Posts com a tag ‘rádio’

04

Sep

20

Ouvido não é penico

Ontem eu sintonizava a CBN no rádio do carro e mais uma vez fui recordado do motivo por que escuto rádio aberto cada vez menos. Um esquete supostamente humorístico chamado “Corneta do Tarrafa”, que faz piadas ruins apoiado no estereótipo do sotaque manezinho da ilha, apresentou um quadro infame por cerca de dois minutos.
Inspirados nos memes sobre as referências da deputada Flordelis ao som dos tiros que mataram seu marido, os dois locutores fizeram um paralelo com três jingles/músicas contendo “pá, pá, pá, pá, pá”. Da primeira vez foi bizarro, da segunda, grotesco e da terceira senti até o cheiro de esgoto.
Essa estética de comunicação focada no mundo cão, tão a gosto da indigência mental do bolsonarismo, tem produzido espetáculos constrangedores. Quem me conhece sabe que tenho uma visão bastante aberta quanto aos limites do humor, mas o gozo com a miséria humana, definitivamente, ultrapassa o tolerável.
Esquetes-lixo como esse contribuem pra afastar os ouvintes dos diversos conteúdos de qualidade que a CBN ainda tem na sua grade. Quase tão ruins quanto isso são os longos debates vazios enchendo linguiça sobre futebol. Ponto pros podcasts, em que os ouvintes têm um controle bem maior sobre a qualidade do que escutam.
p.s.: Aproveito pra recomendar o ótimo podcast Fronteiras invisíveis do futebol, um programa de História que aborda as realidades de vários países usando o esporte como pretexto.
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22

Oct

09

Espírito de Porco na rádio CBN

Entrevista de Chico Faganello à rádio CBN – 19out2009 by dauroveras
O radialista Luiz Carlos Prates, da rádio CBN de Florianópolis, entrevista no programa Notícia na Tarde o  Chico Faganello sobre o documentário Espírito de Porco, que dirigimos juntos e vamos mostrar em Florianópolis a partir de hoje na Fundação Cultural Badesc.

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22

Sep

09

Direto de Honduras

A Rádio Globo Honduras está transmitindo ao vivo o cerco dos militares golpistas à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Há conflito com o povo que apoia Manuel Zelaya e a polícia e exército estão baixando o pau. Eletricidade, água e telefone da Embaixada foram cortados. Acabo de ouvir disparos ao fundo da transmissão dos repórteres, que estão no meio do povo acompanhando a repressão. Jornalismo de primeira!

Cheguei a este link via artigo da jornalista Elaine Tavares. Trecho:

Hoje, dia 22 de setembro, eram cinco horas da manhã quando o exército hondurenho chegou diante da embaixada brasileira e ali estavam os repórteres da Rádio Globo, relatando tudo. E mais, chamando o povo a sair de casa, a vir para a rua e se manifestar em apoio da legalidade constitucional, que é o retorno de Zelaya ao governo.  Para quem vive num país onde a maioria dos jornalistas é cortesã do poder,  este é um momento de pura emoção. Os jornalistas hondurenhos, pelo menos os da rádio Globo, estão do lado da maioria das gentes. Eles não ficam protegidos pelo exército golpista. Eles ficam no meio do povo, correndo os mesmos riscos.
 
Naquelas primeiras horas da manhã, as gentes que vivem longe da capital, congestionavam as linhas da rádio para passar informação. O país inteiro se expressa pelas ondas livres desta emissora que, apesar de privada e pertencer a um liberal, encontrou no seu corpo jornalístico o esteio onde amparar a realidade vista pelos olhos do povo.
 

Para nós, que somos informados pelo jornalismo entreguista e amorfo das grandes redes do Brasil, ouvir a Rádio Globo de Honduras é quase como sorver o néctar daquilo que devia ser o jornalismo em todos os lugares. Um fazer absolutamente encarnado na vida real, das maiorias, do povo. Um espaço de expressão de todas as vozes e não só de algumas. A equipe de jornalistas da Rádio Globo me enche de orgulho de ser o que sou: jornalista. Alguém comprometido e parcial. Porque não dá para ser neutro diante de um golpe ou diante da destruição da vida das gentes. Que vivam os jornalistas de Honduras, uma categoria que tem o amor e a confiança do povo. Coisa rara e por isso digna de nota.

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