28
Oct16
Magallanes
Um bom filme peruano que vi esta semana. Magallanes é um taxista, ex-soldado na guerra suja contra o Sendero Luminoso. Um dia ele reconhece uma passageira e começa a se atormentar com as lembranças daquela época. Suspense de baixo orçamento filmado nas ruas de Lima, que tive o prazer de conhecer em 2014 e acho uma das cidades mais interessantes da América do Sul. O filme mostra as sequelas de um período traumático na História recente do país. Vai além ao abordar o abismo social entre a elite formada por descendentes de espanhóis e o povão de origem indígena. E, por meio da protagonista e de um personagem com Alzheimer, deixa uma questão para nós “hermanos” refletirmos: é possível esquecer?
p.s.: Há uma boa cena falada em quéchua que não tava legendada. Fiquei na curiosidade. Se alguém aí souber quéchua, me conte.
Foto: cartaz do filme no IMDB.
09
Oct16
Leitura iniciada: 14 contos de Kenzaburo Oe
Nobel de Literatura em 1994, o escritor japonês de 81 anos era um completo desconhecido pra mim até hoje cedo. Encantamento instantâneo. Descobri também que fazemos aniversário no mesmo dia.
23
Sep16
23
Sep16
Brunitezas: empreendedorismo
Bruno sugeriu à mãe uma alternativa pra reforçar o orçamento doméstico: virar motorista do Uber.
- É só você botar umas balinhas dentro do carro.
04
Sep16
São Paulo, agosto de 2016
Imagens da manifestação contra o golpe e da violenta repressão da PM, por Yan Boechat.
#foratemer
28
Aug16
Lembranças de um ex-repórter de polícia
Entrei na reportagem pela editoria de polícia, como tantos focas. Melhor lugar pra aprender a escrever sem firulas, direto ao ponto, com verbos de ação. Cavalo invade delegacia. Acusado de furto faz declaração de amor. Eram tempos mais tranquilos, em que homicídio sempre dava capa – só uns 20 por ano na província, na década de 80.
De vez em quando a calmaria era quebrada. Durante o sequestro dos filhos dos Brandalise em Videira, participei de uma megacobertura de O Estado, acompanhando a parte final: o tiroteio em um prédio de Balneário Camboriú. Baita equipe. Entrei no hospital e entrevistei o sequestrador, ferido e algemado a uma maca.
Meus editores foram o Carlão Paniz e o Paulo Goeth. A eles, e ao então secretário de redação (ou algo assim) Ademar Vargas de Freitas, devo muitas canetadas pedagógicas no meu texto, naquelas laudas de 20 linhas de 70 toques, hoje artigos de museu. Assim como o moderníssimo telex, com aquela fitinha perfurada que trazia os despachos das agências de notícias.
A redação era enfumaçada e barulhenta, com todas as Remington matraqueando na hora do fechamento, as entrevistas por telefone, a rádio-escuta, fotógrafos escolhendo material, editores conversando com diagramadores, piadas e risadas. Dava pra sentir a pulsão no ar: aquelas pessoas encarnavam a confissão de García Márquez de que o “jornalismo é a melhor profissão do mundo”. Fiquei dois anos cobrindo polícia, depois passei pra geral.
#jornalismo30anos
26
Aug16
Flashbacks sonoros
A gargalhada solta do Bonson na redação. O vozeirão do Renan com um cartaz na porta do DC, “Quero meu salário!” O som agudo da máquina de telefoto, que baixava uma imagem completa em minutos.
#jornalismo30anos
25
Aug16
Os 10 melhores filmes do século XXI
Via Vincent Pasquier.
Os 10 melhores filmes do século XXI segundo 177 críticos do mundo todo:
1. Mulholland Drive (David Lynch, 2001)
2. In the Mood for Love (Wong Kar-wai, 2000)
3. There Will Be Blood (Paul Thomas Anderson, 2007)
4. Le Voyage de Chihiro (Hayao Miyazaki, 2001)
5. Boyhood (Richard Linklater, 2014)
6. Eternal Sunshine of the Spotless Mind (Michel Gondry, 2004)
7. The Tree of Life (Terrence Malick, 2011)
8. Yi Yi (Edward Yang, 2000)
9. Une Séparation (Asghar Farhadi, 2011)
10. No Country for Old Men (Joel and Ethan Coen, 2007)
24
Aug16
Sugestão de uso para dicionários
Na revisão de O Estado a gente jogava o significado das palavras apostando cerveja. Que era paga no mesmo dia, no boteco dos fundos da redação. #jornalismo30anos
24
Aug16
Barquinho
Meu primeiro texto publicado em jornal, que eu me lembre, foi no Estadinho, suplemento infantil de O Estado que era editado pelo talentoso Fabinho Brüggemann. História sobre um menino que gostava de tomar banho de chuva e soltava barquinhos de papel com meleca na correnteza da rua. Meio autobiográfica, tirando a meleca. O Estadinho foi o melhor suplemento infantil que já li. Imaginativo, engraçado, poético, nunca subestimava a inteligência das crianças. E saía em cores, com belas ilustrações.
#jornalismo30anos