Posts com a categoria ‘jornalismo’

04

Sep

20

Ouvido não é penico

Ontem eu sintonizava a CBN no rádio do carro e mais uma vez fui recordado do motivo por que escuto rádio aberto cada vez menos. Um esquete supostamente humorístico chamado “Corneta do Tarrafa”, que faz piadas ruins apoiado no estereótipo do sotaque manezinho da ilha, apresentou um quadro infame por cerca de dois minutos.
Inspirados nos memes sobre as referências da deputada Flordelis ao som dos tiros que mataram seu marido, os dois locutores fizeram um paralelo com três jingles/músicas contendo “pá, pá, pá, pá, pá”. Da primeira vez foi bizarro, da segunda, grotesco e da terceira senti até o cheiro de esgoto.
Essa estética de comunicação focada no mundo cão, tão a gosto da indigência mental do bolsonarismo, tem produzido espetáculos constrangedores. Quem me conhece sabe que tenho uma visão bastante aberta quanto aos limites do humor, mas o gozo com a miséria humana, definitivamente, ultrapassa o tolerável.
Esquetes-lixo como esse contribuem pra afastar os ouvintes dos diversos conteúdos de qualidade que a CBN ainda tem na sua grade. Quase tão ruins quanto isso são os longos debates vazios enchendo linguiça sobre futebol. Ponto pros podcasts, em que os ouvintes têm um controle bem maior sobre a qualidade do que escutam.
p.s.: Aproveito pra recomendar o ótimo podcast Fronteiras invisíveis do futebol, um programa de História que aborda as realidades de vários países usando o esporte como pretexto.
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06

Apr

20

Coletiva de imprensa pelo Zoom é hackeada por neonazistas

BIZARRO! Coletiva de imprensa com imunologistas do Brasil e EUA, organizada pela Sociedade Brasileira de Imunologia e Agência Bori, com apoio da RedeComCiência, acaba de ser hackeada por neonazistas! Estávamos no Zoom com Karina Bortoluci, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, Daniel Mucida, professor e líder do Laboratório de Imunologia das Mucosas da Rockefeller University; Marina Caskey, do Laboratório de Imunologia Molecular da Rockefeller University; Ana Caetano Faria, pesquisadora da UFMG; e Cristina Caldas, diretora de pesquisa científica do Instituto Serrapilheira. Aos 50 min de conferência, começaram a entrar fotos de Hitler, vozes estranhas e pichações na imagem. A conexão caiu.

Definitivamente, não usem o Zoom.

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31

Mar

20

Jornalistas divulgam material produzido sobre a ditadura militar para furar censura na EBC

Compartilhando:

~
31 de março de 2020. Há 56 anos o Brasil entrava em um dos períodos mais sombrios de sua história. Tantos anos depois, no entanto, é cada dia mais evidente que os crimes da ditadura não acabaram. Eles seguem reverberando. Afinal, a posição de membros do governo de Jair Bolsonaro é de enaltecimento das mortes, torturas e crimes da ditadura militar brasileira.
️ Na EBC, a forma que os jornalistas encontraram de furar a censura colocada na empresa – hoje impedida de se referir ao período como “ditadura militar” – foi publicar os conteúdos de quando ela era pública, pertencente à sociedade, não dirigida por militares. Abaixo, você confere uma lista com esses materiais produzidos pelos jornalistas da casa. Escolha suas preferidas e revisite a história nos termos em que ela deve ser revisitada: como ditadura militar. Para que nunca esqueçamos. Para que nunca se repita.
1) Cronologia do Golpe Militar de 1964 http://www.ebc.com.br/cronologia-do-golpe
2) Vlado: resistir é preciso http://www.ebc.com.br/vlado-resistir-e-preciso
3) Brasil, 1964. Os militares derrubam o presidente João Goulart e assumem o poder https://www.youtube.com/watch?v=ey-Wamp9M8A
4) Caminhos da Reportagem: o que sabem os jovens brasileiros sobre a ditadura militar do país? https://www.youtube.com/watch?v=63zK6DR5QBE
5) Caminhos da Reportagem: Comissão Nacional da Verdade – os crimes da ditadura https://www.youtube.com/watch?v=YgG5lN6KVvA
6) Caminhos da Reportagem: como foi o racismo durante a ditadura https://www.youtube.com/watch?v=UHCQpM2IK14&feature=emb_title
7) Especial traz seleção musical de ex-presos políticos da ditadura http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2014-03/especial-traz-selecao-musical-de-ex-presos-politicos-na-ditadura
8) Máira Heinen fala sobre matéria ganhadora do Prêmio Vladimir Herzog https://www.youtube.com/watch?v=KYU57B-Tf0Y
9) Reportagem da Rádio Nacional da Amazônia ganha prêmio nacional de jornalismo http://memoria.ebc.com.br/radioagencianacional/materia/2012-10-11/reportagem-da-r%C3%A1dio-nacional-da-amaz%C3%B4nia-ganha-pr%C3%AAmio
10) Repórter da Rádio Nacional da Amazônia fala sobre conquista http://www.ebc.com.br/noticias/politica/galeria/audios/2012/10/reporter-da-radio-nacional-da-amazonia-fala-sobre-conquista
11) Ato em Salvador protesta contra impeachment com música e gritos de ordem https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-03/ato-em-salvador-protesta-contra-impeachment-com-musica-e-gritos-de-ordem
12) Integrantes das Mães da Praça de Maio é homenageada na universidade https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016-07/integrante-das-maes-da-praca-de-maio-e-homenageada-em-universidade
13) Especial resgata histórias de centro clandestino de tortura na ditadura militar http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2014-09/especial-resgata-historias-de-centro-clandestino-de-tortura-na
14) Sobreviventes apontam Major Curió como principal torturador em Marabá http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2014-09/sobreviventes-apontam-major-curio-como-principal-torturador-em-maraba
15) Vítimas da ditadura eram obrigadas a ajudar militares em Marabá http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2014-09/vitimas-da-ditadura-eram-obrigadas-ajudar-militares-em-maraba
16) TV Brasil: como a censura afetou o teatro durante a ditadura militar https://youtu.be/-ANFOwLUu_s
17) TV Brasil: censura do cinema durante a ditadura militar https://youtu.be/KuNw2BkjUU4
18) TV Brasil: como a censura afetou a produção musical durante a ditadura militar https://youtu.be/LPmHHH1rBh4
19) Série da TV Brasil: Semana do Proibido: último episódio https://youtu.be/5rNMVpvQAvI
20) Poemas e receitas: os protestos da imprensa contra a censura https://youtu.be/te1jTluBFvs
21) História hoje: há 48 anos campus da UnB era invadido por militares da ditadura http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2016-08/historia-hoje-ha-48-anos-campus-da-unb-era-invadido-por-militares-da-ditadura
22) História hoje: frei Tito foi preso político e lutou pelos direitos humanos http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2016-09/historia-hoje-frei-tito-foi-preso-politico-e-lutou-pelos-direito-humanos
23) História hoje: conheça a trajetória de Carlos Marighella no combate a ditadura http://radioagencianacional.ebc.com.br/politica/audio/2016-11/historia-hoje-conheca-trajetoria-de-carlos-marighella-no-combate-ditadura
24) História hoje: mortes de Edson Luis há 50 anos ficou marcada como dia nacional de luta dos estudantes http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2018-03/historia-hoje-morte-de-edson-luis-ha-50-anos-ficou-marcada-como-dia
25) Comissão de Anistia pede desculpas a professores vítimas da ditadura http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2015-10/comissao-de-anistia-pede-desculpas-professores-vitimas-na-ditadura
26) Comissão Estadual da Verdade apresenta provas do assassinato de Rubens Paiva https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-02/comissao-estadual-da-verdade-apresenta-provas-do-assassinato-de
27) Debate discute resquícios da ditadura no Brasil https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-03/debate-discute-resquicios-da-ditadura-no-brasil-atual
28) Comissão da Verdade ouve agentes da repressão no Rio https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-07/comissao-da-verdade-ouve-agentes-da-repressao-no-rio
29) Professor diz que Anísio Teixeira pode ter sido morto por torturadores https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-03/professor-diz-que-anisio-teixeira-pode-ter-sido-morto-por-torturadores
30) Filhos e netos de perseguidos políticos debatem violência do regime militar https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-12/filhos-e-netos-de-perseguidos-politicos-debatem-violencia-do-regime
31) Documentos liberados provam que EUA sabiam de torturas durante ditadura militar https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2015-07/documentos-liberados-provam-que-eua-sabiam-de-torturas-durante
32) Serie: Operação Condor – https://tvbrasil.ebc.com.br/tags/serie-operacao-condor
33) Serie: Operação Condor – ep. 01 https://www.youtube.com/watch?v=IZRsz2xgtOQ
34) MPF reabre investigações sobre assassinato de Vladimir Herzog https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2018-07/mpf-reabre-investigacoes-sobre-assassinato-de-vladimir-herzog
35) MPF denuncia seis pela morte do jornalista Vladimir Herzog https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2020-03/mpf-denuncia-seis-pela-morte-do-jornalista-vladimir-herzog
36) Geisel autorizou execuções de opositores durante ditadura, diz CIA https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-05/geisel-autorizou-execucoes-de-opositores-durante-ditadura-diz-cia
37) País ainda não “passou a limpo” período da ditadura, diz procuradora https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-05/pais-ainda-nao-passou-limpo-periodo-da-ditadura-diz-procuradora
38) Especial Memórias Reveladas – Projeto do Arquivo Nacional amplia o acesso aos documentos da ditadura nas comemorações dos 30 anos da anistia http://memoria.ebc.com.br/radioagencianacional/materia/2009-09-06/especial-mem%C3%B3rias-reveladas-%E2%80%93-projeto-do-arquivo-nacional-amplia-o-acesso-aos-doc
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22

Nov

19

Amazônia Minada

Jornalismo de dados e programação, associados às boas e velhas técnicas de reportagem, a serviço da proteção da Amazônia contra os saqueadores. Por Hyury Potter:

“Caros, hoje [21/11] lançamos o mapa #AmazoniaMinada, projeto apoiado pelo International Center for Journalists que cruza dados da ANM e do ICMBio para encontrar registros minerários dentro de unidades de conservação de proteção integral da Amazônia, algo que é proibido por lei. O mapa atualiza diariamente os dados e está hospedado no site InfoAmazonia.

# Matéria InfoAmazonia: 
# Mapa Amazônia Minada: 

Sempre que um novo requerimento minerário dentro de UC aparecer, os dados da empresa responsável, minério e área afetada são tuitados automaticamente no perfil @amazonia_minada.  Sigam lá!

Nada disso seria possível sem a trabalheira que o Rodrigo Brabo (desenvolvedor) e a Juliana Mori (visualização de dados em mapas) tiveram nos últimos três meses. Contamos ainda com o apoio e revisão do Gustavo Faleiros (co-fundador do InfoAmazonia) e com a mentoria da Amara Aguilar pelo ICFJ.

Como estamos perto da Black Friday, ainda tem mais! Matéria publicada hoje no The Intercept Brasil, feita a partir da base de dados do #AmazoniaMinada, mostra quais são as empresas que estão de olho na mineração em áreas de proteção. A matéria contou com edição ponta firme da Paula Bianchi e de grande elenco do TIB.

# Matéria no Intercept:

É isso. Leiam, compartilhem, deem RT, curtam, mandem um joinha… Tá valendo tudo. Beijão! ”

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26

Oct

19

Mulher folgada

Compartilho este texto de Leandro Demori, editor executivo do Intercept Brasil, na newsletter da publicação.

Mulher folgada

Juliana Gonçalves e a Bruna de Lara publicaram uma entrevista com a Patricia Hill Collins, lenda do feminismo negro. O título me chamou atenção: Collins considera abandonar o termo ‘feminismo’, pelo bem da própria luta feminista. Lembra alguma coisa? A mim, lembra o uso da palavra ‘golpe’ para o impeachment de Dilma Rousseff, e muitas outras coisas. Palavras importam, e pode-se defender o uso delas – e a disposição para a briga por seus significados – ou o abandono, em nome do recrutamento de mais e mais pessoas em torno de uma ideia.

Patricia Hill Collins, durante o papo com o TIB: “Eu pergunto: ‘por que você tem medo de uma palavra?’. [Risos] ‘O que numa palavra te assusta, a quais interesses você está servindo ao não usá-la e a quais está servindo com o uso da palavra, em termos de como você a entende?’ Se a palavra atrapalha ao ponto de você não conseguir chegar nas questões que ela deveria invocar, significa que o ataque da mídia ao termo feminismo foi bem-sucedido, e é hora de usar outra palavra que descreva aquilo sobre o que você quer conversar.”

Eu perdi algum tempo no Twitter essa semana (na verdade eu perco muito tempo no Twitter todas as semanas), mas também acabei topando com uma sequência do jornalista Igor Natusch. Ele publicou em sua conta (@igornatusch) algumas mensagens com poder para inspirar o Brasil de hoje – o Igor fala da Islândia dos anos 1970 – e que têm muito a ver com o que a Collins disse. Você conhece a história das mulheres que decidiram tirar uma folga em vez de fazer uma greve? Leia, e bom final de semana.

“Há exatos 44 anos, no dia 24 de outubro de 1975, as mulheres da Islândia resolveram tirar um dia de folga – e promoveram mudanças enormes na questão de gênero em seu país.

A desigualdade entre homens e mulheres era grande na Islândia em 1975. Trabalhadoras recebiam, em média, menos de 60% do salário dos homens. No pequeno e gelado país, o senso comum era de que mulheres deveriam cuidar da casa e dos filhos, e só.

Os movimentos feministas da Islândia decidiram, então, promover um “dia de folga”. No dia 24 de outubro, mulheres não iriam ao trabalho, e não fariam nenhuma tarefa doméstica. A ideia, óbvio, era demonstrar a importância delas para o país.

Percebam a astúcia em chamar de “folga”, e não de “greve”. A ideia de um “descanso” angariou simpatia, e ficou bem mais fácil convencer outras mulheres a aderir, em especial as mais velhas – que talvez não topassem a ousadia se fosse associada com a “balbúrdia” de uma greve.

Na véspera do grande dia, o clima era de ansiedade coletiva. Nas repartições, os chefes estocavam papel, lápis e guloseimas. O objetivo: distrair as inúmeras crianças que os pais homens, sem o trabalho doméstico das mães, teriam que levar consigo pro serviço.

Trivia: um dia antes da folga feminina, esgotou-se completamente o estoque de salsichas de porco no país. Motivo: o embutido sempre foi a comida pronta favorita no país, e como não havia qualquer perspectiva da mulherada cozinhar no dia seguinte…

O dia 24 de outubro 1975 foi inesquecível na Islândia, e os relatos das participantes são muito legais. As escolas não abriram, porque as professoras não foram dar aula. As lojas não conseguiram atender, porque não tinha quem ficasse no balcão ou nos caixas.

Os jornais da Islândia tiveram enormes dificuldades para rodar naquele dia, porque as tipógrafas eram quase todas mulheres no país. E os telefones não funcionaram, porque as telefonistas… Bom, vocês já entenderam.

No centro da capital Reikjavik, uma manifestação (hoje lendária no país) reuniu 25 mil pessoas. Talvez não pareça tanto, mas é importante dizer que isso dá MAIS DE 10% DA POPULAÇÃO TOTAL do país à época.

O dia de folga das mulheres islandesas tornou-se um símbolo mundial, e teve consequências muito positivas. Leis garantindo salários iguais para homens e mulheres foram aprovadas e, em 1980, o país teve sua primeira presidente mulher, Vigdís Finnbogadóttir.

NA VERDADE, Vigdís Finnbogadóttir foi a primeira mulher eleita presidente NO MUNDO. “Se me permitem dizer, já que muitos dizem isso para mim: isso mudou tudo”, diz a própria em entrevista posterior, sem falsa modéstia. E tem razão.

Em 2009, a Islândia indicou Jóhanna Sigurðardóttir como primeira-ministra. Ela também foi uma das primeiras mulheres a casar legalmente com outra mulher no país (a novelista e autora de peças teatrais Jónína Leósdóttir).

Até hoje, as feministas da Islândia lembram periodicamente do Kvennafrídagurinn (“dia da folga das mulheres”, em islandês). No aniversário da greve, elas saem mais cedo do trabalho – sempre um pouco mais tarde, simbolizando o quanto se avançou em igualdade até ali.

Em 24 de outubro de 2016, as trabalhadoras islandesas saíram do serviço às 14h38 – três minutos mais tarde do que em 2010. E, ao se reunirem em Reikvajik, fizeram as mesmas palmas que ficaram famosas na torcida da Eurocopa daquele ano.

Enfim, fica aí essa bela história de como uma mobilização bem sucedida produz maravilhas. Obrigado <3.”

Editor Executivo
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30

Aug

19

Cidades mais populosas do Brasil

Exercício de criação de infográfico usando a ferramenta online Datawrapper.

 

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15

Jun

18

Digital News Reporting 2018

Saiu o Digital News Reporting 2018, estudo anual do Instituto Reuters de Estudos sobre Jornalismo da Universidade de Oxford, que envolveu 74 mil entrevistas em 37 países. Alguns destaques sobre o Brasil:
- Um terço dos entrevistados acessam notícias pelas mídias sociais, mas o uso do FB com essa finalidade caiu de 69% pra 52% em dois anos;
- 61% dos entrevistados compartilham as notícias por redes sociais ou e-mail e 38% comentam nas redes ou sites;
- o Whatsapp é fonte de acesso a notícias para 48% dos pesquisados;
- 22% pagam por notícias online, percentual estabilizado e em quarto lugar entre os 37 países pesquisados;
- o uso de adblocks aumentou em um terço, indicando preocupação maior com segurança e privacidade;
- 85% estão preocupados com o que é real e falso na internet:
- nos últimos três anos, a circulação dos 11 maiores jornais impressos pagos caiu 41,4%, enquanto a circulação digital aumentou 5,8%.
~ Dica de Breno Costa, do Brio.

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08

Mar

17

Chineses interessados no vinho de SC

Parreiral com uvas maduras. Foto de Dauro Veras

Parreiral com uvas maduras. Foto de Dauro Veras

A edição 2017 da Vindima de Altitude de Santa Catarina, aberta no dia 3, já trouxe a primeira repercussão internacional. O cônsul-geral da China em São Paulo, Song Yang, confirmou visita ao estado. Embora o roteiro ainda não esteja definido, deve incluir as vinícolas da região serrana. Ele virá em abril, acompanhado por um grupo de empresários.

A indústria do vinho interessa muito aos chineses. Hoje a China é o quarto maior mercado vinícola do mundo, atrás de EUA, Reino Unido e França, e deve chegar à segunda posição até 2020, com US$ 21 bilhões em vendas.

Iniciada há menos de duas décadas, a vitivinicultura de altitude em SC – entre 900 e 1,3 mil metros – está se consolidando com excelentes resultados. Suas 30 vinícolas têm diversos rótulos premiados, com destaque para os espumantes. Também geram empreendimentos no turismo e na gastronomia. Esta semana foram anunciados novos negócios nos segmentos de sorvetes e cosméticos.

O roteiro dos vinhos de altitude foi visitado por uma equipe da agência de notícias Xinhua, maior centro de distribuição de notícias do país asiático, com 300 milhões de acessos/dia no portal em sete idiomas. Seu diretor no Brasil, Chen Weihua, ficou impressionado com a qualidade das vinícolas e acredita que essa cadeia de valor pode gerar boas oportunidades de investimentos. A Vindima de Altitude prossegue até o dia 26 em São Joaquim e municípios vizinhos.

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28

Aug

16

Lembranças de um ex-repórter de polícia

Entrei na reportagem pela editoria de polícia, como tantos focas. Melhor lugar pra aprender a escrever sem firulas, direto ao ponto, com verbos de ação. Cavalo invade delegacia. Acusado de furto faz declaração de amor. Eram tempos mais tranquilos, em que homicídio sempre dava capa – só uns 20 por ano na província, na década de 80.

De vez em quando a calmaria era quebrada. Durante o sequestro dos filhos dos Brandalise em Videira, participei de uma megacobertura de O Estado, acompanhando a parte final: o tiroteio em um prédio de Balneário Camboriú. Baita equipe. Entrei no hospital e entrevistei o sequestrador, ferido e algemado a uma maca.

Meus editores foram o Carlão Paniz e o Paulo Goeth. A eles, e ao então secretário de redação (ou algo assim) Ademar Vargas de Freitas, devo muitas canetadas pedagógicas no meu texto, naquelas laudas de 20 linhas de 70 toques, hoje artigos de museu. Assim como o moderníssimo telex, com aquela fitinha perfurada que trazia os despachos das agências de notícias.

A redação era enfumaçada e barulhenta, com todas as Remington matraqueando na hora do fechamento, as entrevistas por telefone, a rádio-escuta, fotógrafos escolhendo material, editores conversando com diagramadores, piadas e risadas. Dava pra sentir a pulsão no ar: aquelas pessoas encarnavam a confissão de García Márquez de que o “jornalismo é a melhor profissão do mundo”. Fiquei dois anos cobrindo polícia, depois passei pra geral.
#jornalismo30anos

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26

Aug

16

Flashbacks sonoros

A gargalhada solta do Bonson na redação. O vozeirão do Renan com um cartaz na porta do DC, “Quero meu salário!” O som agudo da máquina de telefoto, que baixava uma imagem completa em minutos.
#jornalismo30anos

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