam a essa tentação. Não estou dizendo que vocês não devam apontar quando o outro fizer algo errado. Mas, desta vez, vamos nos tratar uns aos outros como pessoas que planejam trabalhar lado a lado durante muitos anos. Porque a tarefa que se apresenta para nós exige nada menos que isso.
Tratemos este momento lindo como a coisa mais importante do mundo. Porque ela é. De verdade, ela é. Mesmo.
21
Jun11
André Soares sobre merda
Mais uma ótima palestra do TEDxAmazônia 2010 (recebi do Luhk Zeller): André Soares fala sobre a dificuldade da nossa sociedade para lidar com o medo da merda e nos desafia a enfrentar esse medo. Diz o texto de apresentação do vídeo:
André Soares, quando novo, viajou por 50 países sem nenhum dinheiro no bolso. A peregrinação levou-a à Austrália, onde conheceu o conceito de “permacultura”, a cultura da permanência. Depois de morar numa favela de Brasília, comprou um terreno degradado em Pirenópolis, Goiás, e transformou-o num centro de pesquisas para encontrar um novo jeito de viver no mundo.
20
Jun11
Um rio em cima de nós
Nesta palestra realizada em novembro de 2010 durante o TEDxAmazônia, o cientista Antonio Donato Nobre mostra como descobertas recentes comprovam que a Amazônia é fundamental para o equilíbrio do planeta. E que é um universo maravilhoso sobre o qual a ciência ainda conhece muito pouco. Uma grande aula (via Luhk Zeller).
08
May11
A vida secreta das formigas
Uma parceria entre a bióloga Cristina Santos e o ilustrador Leandro Lopes resultou no belo livro A vida secreta das formigas, lançado neste sábado na Barca dos Livros, em Floripa. Classificá-lo de “livro infantil” é reduzir seu alcance, pois ele é leitura enriquecedora também para adultos. Cristina passou seis meses pesquisando estudos científicos sobre diversas espécies de formigas brasileiras, de diferentes biomas. À medida que escrevia, validava o texto com os pesquisadores e debatia com o parceiro a melhor maneira de ilustrar cada conjunto de páginas.
O resultado foi uma publicação de alta qualidade, que reproduz a vida desses insetos em seus habitats naturais e traz informações que nos ajudam a entender a sua importância para o equilíbrio da natureza. Vistas como inimigas porque destroem jardins, elas na verdade apenas reagem ao desequilíbrio ambiental. São grandes semeadoras, ao limpar os restos de frutos que recobrem as sementes e assim reduzir as chances de que apodreçam no chão úmido da mata. Na página 9, aprendemos:
Para manter viva a cultura de fungos [com que se alimentam], as formigas precisam cortar muitas folhas. No ambiente natural, como nas restingas da Ilha de Santa Catarina, as formigas-de-rodeio podem coletar pedaços de folhas e flores de mais de 50 tipos de plantas diferentes. E nenhuma planta fica completamente desfolhada. Mas, num ambiente modificado pelo homem, a vegetação mais próxima do formigueiro pode ficar totalmente sem folhas, como as verduras de uma horta.
Este livro é o primeiro de uma série em que os autores pretendem abordar os “segredos” de vários animais da fauna brasileira. O próximo será sobre primatas – área de especialidade da bióloga. Em seguida virá um sobre abelhas, onde o leitor terá a oportunidade de conhecer melhor as abelhas “indígenas”, sem ferrão, nativas da mata atlântica de Santa Catarina.
p.s.: Tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Leandro Lopes, que fez uma ilustração para o documentário Espírito de Porco, dirigido por mim e pelo Chico Faganello. Ela mostra uma “seleção de futebol” de porcos brasileiros, com diferentes espécies – a maioria, hoje extinta.
22
Feb11
SOS Rio da Madre
Recebi da Larissa Linhares e compartilho. Um pouco tarde pra quem quiser comparecer ao ato na Assembleia Legislativa, mas vale pra conhecer o movimento em defesa desse rio lindo.
Caros colegas e amigos, tudo bem?
Segue sugestão de pauta sobre as ações nesta semana do Movimento pela recuperação do Rio da Madre, na Guarda do Embaú, uma ação inédita pois agrega asssociações, artistas, moradores, comerciantes, surfistas e simpatizantes pela causa em prol do resgate deste importante Rio em nossa região.
Neste SÁBADO teremos o Dia do Abraço, com uma programação intensa de atividades culturais e artísticas. Já temos o apoio de diversas bandas como Iriê, Samambaia, Sociedade Soul, Dazaranha, entre outros, surfistas como Teco Padarataz, Guga Arruda e muitas outras personalidades da região que abraçaram a causa. Estamos fechando a programação, mas gostaríamos de já informá-los para se programarem. Muito obrigada!
Larissa Linhares
Movimento SOS Rio da Madre realiza manifesto na ALESC nesta quarta-feira
Com o objetivo de sensibilizar e acionar o poder público para a resolução dos problemas ambientais e de infraestrutura da praia da Guarda do Embaú, o mobilização acontecerá na sessão plenária da Assembleia Legislativa de Santa Catarina desta quarta-feira, dia 23, a partir das 14h, depois da manifestação na Câmara dos Vereadores de Palhoça, que acontece hoje, dia 22, às 20h.
Na ocasiao, será apresentado e entregue um documento oficial com as reivindicações do Movimento, como passo inicial em busca do saneamento básico para a região e recuperação do estuário do rio da Madre, que fica em frente à vila da Guarda do Embaú.O Rio da Madre, que integra a Reserva Estadual da Serra do Tabuleiro e desagua no Oceano Atlântico pela praia da Guarda do Embaú, vem sofrendo sérias agressões ambientais. Entre elas, a retirada da mata ciliar de suas margens, a contaminação por agrotóxico – produzido principalmente pelo cultivo de arroz em Paulo Lopes – e o lançamento de esgotos, considerado este como um dos principais problemas atuais, pois afeta negativamente a economia, o turismo e a qualidade de vida na região.
“Estamos diante de um patrimônio natural universal e que diz respeito a todos nós. O saneamento básico é primordial e acreditamos que, por meio desta união inédita de diversas pessoas e organizações, vamos alcançar este objetivo”, diz o presidente do Movimento, Plínio Bordin.
O Movimento - Formado por moradores, surfistas, pescadores, comerciantes, empresários, artistas e amantes do Rio da Madre, o Movimento SOS Rio da Madre prepara uma série de ações para fortalecer a iniciativa. Entre elas, o Dia do Abraço, neste sábado, dia 26, das 11h às 16h, quando acontecerá um grande abraço salvador em volta do Rio.
Dia do Abraço - Apresentações culturais, artísticas e musicais, manifestações livres e um painel indicador dos dias para o início das ações pelo poder público integram a programação do evento. O Dia do Abraço pretende unir centenas de pessoas preocupadas com o ritmo acelerado da degradação do Rio da Madre. A sobrevivência da praia da Guarda do Embaú depende da recuperação do Rio, considerado o grande encanto da região.——–
Serviço
O QUÊ – Manifestação popular do Movimento SOS Rio da Madre
QUANDO – Dia 23.02 (quarta-feira), às 14h
ONDE- Assembleia Legislativa de Santa CatarinaMais Informações
Larissa Linhares Comunicação – comunicacao@larissalinhares.com.br – (48) 8814 5251
Plinio Bordin -(48) 9983 3843 | Marcos Aurélio Gungel – (48) 99721713
Foto crédito: Plínio Bordin
22
Sep10
Defesa do meio ambiente, um projeto de vida
O Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, com sede em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, foi criado em 2003 para dar continuidade institucional ao trabalho voluntário de Elza Nishimura Woehl e Germano Woehl Jr. Desde 1998 o casal desenvolve projetos de educação ambiental junto com as escolas da rede pública. Em trilhas guiadas na floresta, crianças e adolescentes aprendem sobre a importância da preservação da biodiversidade e dos mananciais.
“Nossa dedicação à causa ambiental é um projeto de vida e não um meio de vida”, diz Germano Woehl Jr., que é físico e vive do salário de pesquisador. O trabalho deles tem recebido o reconhecimento de empresas do porte da Petrobras, Johnson&Johnson e organizações como a Bolsa de Valores Sociais e Ambientais (BVSA), uma plataforma de captação de recursos para organizações do terceiro setor, vinculada à BM&FBovespa.
Entrevistei Germano por e-mail para uma publicação especial do jornal Valor Econômico sobre biodiversidade. Como, por motivo de espaço, usei só uma pequena parte das informações, compartilho aqui as perguntas e respostas da entrevista praticamente na íntegra – apenas com pequenos ajustes para facilitar a fluidez do texto. Leia mais
28
Nov09
Fosfateira de SC na mídia norueguesa
Santa Catarina foi objeto de reportagem do jornalista Erik Hagen, da ong Norwatch – organização que monitora as atividades das corporações norueguesas pelo mundo -, exibida ontem na tevê nacional da Noruega. A Bunge (americana) e Yara (norueguesa), com apoio do governo do estado de SC, planejam construir uma mina de fosfato que pode detonar a Mata Atlântica em Anitápolis, a 100km de Floripa. O projeto ameaça animais em risco de extinção, mananciais e a segurança da população da região. É tão temerário que foi congelado em liminar concedida pela Justiça Federal e confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4a. Região. As empresas recorreram.
Uma versão escrita da reportagem está no site da Norwatch. O bicho vai pegar no país escandinavo, pois a Yara, por ser parcialmente estatal, é de grande interesse público. E o governo norueguês fica de saia justa, pois no ano passado anunciou a doação de um bilhão de dólares até 2015 para um fundo de conservação da Amazônia. Imagino – talvez esteja sendo otimista em excesso? – que a pressão dos contribuintes vai terminar levando a Yara a rever seu projeto predatório. Quanto à Bunge, até agora, repercussão zero nos Estados Unidos. Alguém aí chama o Michael Moore?
p.s.: Dica pra ler reportagem em norueguês, em tradução automática imperfeita, mas aceitável: abrir o http://translate.google.com e colar no formulário o endereço do site. O resultado está aqui. Dá pra fazer o mesmo com as duas outras partes do texto (1 e 2).