Posts com a tag ‘trabalho’

20

May

14

Conversas com Maria Adélia Aparecida de Souza

Algumas anotações de um seminário na UFSC com a brilhante geógrafa Maria Adélia Aparecida de Souza, 75 anos e 54 de academia, professora titular da USP na área de planejamento urbano. Orientanda de Celso Furtado, ela é considerada herdeira do trabalho de Milton Santos. Depois do seminário, realizado na quarta 14/5, tive ainda o privilégio de acompanhar na sexta-feira sua arguição a uma tese de doutorado na Geografia (contundente, mas generosa e bem-humorada) e acompanhá-la numa visita de campo a Rancho Queimado. Foi uma semana valiosa.

Sustentabilidade
“Nada se sustenta! As pessoas precisam deixar de ser cínicas. O capitalismo é movido pela insustentabilidade”.

Educação ambiental
“O problema não está no mico-leão, está na voracidade das elites do mundo, que não respeitam a vida”.

O lugar e a vida
“Duas semanas antes de morrer, Milton me disse: ‘Por favor, cuide da questão do lugar’. O ponto de partida da geografia renovada é o significado de lugar. Nele nasce a vida de relações, logo a região, o mundo, toda a complexidade contemporânea. O lugar é a síntese da dinâmica do mundo nas relações sociais”.
“A descrição é sempre passado. O lugar não é morto, portanto, não é passível de descrição”.

Mobilidade urbana
“Para estudar mobilidade, deve-se considerar a segregação socioespacial”.

Críticas à academia
“A gente (geógrafos) não conhece absolutamente nada sobre como os pobres estão se virando nas periferias das cidades”.
“Eu responsabilizo os professores universitários pela decadência da universidade brasileira. Depois vêm os alunos, que abraçaram a mediocridade.”
“Publicar artigo com aluno é uma imoralidade, a não ser que ele já tenha doutorado. O aluno tem que ter a segurança de caminhar sozinho”.
“Os medíocres se agarram na forma”.

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05

Sep

12

Convenção sobre Trabalho Doméstico entra em vigor em um ano

Release da OIT.

GENEBRA (Notícias da OIT) – As Filipinas converteram-se no segundo país a ratificar a Convenção 189 da OIT sobre trabalho doméstico. Isto significa que a Convenção – a primeira norma mundial dirigida aos trabalhadores domésticos – entrará em vigor em doze meses.

“A ratificação de hoje por parte das Filipinas envia um forte sinal a milhões de trabalhadores no mundo que estarão protegidos assim que a Convenção entrar em vigor. Espero que este sinal também chegue aos outros Estados membros que logo vejamos mais e mais países assumindo o compromisso de proteger os direitos dos trabalhadores domésticos”, declarou o Diretor Geral da OIT, Juan Somavia.

A histórica Convenção estende o sistema de normas da OIT a um setor que continua insuficientemente regulamentado e que, em grande parte, ainda pertence à economia informal.

Estimativas recentes da OIT baseadas em estudos nacionais e/ou censos realizados em 117 países situa o número global de trabalhadores domésticos em cerca de 53 milhões de pessoas. Mas devido a esse tipo de trabalho que com frequência é ocultado ou não declaro os peritos consideram que o número total poderia chegar a 100 milhões.

Nos países em desenvolvimento, o trabalho doméstico constitui pelo menos entre 4 e 12 por cento do emprego assalariado. Cerca de 83 por cento destes trabalhadores são mulheres e meninas e muitos são migrantes. Em nível mundial, os trabalhadores domésticos constituem 3,6 por cento do emprego assalariado.

A nova norma cobre todos os trabalhadores domésticos e compreende medidas especiais para proteger aqueles trabalhadores que, devido à sua pouca idade, nacionalidade ou situação de residência, podem estar expostos a riscos adicionais.

O Uruguai foi o primeiro país a ratificar a Convenção 189, em 14 de junho de 2012.

Convenção 189

Os trabalhadores domésticos devem ter os mesmos direitos fundamentais no trabalho que os demais trabalhadores. Estes direitos incluem:

  • Horas de trabalho razoáveis,
  • Descanso semanal de pelo menos 24 horas consecutivas,
  • Um limite aos pagamentos em espécie,
  • Informação clara sobre os termos e condições de emprego,
  • Respeito dos princípios e direitos fundamentais no trabalho, incluindo a liberdade sindical e o direito de negociação coletiva.

Uma Convenção é um tratado internacional que é vinculante para os Estados membros que o ratificam, enquanto que a Recomendação que a acompanha oferece orientação mais detalhada sobre como aplicar a Convenção.

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09

Apr

12

Making-of: segurança no trabalho

Trabalhadores de uma obra da Koerich Construções e eu durante gravações de uma videoaula em Floripa. Foto de Jerry Bittencourt com uma GoPro, camerazinha com lente grande angular que tira fotos e grava imagens em Full HD. É bastante usada por praticantes de esportes de aventura. Nessa obra, amarramos a câmera num carrinho de mão e pegamos boas cenas de um operário transportando areia. A videoaula sobre a profissão de técnico em segurança no trabalho foi produzida pela Secretaria de Educação a Distância (SEaD) da UFSC para a Rede e-Tec, do Ministério da Educação.

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28

Sep

11

Drops de primavera

Tempinho sem postar aqui. Dias corridos, mas também de bons momentos offline.

Depois de anos sem fazer a trilha da praia de Naufragados, voltei lá há duas semanas com Laura e os meninos, Sônia, Neto e a meninada deles. Passeio maneiro, com direito a riachinhos pelo caminho, cerveja na praia e retorno de barco. A volta foi meio mexida porque pegamos vento Nordeste pela frente – tava quase um Cabo Horn manezinho. Acho que agora já tenho direito a uma argola na orelha esquerda.

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Domingão diliça na casa da Claudinha e do João na Costa da Lagoa, com os amigos queridos Magrão, Elô, Kátia e Maurício. Criançada (7 meninos e uma menina) passou o dia inteiro jogando bola e o tempo voou ligeiro pra todos.

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Nova parceria com Fernando Evangelista, Ju Kroeger e Chico Faganello, desta vez num projeto rápido de vídeo institucional, bem gostoso de fazer.

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No Rio, nasceu a Malu, filha da Renata e do Victor. Bonequinha linda, fofa, um encanto. E isso porque só conheço de foto, imagina quando eu puder pegar no colo e dar um cheiro.

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Dois amigos estiveram em Praga com poucos dias de diferença um do outro: Zé Dassilva e Anita Dutra. Antes de viajarem, dei algumas dicas e nisso terminei “viajando” junto. A capital tcheca é uma das cidades mais bonitas que já conheci e tenho belas lembranças de lá.

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Durante a Semana do Jornalismo da UFSC, tive o privilégio de conhecer umas figuras especiais: Natalia Viana, da recém-criada agência Pública de jornalismo; Ricardo Viel, ex-repórter da Folha de SP que se despedia pra uma temporada de estudo na Espanha, e Marino Mondek, estudante de Pedagogia e membro do DCE da UFSC. Todos juntos comendo pizza e dando risada na casa do Fernando e da Ju, com outras gentes boas.

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Feliz com a vitória da Chapa 2 na eleição pro Sindicato dos Jornalistas de SC. Mudança importante, depois de duas gestões que deixaram muito a desejar. No próximo sábado vai ser a festa da posse.

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Estou fazendo assessoria na campanha pra Reitoria da UFSC, junto com a moçada da Quorum Comunicação. Nosso candidato é o professor Dilvo Ristoff, homem de letras e de ação, bom administrador e aberto ao diálogo. É o tipo de trabalho que faço com prazer, pois vai além da dedicação profissional. Tenho convicção de que, se eleito, ele vai ser um excelente reitor, amigo da cultura e do resgate da autoestima da Universidade.

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Já temos amoras no quintal.

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16

Jun

11

OIT aprova convenção sobre trabalhadores domésticos

Recebi uma boa notícia da OIT e compartilho o release.

Conferência da OIT adota normas laborais para proteger entre 53 milhões e 100 milhões de trabalhadores domésticos no mundo

GENEBRA (Notícias da OIT) – Delegados de governos, empregadores e trabalhadores que participam da 100ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotaram hoje (16/06), pela primeira vez na história, normas laborais internacionais destinadas a melhorar as condições de vida de dezenas de milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no mundo.

Pela primeira vez, nós temos o sistema de normas da OIT na economia informal e este é um acontecimento de grande importância”, disse o Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia. “Fez-se história”, acrescentou.

Os delegados adotaram a Convenção sobre os trabalhadores domésticos por 396 votos a favor, 16 votos contra e 63 abstenções, e sua Recomendação de acompanhamento por 434 votos a favor, 8 contra e 42 abstenções.

As novas normas se converterão na Convenção 189 e Recomendação 201 da Organização desde que ela foi fundada em 1919. A Convenção é um tratado internacional vinculante para os Estados-Membros para que a ratifiquem, enquanto a Recomendação dá orientações mais detalhadas sobre como a Convenção pode ser implementada.
A OIT é a única organização tripartite das Nações Unidas e cada um dos seus 183 Estados-membros está representado por dois delegados do governo, um dos empregadores e um dos trabalhadores, que podem votar de forma independente.

As novas normas da OIT prevêem que os milhões de trabalhadores domésticos no mundo, que lidam com as famílias e os lares, podem ter os mesmos direitos básicos que os outros trabalhadores, incluindo os horários de trabalho, o descanso semanal de pelo menos 24 horas consecutivas, um limite para pagamentos em espécie, de informações claras sobre os termos e condições de emprego, bem como o respeito pelos princípios e direitos fundamentais no trabalho, incluindo a liberdade de associação e negociação coletiva .

De acordo com estimativas recentes da OIT com base em estudos ou pesquisas nacionais de 117 países, o número de trabalhadores domésticos no mundo é de pelo menos 53 milhões de pessoas. Mas os especialistas acreditam que, porque esse trabalho é feito de forma oculta e sem registros, o total pode ser de 100 milhões de pessoas. Nos países em desenvolvimento representam percentual entre 4% e 12% do trabalho assalariado. Cerca de 93 por cento são mulheres e meninas, e muitos são migrantes.

O artigo 1 º do novo instrumento da OIT diz que “a expressão ‘trabalho doméstico’ designa o trabalho realizado em casa ou casas”. Embora estes instrumentos abranjam todos os trabalhadores domésticos são consideradas medidas especiais para proteger os trabalhadores que podem estar expostos a riscos adicionais devido à sua tenra idade, sua nacionalidade, entre outros.

De acordo com os procedimentos da OIT, a nova Convenção da OIT estará em vigor após ratificação por dois países.

“É muito importante que nós tenhamos colocado os trabalhadores domésticos ao amparo de nossos valores, para eles e para todos que aspiram um trabalho decente. Isso também terá repercussões relacionadas com as migrações e a igualdade de gênero”, disse Somavia.

O texto introdutório da nova Convenção diz que “o trabalho doméstico continua sendo desvalorizado e invisível, feito principalmente por mulheres e meninas, muitas das quais são imigrantes ou pertencem a comunidades carentes e são particularmente vulneráveis ​​à discriminação relativa ao emprego e trabalho, bem como de outras violações dos direitos humanos “.

A diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, disse durante uma visita à Comissão, que concluiu dois anos de discussões sobre este assunto, que o déficit de trabalho decente dos trabalhadores domésticos “não pode mais ser tolerado” e recordou que estes trabalhadores “permitem manter em movimento o motor da economia e o funcionamento da sociedade”.

Bachelet disse que a ONU Mulheres apoiará a ratificação e a aplicação dos novos instrumentos da OIT que qualificou como uma “contribuição historicamente importante para a agenda de desenvolvimento”.

“Precisamos de regras que sejam eficazes e vinculantes para fornecer trabalho decente para os trabalhadores domésticos, oferecendo um guia efetivo para os governos, empregadores e trabalhadores”, disse a vice-presidente pelos trabalhadores, Halimah Yacob, Singapura. Ela observou que há uma responsabilidade coletiva, que implica dotar as trabalhadoras e trabalhadores domésticos de algo que agora não têm: o reconhecimento de que são trabalhadores e o respeito e a dignidade como seres humanos.

Por sua parte, o vice-presidente para os empregadores, Paul Mackay da Nova Zelândia, disse que “o grupo dos empregadores considera que é necessário abordar o tema do trabalho doméstico e dar resposta às preocupações relacionadas com os direitos humanos. Consideramos que existem opções para melhorar a situação das trabalhadoras e trabalhadores domésticos e beneficiar assim também as famílias e os lares para os quais trabalham”.

“O diálogo social tem-se refletido nos resultados que temos alcançado “, disse o presidente da Comissão que discutiu o conteúdo das novas regras, o delegado do Governo das Filipinas, H.L. Cacdac.

“Esta é uma conquista muito importante”, disse a diretora do Programa da OIT sobre Condições Trabalho, Manuela Tomei, que descreveu as novas regras como “robustas mas flexíveis.” Ela acrescentou que com estes instrumentos está claro que “os trabalhadores domésticos não são funcionários ou membros da família. São trabalhadores. Depois de hoje não podem ser considerados como trabalhadores de segunda classe. ”

A adoção das novas normas é resultado de um longo processo. Em março de 2008, o Conselho de Administração da OIT decidiu colocar o tema na agenda da Conferência. Em 2010 a Conferência realizou a primeira discussão sobre o tema e decidiu realizar uma segunda discussão em 2011 com a finalidade de adotar a Convenção e a Recomendação que a acompanha.

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26

Aug

10

Seminário: 5 anos do pacto contra o trabalho escravo

Recebi agora do Leo Sakamoto e repasso na íntegra.

Seminário comemora cinco anos do pacto contra o trabalho escravo

O Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que reúne mais de 130 empresas e organizações para combater o trabalho escravo contemporâneo na economia brasileira, está completando cinco anos. No próximo dia 1º de setembro, o Comitê de Coordenação e Monitoramento do Pacto realizará seu terceiro seminário nacional, em São Paulo, para discutir os avanços obtidos até agora e os desafios que ainda existem para erradicar esse crime contra os direitos humanos.

O encontro, que ganha caráter internacional nesta edição com a presença de organizações dos Estados Unidos e da Europa, reunirá os signatários para um balanço do cumprimento do acordo, a apresentação de resultados do monitoramento e discussões sobre a situação nas cadeias produtivas com incidência desse problema, além de apresentações de boas práticas empresariais contra a escravidão contemporânea. Confirmaram presença, entre outros signatários, Petrobras, Wal-Mart, Carrefour e Itaú/Unibanco.

Os signatários do Pacto Nacional assumiram o compromisso de cortar relações comerciais com empregadores envolvidos em casos de trabalho escravo e de promover o trabalho decente. Juntos, representam cerca de 20% do Produto Interno Bruto brasileiro, exercendo importante influência sobre a economia.

Devido à relevância do Pacto Nacional, a promoção e defesa da iniciativa foi incorporada ao 2º Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, lançado em setembro de 2008 pelo governo federal. O acordo é considerado um exemplo internacional no combate à escravidão contemporânea.

Local: Hotel Golden Tulip Paulista Plaza, Alameda Santos, 85, São Paulo (SP), próximo à estação Brigadeiro do metrô.
Data: 1º de setembro de 2010, das 8h às 18h30

Programação (a confirmar)

8h Credenciamento e café de boas vindas

8h30 Abertura com a presença dos ministros Paulo Vannuchi (Secretaria de Direitos Humanos); com a diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo; com o vice-presidente do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi; e com a Coordenadora dos Programas de Ação Especial de Combate ao Forçado da OIT em Genebra, Caroline O´Reilly; com o presidente do Instituto Observatório Social, Aparecido Donizeti da Silva; Katie Ford, da organização norte-americana Free the Slaves. Como moderador, o coordenador da ONG Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto.

10h Balanço do Engajamento no Pacto Nacional por parte da Comunidade Internacional de Investidores (Lasff/FGV)

10h45 Apresentação dos resultados do monitoramento das empresas do Pacto Nacional (Instituto Observatório Social)

11h30 Apresentação e debate de boas práticas empresariais

12h30 Almoço oferecido pela organização do evento

14h O Pacto Nacional e sua relação com outras iniciativas sócio-ambientais: convergência e sinergia

16h Café

16h30 Avanços e desafios na implantação do Pacto Nacional

18h Encerramento

Mais informações à imprensa com Edilene Cruz, telefones: (11) 2506-6570 ramal 11 ou 8321-4922, e-mail: pacto@reporterbrasil.org.br.

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16

Aug

10

Vagas de TIC abertas em SC

Saiu no Valor de hoje, editoria Eu & Carreira, uma reportagem que fiz sobre a demanda das empresas catarinenses de tecnologia por profissionais qualificados. Este é o principal gargalo do setor, na avaliação das lideranças de entidades empresariais. Um esforço grande tem sido feito para criar novos cursos, incentivar adolescentes e adaptar currículos, mas ainda assim, há sempre vagas a preencher. As 500 empresas de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) de Florianópolis crescem em média 30% ao ano e vendem R$ 1 bilhão em produtos e serviços.

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07

Apr

10

Conferência de Economia Solidária

Recebi pela lista Campeche e compartilho.

Conferência de Economia Solidária debate alternativa viável ao desenvolvimento sustentável

Florianópolis abre, na próxima quinta-feira (8), a série de oito Conferências Regionais de Economia Solidária em Santa Catarina, preparatórias à etapa estadual, prevista para 23 e 24 de abril, em Lages. É a segunda vez que todo o Brasil realiza conferências oficiais tratando de políticas públicas relacionadas à economia solidária. Os debates iniciam às 8h 30min, na Assembléia Legislativa. A temática da II Conferência Nacional é “Pelo direito de produzir e viver em cooperação, de maneira sustentável”.

A economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição da riqueza em que os resultados são voltados à valorização das pessoas, e não dirigidos à simples acumulação de capital. Baseada no trabalho coletivo e na sustentabilidade de suas ações, ela valoriza o respeito ao meio ambiente e a idéia de que o trabalho tem uma perspectiva libertadora.

Hoje existem em Santa Catarina mais de 1 mil iniciativas solidárias, desde associações de artesãos e artesãs, até cooperativas de agricultores e agricultoras, todas alcançando resultados significativos, mesmo sem uma política estadual voltada ao setor.

“Esperamos que esta conferência reconheça a economia solidária como uma proposta de política pública e que seja reconhecida enquanto uma estratégia de desenvolvimento sustentável”, afirma Fernando Batista, representante da Ação Social Arquidiocesana, uma das entidades que compõe a Comissão de Organização da Conferência em SC.
Para Fernando, outro resultado esperado no debate é a ampliação de atores sociais no processo de formulação de políticas voltadas à economia solidária, além dos que já integram o Fórum Regional.

A Conferência

A expectativa é de que dezenas de pessoas ligadas ao setor participem dos debates na Conferência Regional de Florianópolis. O regimento, em nível nacional, estabelece a participação de representantes de empreendimentos de economia solidária, entidades de apoio e fomento e do Poder Público.

Ao todo, serão três os eixos temáticos, apresentados em um documento base para as discussões. O primeiro eixo destaca a necessidade de uma visão contextualizada da economia solidária na conjuntura econômica e social, caracterizada por uma crise global ou de múltiplas dimensões. O segundo trata dos desafios e das proposições para o reconhecimento das formas de organização da economia solidária. O terceiro aborda as dificuldades e proposições para a organização de um Sistema Nacional de Economia Solidária.

A plenária de abertura da Conferência, “Economia solidária como estratégia de desenvolvimento sustentável”, demonstra o rumo que as discussões também tomam em nível nacional.

Os principais objetivos destas conferências é de realizar um balanço sobre avanços, limites e desafios do setor e das políticas públicas dirigidas a economia solidária; avançar no reconhecimento do direito a formas de organização econômicas alternativas, baseadas no trabalho associativo, na propriedade coletiva, na cooperação e na autogestão; propor prioridades, estratégias e instrumentos de programas de economia solidária e promover a articulação entre Poderes Públicos, organizações e pessoas que constroem a economia solidária.

O Conselho Nacional de Economia Solidária (CONAE) é o responsável pela convocação oficial da Conferência. A primeira ocorreu em junho de 2006.

PROGRAMAÇÃO

II Conferência Regional de Economia Solidária
“Pelo Direito de Produzir e Viver em Cooperação de maneira Sustentável”

Data: 8 de Abril
Local: Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina – ALESC
Sala das Comissões nº 1

8h 30 – Credenciamento dos/as delegados/as

9h – Abertura

9h 30 – Leitura e Aprovação do Regimento da II Conferência Regional de Economia Solidária

10h – Palestra: A economia solidária na região de Florianópolis: percepções e desafios

10h 30 – Intervalo

10h 45 – Eixo temático I: Avanços, limites e desafios da Economia Solidária no atual contexto socioeconômico, político, cultural e ambiental nacional e internacional. Eixo temático II: Direito a formas de organização econômica baseadas no trabalho associado, na propriedade coletiva, na cooperação, autogestão, na sustentabilidade e na solidariedade, como modelo de desenvolvimento.

11h 30h – Debate

11h 45 – Eixo temático III: Prioridades, estratégias e instrumentos efetivos de atuação e de organização de Políticas e Programas da Economia Solidária.

12h 30 – Debate

12h 45 – Intervalo

14h – Trabalhos em Grupos por eixos (I, II e III)

16h – Intervalo

16h 15 – Apresentação dos grupos com as contribuições para a Conferência Estadual

17h – Eleição dos/as delegados/as para a Conferência Estadual de Economia Solidária

18h – Encerramento

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24

Aug

09

Atentado a líder de trabalhadores rurais em SP (3)


Líder sindical Élio Neves. Foto: Wilson Dias (ABr).

Esta matéria da ong Repórter Brasil traz mais informações sobre o atentado ao dirigente sindical Élio Neves, seu estado de saúde e sua atuação em defesa dos cortadores de cana.


Segundo informações da assessoria de imprensa do Hospital São Paulo, em Araraquara (SP), o presidente da Feraesp deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 16h. Ele está com um projétil alojado na nuca (no lado direito da parte de trás do pescoço), que atingiu um músculo e não afetou diretamente a coluna e a medula. O risco de morte, confirma a assessoria, é mínimo. Elio foi sedado e permanece em coma induzido. Dentro de 24 horas, o sindicalista deve ser submetido a novos exames médicos.

Elio Neves ocupa posição de destaque entre lideranças dos trabalhadores rurais. Ele vem participando de diversos fóruns, com papel especialmente ativo na defesa dos cortadores de cana-de-açúcar. No ano passado, Elio concedeu entrevista à Repórter Brasil sobre etanol, a situação atual e os caminhos possíveis para a melhoria das condições do trabalho no campo. Ele também representou os trabalhadores na negociação tripartite do Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condiçõesde de Trabalho na Cana-de-Açúcar (leia mais sobre o acordo e a sua relação com a alimentação e a “lista suja”).

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24

Aug

09

Atentado a líder de trabalhadores rurais em SP (2)

Recuperei de meus arquivos o resumo de uma entrevista que fiz em outubro de 2004 com o líder sindical Élio Neves, representante dos trabalhadores assalariados rurais do estado de São Paulo. Ontem ele sofreu um atentado em sua chácara. Nenhuma insinuação aqui sobre possível motivo ou autoria – cabe à polícia investigar isso. Mas sem dúvida sua atuação política incomoda muita gente.

O presidente da Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados no Estado de São Paulo), Élio Neves, é crítico do “mito do agronegócio” da cana-de-açúcar. Para ele, a opressão e a injustiça são as grandes alavancas da produção, que deixa os benefícios para os usineiros e os custos para a sociedade. A entidade representa 70 sindicatos e 150 mil trabalhadores no estado.

“O Brasil se apresenta ao mundo como grande produtor de alimentos, álcool e açúcar, mas se isso nos traz muito orgulho, também nos deixa estarrecidos com as condições de trabalho”, diz. Neves critica a falta de sustentabilidade ambiental e social do “mar de cana”. “O álcool como combustível limpo é uma grande mentira”, afirma. “Não se produz álcool sem gastar petróleo em toda a linha de produção: tratores, transporte, maquinaria etc.”. Ele classifica de “desastre” o custo social da atividade econômica: “A quantidade de trabalhadores explorados e mutilados é muito grande”.

A saída, acredita, é a mobilização dos trabalhadores e a sensibilização da sociedade para a necessidade de mudança do modelo agroindustrial. Ele salienta que tentar restringir essa discussão ao corporativismo sindical é diminuir seu grau de importância, que interessa a toda a sociedade: “Na cadeia produtiva sucroalcooleira há metalúrgicos, químicos, motoristas e outras categorias que precisariam estar mobilizadas na mesma direção”.

Na avaliação do dirigente sindical, as históricas greves de 1984 e 1985 trouxeram melhorias para os trabalhadores da cana. Mas ele ressalva que da década de 1990 até os dias de hoje houve perdas, pois com a reestruturação produtiva, a estratégia patronal passou a ser extremamente agressiva contra os trabalhadores. “A modernização do setor, acelerada a partir do final dos anos 80, não foi acompanhada sequer por compensações sociais”, assegura.

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