Posts com a tag ‘tuyama’

05

Dec

10

Pelado no paraíso

038

Tenho predileção especial por esta foto que tirei na praia da Guarda do Embaú (SC) no feriado de Corpus Christi de 2008. O modelo é nosso Bruninho, então com dois anos de idade. Nu e descalço, em contato com a água e a areia fina, coisas simples que eu amava fazer na infância – mas quando a gente vira adulto, eles botam a gente na prisão pela ousadia. Momento de felicidade e descobertas intensas, que me ajudou a seguir em frente depois de uma grande perda. Também me agrada neste clique a semelhança com as esculturas de Gustav Vigeland, artista norueguês que retratou de maneira genial a espontaneidade dos corpos humanos. A vida segue, dizem os passos do meu menino.

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09

Feb

09

Augusto Tuyama, um ano de saudade

Ontem fez um ano que Augusto Tuyama nos deixou. Quase tudo o que eu tinha a dizer sobre essa tragédia familiar já está aqui no blog – provavelmente o meu desabafo tenha sido fundamental pra que eu conservasse o equilíbrio. O tempo vai transformando a dor em saudade suave.

Nos primeiros meses eu acordava de madrugada revivendo o acidente e as horas intermináveis do resgate. Cheguei a pensar que iria precisar de ajuda profissional – confesso que ainda não afastei essa ideia de vez, mas tou tentando me curar de outras formas.

Nas horas angustiantes, procuro o sossego das árvores, das plantas que o meu sogro tanto amava. Lembro dele dando risada, contando histórias divertidas ou escutando com gentileza. A maneira livre, desapegada, aventureira e generosa com que Augusto Tuyama viveu é um exemplo que vou guardar pra sempre. Tê-lo conhecido foi uma experiência transformadora.

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11

Aug

08

Dia dos Pais

Domingo trivial e aconchegante junto com os meninos, a amada e a sogra. Eles me acordaram com uma lembrancinha – caneca de café e um pão de mel. Arranquei mato, plantei, bebi vinho, comemos, brincamos, rimos, dormimos, tomei banho com eles, vimos a chuva pela janela. Vida.
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Passamos ao largo do aspecto consumista da data e nos concentramos no melhor da festa: o imenso prazer da convivência cotidiana num dia dedicado ao ócio amoroso – às vezes até o ócio criativo cansa. Saí de casa só uma vez, rapidinho, pra pegar um DVD do Bob Esponja.
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Miguel, Bruno e eu conversamos bastante com papai por telefone. Papo à toa sobre sapos, cachorros, gatos, natação e fisioterapia, revistas ruins e livros bons, comida, temperaturas no Sul e no Nordeste. Esqueci de lhe perguntar sobre as Olimpíadas. Pra que esgotar o assunto?
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Ando de coração mole. O texto dela sobre o pai me encheu os olhos d’água. O dele, sobre o dia em que chegou seu filho, me lembrou os nascimentos de meus dois meninos e a mudança radical que isso representou ao dar sentido a tudo.
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Há duas semanas, a perda que eles tiveram me apertou o coração. Em Il Morto e Lo Straniero, meu amigo lamenta o sogro recém-partido, e como isso o tornou ainda mais estrangeiro em terras italianas. Sofro junto, mesmo que nunca tenha encontrado esse homem especial.
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Falar em sogros especiais: saudade imensa de meu segundo pai, morto há seis meses. Hoje, debaixo de chuvinha miúda, cavoquei buracos no jardim e no quintal pra plantar palmeiras. Com certeza ele estaria me ajudando e tomaríamos cerveja depois. Estava bem perto, senti.

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07

Jul

08

Casamento, batizado e histórias japonesas

Fim de semana movimentado e emocionante. No sábado a cunhada e comadre Sônia casou com meu compadre Antônio Gerassi Neto, depois de uns 15 anos de união que já geraram uma filha e um filho. A cerimônia foi na capelinha do Campeche, com um pequeno grupo de familiares e amigos. Domingo Laura e eu fomos padrinhos de batizado do Eduardo, filho de 11 anos do irmão dela, Carlos, e da Cristina. No meio de preparativos, idas a aeroporto e rodoviária e comemorações, ainda trabalhei na 7a. Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Que teve no sábado um dia inteiro de homenagens ao centenário da imigração japonesa no Brasil. Também no fim de semana o mano Leonardo Camillo ministrou uma oficina de dublagem pra crianças de oito a doze anos. O resultado das atividades da criançada foi exibido ao público ontem à tarde, ficou muito legal.

Um ponto alto foi a presença das tias Maria e Cecília Tuyama, que vieram de ônibus de Santo André/SP depois de muita insistência minha. Elas são irmãs do querido Augusto, pai da Laura e meu segundo pai, que nos deixou em fevereiro. Conversar com elas era quase como revê-lo. São muito parecidas com ele, não só na fisionomia como no jeito de encarar a vida, com humor e tranquilidade. Tia Maria, a mais velhinha, sempre serena, contou várias histórias da infância dela em Nagasaki – ela veio do Japão com cinco anos de idade, num navio que o pai dela, Shungiro, ajudou a construir. Falou sobre a mãe, Ito, que teve uma premonição sobre a bomba atômica e insistiu pra emigrar. Lembrou da dificuldade dos primeiros tempos, da dureza que foi se alfabetizar em outra língua, de Augusto pequeninho que não queria dormir sozinho.

Tia Cecília, sorridente e doce, estava sempre se oferecendo pra fazer massagem em todos da família: “Deixa eu fazer um carinho em você”. Sua intuição lhe dizia o que o corpo da pessoa precisava, onde estavam as dores, as articulações travadas. Minha tensão nos ombros se evaporou. Tia Cecília é herdeira dos dons especiais da mãe – consegue antever situações que ainda não ocorreram. Quando isso acontece e a previsão é trágica, reza muito e às vezes a tragédia é evitada. Ela nos contou isso com naturalidade e lembrou que todas as pessoas têm esse poder, só que algumas aprendem a desenvolvê-lo e outras não. Foi um fim de semana muito especial mesmo, cheio de risadas, amor e amizade.

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19

Jun

08

Centenário da imigração japonesa no Brasil

Sou muito feliz em fazer parte dessa história da imigração japonesa no Brasil, como pai cabeça-chata de dois Tuyamas catarinenses. Quando crescerem, eles vão poder olhar pra trás e se orgulhar de serem netos de Augusto/Hideharu, homem sábio a quem honro com minha lembrança todos os dias. E bisnetos de Shungiro e Ito Tsuyama, que atravessaram o mundo por um sonho.

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18

Jun

08

Dois blogs de olhos puxados

Dia quase todo offline. E no retorno, 50 e-mails me esperando, alguns com uns trabalhinhos urgentes pra atacar. Mas não podia deixar de dar um toque sobre um blog e um texto da vez.

Minha cunhada Ana Tuyama criou ontem um blog onde vai contar a viagem de férias dela com o marido Luimar e os filhotes Amanda, Pedro e João aos Estados Unidos.

E Alexandre Inagaki escreveu um belo texto em que conta como, apesar de pouco ligado às origens, deve muito do que é aos ancestrais: Um japaraguaio nos 100 anos da imigração japonesa.

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05

May

08

Artesanato e entrevista

A cunhada Ana Tuyama, artesã de mão cheia, é a entrevistada da vez no Banana Craft.

Você pode conferir as fotos do trabalho dela no flickr e encomendar produtos na loja virtual.

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03

Apr

08

Ana Tuyama Crafts

Minha cunhada Ana Tuyama, que há mais de dez anos trocou a carreira de bancária pela de artesã (sábia decisão), acaba de inaugurar sua loja virtual. Tem coisas lindas lá. Veja também as fotos no Flickr.

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28

Mar

08

Os provedores de asas

Bonita despedida de um amigo do jornalista Sérgio de Souza – editor da revista Caros Amigos -, que morreu no dia 25.

(…) Sem essa do “descanse em paz”. Ele era calmo e tranqüilo. Mas por dentro um vulcão. Porém sempre sereno. Gente como ele finge que morre, mas deixa suas extensões. Que se libertam e assumem vôos próprios, imaginários ou reais. Sérgio de Souza, mais que o jornalista, foi o provedor de asas, o cara que veio e disse: vai em frente. Abriu caminhos e ensinou os atalhos para vencer as veredas (…)
JÚLIO CHIAVENATO

[via Fernando Evangelista]
~
Não consigo deixar de lembrar do meu sogro ao ler essas palavras. Augusto Tuyama também foi um provedor de asas. Um mestre que chamava os outros de mestre – tava sempre aprendendo enquanto nos ensinava com o exemplo. Tem dias que a presença da ausência bate forte. Fico lembrando o assobio de duas notas que anunciava a sua chegada pra tomar um cafezinho no meio da tarde. Imagino o que ele diria da grama esmeralda que escolhemos pro jardim – o fornecedor, do município de Antônio Carlos, nos foi indicado por ele. Quais seriam seus comentários sobre a ciclovia que estão construindo no Campeche, a chegada do outono e do inverno (“me disseram que aqui fazia frio, mas ainda não vi”, disse no inverno passado), o noticiário político na tevê (“sem Lula o Brasil estaria pior”), o conserto de algum equipamento elétrico ou hidráulico (“noventa por cento é pensamento lógico, dez por cento é técnica”), a árvore nim que deu uma esticada no verão, os meninos que estão esticando todo dia… (“eu gosto tanto do vô, e você?”). É bem como disse a Ana no comentário sobre a andiroba. Quando vejo as obras dele, fico cheio de saudade e de orgulho.

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18

Mar

08

Relato de Anitápolis

O ótimo relato de Giorgia sobre sua visita a Anitápolis – sucursal do paraíso na subida da serra, a 100 km de Floripa – me enche de saudade e boas lembranças. Ela conta sua viagem em três partes. Na segunda, visita a Pousada Passárgada, de Fernando e Regina, onde há poucos meses passei momentos felizes com a família e os amigos. Fico feliz que Augusto tenha vivido o bastante pra curtir com a gente aquele lugar e aquelas pessoas especiais.

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