20
Mar18
Historinha zen
O mestre chegou no salão onde seus discípulos o aguardavam e disse:
- Eu vim trazer a boa nova. Alguém sabe o que é?
Ninguém se manifestou.
- Se ninguém sabe, então eu vou embora – e saiu.
No dia seguinte voltou.
- Eu vim trazer a boa nova. Alguém sabe o que é?
Todos levantaram a mão. – Sim, sim!
- Se todo mundo sabe, então não precisam de mim – e saiu.
No terceiro dia voltou:
- Eu vim trazer a boa nova. Alguém sabe o que é?
Metade da platéia disse que sim e metade ficou quieta.
- Então quem sabe conta pra quem não sabe.
E foi embora.
23
Sep16
27
Feb16
Por um Iluminismo renovado
Anotação de leitura.
“Acima de tudo, estamos necessitados de um Iluminismo renovado, que se baseie na proposição de que o devido objeto de estudo da humanidade é o homem — e a mulher. Esse Iluminismo não precisará depender, como seus antecessores, das descobertas heroicas de algumas poucas pessoas bem-dotadas e excepcionalmente corajosas. Ele está ao alcance da pessoa comum. O estudo de literatura e poesia, pelo seu valor intrínseco e pelas eternas questões éticas com as quais ambas lidam, hoje pode facilmente destronar o escrutínio de textos sagrados, que se revelaram corrompidos e falsificados.
“A busca de investigações científicas ilimitadas e a disponibilidade de novas descobertas para multidões de pessoas por meios eletrônicos simples irão revolucionar nossos conceitos de pesquisa e desenvolvimento. O que é muito importante, o divórcio entre a vida sexual e o medo, entre a vida sexual e a doença, entre a vida sexual e a tirania, pode ser ao menos tentado, com a única condição de que eliminemos todas as religiões do discurso. E tudo isso, e mais, está, pela primeira vez em nossa história, ao alcance ou nas mãos de todos.
“Porém, só o utópico mais ingênuo pode acreditar que essa nova civilização humana irá se desenvolver, como algum sonho de ‘progresso’, em linha reta. Precisamos inicialmente transcender nossa pré-história e escapar das mãos enodoadas que tentam nos alcançar e nos arrastar de volta para as catacumbas, os altares ensanguentados e os prazeres culpados da sujeição e da abjeção.”
~ Christopher Hitchens, Deus não é grande (2006)
26
Feb14
Por uma vida mais off-line
Excelente entrevista de Dani Arrais com David Baker, professor na School of Life e ex-editor da versão inglesa da Wired. Ele vive uma descoberta existencial semelhante à minha, embora em ritmos e contextos diferentes. Na pauta, o excesso de informação proporcionado pela internet, o desafio de viver a solidão (“solitude” em oposição a “loneliness”) de forma significativa e criativa, o trabalho como algo prazeroso e não escravizante, o contato face a face com as pessoas, enfim, a vida simples de quem aprendeu a valorizar as delícias do mundo analógico. ~ via Laura Tuyama e Ligia Moreiras Sena.
Trecho:
- Como você organiza sua rotina para dar conta de fazer tudo?
Acredito muito que devemos trabalhar o mínimo possível, da maneira mais esperta que der. Acho que somos capazes de coisas maravilhosas, mas, especialmente no trabalho, fazemos com que ele dure muito mais. É o sistema. Nós pagamos as pessoas por hora, dia, mês. Elas não são encorajadas a trabalhar com rapidez, mas sim devagar. Eu trabalho pra mim. Se alguém me pede pra fazer uma coisa, é uma vantagem se eu fizer rapidamente. Quanto mais espaço você tem na sua vida, mais coisas boas acontecem. Eu tomei uma decisão há alguns anos de trabalhar menos, ganhar menos e gastar menos. Vivo confortavelmente, não sou um milionário. Entre os meus amigos, provavelmente, sou o que ganha menos, mas sou o que tem mais tempo. E pra mim essa troca foi bonita. Como resultado, quando trabalho, faço isso de maneira esperta e satisfatória para mim e para as outras pessoas.
Em casa, meu ritmo. Descobri recentemente que gosto de acodar cedo. Vou para cama às 22h30, acordo às 7h. Sou inglês, preparo um chá, levo meu laptop pra cama, passo umas duas horas, faço o primeiro turno de emails. Escrevo alguma coisa. Está tudo calmo lá fora, não tem ninguém por perto. Como resultado, a maioria das coisas que preciso fazer estão acabadas às 9h. Gosto de, todo dia, estar em um lugar analógico. Gosto de nadar em água fria num lugar aberto. Pego minha bicicleta. Tem água, floresta, pássaros, é o oposto da internet, é analógico. E gosto de passar tempo nesse mundo. Quando volto, faço o segundo turno de emails e o dia chega ao fim. Em escritórios nós perdemos tempo. Não precisamos ser escravos. Especialmente pessoas que todos os dias ficam até tarde no trabalho. Eu não acredito que elas tenham tanto para fazer todos os dias.
Leia mais em Don’t Touch My Moleskine
20
Jun12
Fim de leitura: Walden
“Aprendi com minha experiência pelo menos isto: se o homem segue confiante rumo a seus sonhos e se empenha em viver a vida que imaginou, ele terá um sucesso inesperado em momentos comuns. Deixará algumas coisas para trás, cruzará uma fronteira invisível; novas leis universais e mais liberais começarão a se estabelecer por si sós ao redor e dentro dele; ou as velhas leis se ampliarão e serão interpretadas em seu favor em um sentido mais liberal, e ele viverá com a licença de uma ordem superior de seres. À medida que ele simplifica sua vida, as leis do universo se mostrarão menos complexas, e a solidão não será solidão, nem a pobreza pobreza, nem a fraqueza fraqueza. Se você tiver construído castelos no ar, não será trabalho perdido; é ali mesmo que eles devem estar. Agora ponha-lhes os alicerces”.
H.D. Thoreau
25
Mar12
Da arte de esculpir o dia
“Já é uma grande coisa ser capaz de pintar um quadro ou esculpir uma estátua, e assim dar beleza a alguns objetos; mas muito mais glorioso é esculpir e pintar o próprio meio e atmosfera que nosso olhar atravessa, o que podemos fazer moralmente. Afetar a qualidade do dia, tal é a arte suprema”.
H.D. Thoreau, Walden.
25
Mar12
#ficadica #Thoreau
“Devíamos compartilhar nossa coragem, não nosso desespero, nossa saúde e nosso bem-estar, não nosso mal-estar, e cuidar para que este não se espalhe por contágio”. H.D.Thoreau, em Walden.
16
Feb12
De roupas
“E digo: cuidado com todas as atividades que requerem roupas novas, em vez de um novo usuário das roupas. Se o homem não é um novo homem, como as roupas novas vão lhe servir? … Nossa estação de muda, como a das aves, deve ser um momento de crise nas nossas vidas”.
H.D. Thoreau, em Walden, meu livro de cama e mesa no momento.
01
Sep10
Contar o que importa na vida
O que você pode começar a contar hoje que seja significativo para sua vida – pessoal ou profissional? Nesta palestra rápida (17’21″), Chip Conley, dono da rede hoteleira californiana Joie de Vivre, fala sobre o conceito de Felicidade Interna Bruta, criado em 1972 pelo rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, em resposta a críticas que afirmavam que a economia do seu país crescia miseravelmente. O empresário diz o que aprendeu com sua faxineira vietnamita e como aplicou com sucesso no próprio negócio a ideia de medir as coisas que fazem a vida valer a pena.
09
Jul10
As quatro leis da espiritualidade
Compartilho esta mensagem que recebi do Celso Vicenzi, que a recebeu de alguém. Se você achar que faz sentido pra sua vida, bom proveito.
Na Índia, são ensinadas as “quatro leis da espiritualidade”.
A primeira diz: “A pessoa que vem é a pessoa certa”.
Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.A segunda lei diz: “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”.
Nada, nada absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum “se eu tivesse feito tal coisa…” ou “aconteceu que um outro …”. Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.A terceira diz: “Toda vez que você iniciar é o momento certo”.
Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.E a quarta e última afirma: “Quando algo termina, ele termina”.
Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado.