Posts de 2015

30

Dec

15

A matemática de amassar barro com as costas

Dia dos Mortos no México. Foto de Barney Moss/Creative Commons

Dia dos Mortos no México. Foto de Barney Moss/Creative Commons

Você pode achar esta calculadora de probabilidades um tanto mórbida. Prefiro vê-la como um exercício de riso filosófico — meu pai costumava fazer isso anotando as idades em que as personalidades da enciclopédia abotoaram o paletó. Na comparação, ele se considerava um homem de sorte. Cumpriu sua missão aos 85 anos, quando 70,2% das pessoas já dormiram o sono dos justos, segundo os matemáticos.

Se você só tem 25 anos, a possibilidade de esticar o pernil é de apenas 0,3%. Somos praticamente imortais nesta idade, aproveite — mas não abuse da paciência do anjo da guarda, que às vezes é ruim em matemática. Já as chances de arrefecer o céu da boca antes dos 50, idade que completo no mês que vem, são um pouco mais altas: 3,6%. Se depender de mim, não pretendo estar entre os 99,6% que já bateram biela antes de completar cem anos.

Já pensou em como pode ser reconfortante ter a consciência de que nosso corpo não foi feito pra durar? A gente pode se dedicar de alma muito mais leve aos amigos, beijos de língua, amores, viagens, atos solidários ou solitários, à realização de pequenos e grandes sonhos. E, claro, a chutar o balde do que não nos interessa. Um momento de cada vez, sem auto-ilusão e sem se estressar com o triste pio. É o que temos.

Afinal, pra que se preocupar com o dia de dar o peido mestre, sair com os pés pra frente, ter a conta feita, dar o couro às varas, fazer tijolo, ir para o jardim das tabuletas, amassar o barro com as costas, dar com a cola na cerca, morder o pó, perder a colher, colocar o pijama de madeira, esticar o alcatre, desconectar geral, mudar pra cidade dos pés juntos, se isso está fora do nosso controle? Carpe diem e feliz 2016!

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Esta crônica foi inspirada no texto Your body wasn’t built to last: a lesson from human mortality rates

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29

Dec

15

Leituras de 2015: DVeras Awards

Compartilho com os viciados em livros a minha lista de leituras concluídas em 2015. A maioria é de ficção e está numerada mais ou menos na ordem cronológica em que me chegou às mãos. Ficam de fora as leituras de trabalho e as obras que venho degustando aos golinhos – como O som e a fúria, de Faukner, denso e multifacetado; Um prazer fugaz: cartas de Truman Capote, interessante, mas desigual; e Voces de Chernóbil, reportagem da Nobel de literatura Svetlana Alexievich, de uma humanidade devastadora, ainda sem tradução pro português. Incluí dois contos de García Márquez, um de Bolaño e um de Chandler pescados na internet, pequenas obras-primas que valem por livros inteiros. Os de Gabo têm títulos fantásticos de bons.

O resultado compõe uma boa variedade de estilos, temas e nacionalidades – são 29 representantes dos Estados Unidos, Brasil, Japão, Suécia, Chile, Peru, Colômbia, Escócia, Itália e Canadá.  Todos à sua maneira me fizeram companhia amiga ao longo deste ano bruto que já vai tarde. Com esses autores e autoras, viajei sem sair da minha rede no quintal. Tangi gado no lombo de um burrinho em Minas (26). Bebi feliz com amigos poetas em Lima (18). Toquei no colo de Evita na Casa Rosada (13). Conheci uma estranha sedutora em Istambul. Fui abduzida enquanto me prostituía (15). Testemunhei um duplo homicídio em Moçambique (7). Encarei a espera e a solidão num apartamento de Santiago (6). Tive uma lua-de-mel inesperada em Paris (8). E no Rio, amei uma mulher de aliança que não era o que parecia… (25)

Difícil apontar meus favoritos do ano. Mas listas servem pra isso mesmo: despertar curiosidade, motivar outras listas, criar polêmica. E também para dar uma ilusória sensação de ordem no meio do caos. Sigo a brincadeira do DVeras Awards de anos anteriores e aponto os top de 2015 em negrito – mas vamos combinar que Guimarães Rosa, Rubem Braga, Gabo e John Fante são hors-concours, tá? Ao final, faço um breve comentário sobre as escolhas e anuncio o campeão do ano. Boas leituras.

  1. Pacto Sinistro (Patricia Highsmith)
  2. Recado de Primavera (Rubem Braga)
  3. Tudo é eventual (Stephen King)
  4. 1933 foi um ano ruim (John Fante; releitura)
  5. Caçando carneiros (Haruki Murakami)
  6. A vida privada das árvores (Alejandro Zambra)
  7. O homem de Beijing (Hennig Mankell)
  8. El rastro de tu sangre en la nieve (Gabriel García Márquez)
  9. A zona do desconforto (Jonathan Franzen)
  10. Sensini (Roberto Bolaño)
  11. O homem que virou fumaça (Maj Sjowall e Per Wahloo)
  12. A quinta mulher (Hennig Mankell)
  13. A quiet flame (Philip Kerr)
  14. El tren (Raymond Chandler)
  15. Contos fantásticos: amor & sexo (Bráulio Tavares, org.)
  16. Noites do sertão (Guimarães Rosa)
  17. Meus desacontecimentos: a história da minha vida com as palavras (Eliane Brum)
  18. Contarlo todo (Jeremías Gamboa)
  19. Número Zero (Umberto Eco)
  20. A grande fome (John Fante)
  21. A garota na teia de aranha (David Lagercrantz)
  22. Punto de fuga (Jeremías Gamboa)
  23. F (Antonio Xerxenesky)
  24. Sobre a escrita: a arte em memórias (Stephen King)
  25. Histórias curtas (Rubem Fonseca)
  26. Sagarana (Guimarães Rosa; terceira releitura)
  27. En este pueblo no hay ladrones (Gabriel García Márquez)
  28. Sobre encontrarse a la chica 100% perfecta una bella mañana de abril (Haruki Murakami)
  29. Ódio, amizade, namoro, amor, casamento (Alice Munro)

Sobre a escrita é o relato da trajetória de Stephen King no universo da linguagem, desde a infância à consagração como um dos grandes talentos da literatura fantástica. O livro traz orientações preciosas para quem pretende escrever profissionalmente. Pode acreditar, o homem sabe do que fala. Um de seus conselhos: “Você pode abordar o ato de escrever com nervosismo, excitação, esperança ou desespero. Faça isso de qualquer forma, menos sem seriedade”. “A narrativa tem também uma parte confessional para quem busca entender os bastidores do processo criativo do autor e as dificuldades que ele enfrentou. Muito bom.

Contarlo todo, romance de estreia do peruano Jeremías Gamboa, me impressionou pela fluência com que relata a vida do jovem protagonista, morador da periferia de Lima que resolve seguir o jornalismo e depois troca a profissão pela de escritor. A sensação de não-pertencimento, a busca do sonho, a cumplicidade dos amigos, as armadilhas do amor e da solidão, ingredientes frequentes nos romances de formação, aparecem de maneira original e cativante. Devorei o livro pouco tempo depois de uma viagem ao Peru. Meu prazer com essa leitura também se deve às identificações pessoais que tive com a história – o cotidiano das redações e seus personagens me trouxeram vários flashbacks –  e ao reconhecimento de vários cenários urbanos, como os do bairro boêmio de Barranco. Em seguida, li o livro de contos dele Punto de fuga, escrito antes, que comprova sua maturidade narrativa. Recomendo ambos.

Meus desacontecimentos foi, pra mim, o grande acontecimento de 2015 em termos de leitura. A repórter e documentarista Eliane Brum narra a descoberta e fascinação precoce com as letras, que moldou toda a sua trajetória de vida. História tocante, contada com emoção, domínio do idioma e apuro estético – aliás, marcas presentes em seus textos jornalísticos e de opinião. Meus desacontecimentos é o ganhador do DVeras Awards 2015. É um livrinho bom de ler anotando. Gosto muito deste trecho, entre tantos outros: “Meu pai pouco falava comigo pela boca, mas dizia muito com os olhos. Nas andanças pelo Brasil que, muito mais tarde, eu faria como repórter, escutei de homens e mulheres das mais variadas geografias uma expressão que revela a finura da linguagem do povo brasileiro: ‘Sou cego das letras’. Era como expressavam, em voz sentida, sua condição de analfabeto. Luzia, com esse nome tão profético, arrancou meu pai da cegueira das letras. E, com ele, todas as gerações que vieram depois. E as que ainda virão. Era isso que, ano após ano, ele agradecia à beira do túmulo de Luzia. E eu escutava, com os olhos”.

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16

Dec

15

Minhas impressões sobre Oração do amor selvagem

Ivo Muller e Chico Diaz. Crédito: Sabrina Bertolini

Ivo Muller e Chico Diaz. Crédito: Sabrina Bertolini

Não sou crítico profissional de cinema. O que sei é quando gosto ou não gosto de um filme, embora a maior parte dos motivos pra isso provavelmente esteja além da avaliação racional. Se gosto, recomendo. Se não, fico na minha, ou em casos extremos, comento com os mais chegados — acredito que mesmo um filme ruim pode ensinar. De tanto vê-los desde os sete anos de idade e por também trabalhar com roteiros, aprendi uma coisinha ou outra sobre a combinação de técnica e arte envolvida na construção de uma obra audiovisual. Assim, posso ir além da platitude de dizer que gostei “porque sim”, como martela o bordão daquela cerveja ruim. Pois bem, gostei muito de Oração do amor selvagem, dirigido por Chico Faganello, que estreou semana passada. Compartilho minhas impressões, consciente de que é só uma opinião e que, mais seguro que confiar na minha, é melhor você ver o filme e formar a sua.

Antes de prosseguir, aviso que minha avaliação é suspeitíssima, pois sou amigo do Chico há trinta anos. Já fizemos várias parcerias profissionais, conheço seu método de trabalho e vi filmes dele que não gostei, ou não entendi direito. Assim, me sinto bem à vontade pra afirmar que esta obra é uma mostra inequívoca do seu amadurecimento como cineasta. Oração do amor selvagem faz uma reflexão porrada sobre intolerância religiosa em uma pequena comunidade do interior de Santa Catarina, que poderia ser qualquer lugar do mundo. É contada com sensibilidade, roteiro competente, atores bons e entrosados, fotografia e trilha sonora marcantes, áudio de qualidade. Saí impactado da sala de cinema e decidi esperar dois dias antes de escrever, pra digerir melhor. Nem sempre os grandes impactos são sinônimos de qualidade, já dizia a parede esburacada pra furadeira elétrica. Neste caso, é.

Um dos grandes méritos de Oração é ter conseguido resgatar a química das narrativas contadas ao pé do fogo desde sempre. Sem maneirismos estilísticos. Complexa e cheia de camadas, mas com a simplicidade dos bons causos com cor local e eco universal. A trajetória do caboclo Thiago — incorporado de maneira quase sobrenatural por Chico Diaz — avança num ritmo seguro, que começa lento e vai pegando embalo, nos envolvendo na correnteza. Não é um “filme de autor”. A gente percebe a marca do trabalho de equipe o tempo inteiro, tanto nas vigas-mestras quanto nos detalhes — a camisa puída que o protagonista abotoa, os diálogos e as pausas, os gestos que expressam a dúvida existencial, a busca da felicidade e da paz/redenção. Há um denso subtexto, quase nada está ali por acaso.

Fiquei impressionado com o talento do ator Ivo Müller na interpretação do pastor obcecado pela irmã e pelas ideias distorcidas sobre religião. Antagonista poderoso, é ao mesmo tempo repulsivo e digno de pena. Como bem lembrou a Adriane Canan, embora o filme tenha homens como personagens centrais do conflito, as personagens femininas são fundamentais pra mover esse drama de amor e ódio. Mulheres que buscam a felicidade em meio à repressão. Sandra Corveloni interpreta a viúva Anita e sua bondade ambígua na medida certa. Camila Hubner convence como a irmã do pastor, oscilante entre a castidade e o desejo. A menina Camilla Araújo, que faz a filha de Thiago, é um destaque à parte com aqueles olhos lindos onde cabe um mundo.

Gostei muito da fotografia do Marx Vamerlatti, que aproveitou ao máximo a luz natural, inspirado na pintura de Vermeer e em Sangue Negro de Paul Thomas Anderson, como nos contou no debate mediado por Jose Geraldo Couto, logo depois da sessão. A trilha de Zeca Baleiro e o coral da cidade de Antônio Carlos, onde foram feitas as filmagens, foram vitais pra criar o clima. Minha cena preferida, sem spoiler? A da chuva vista da janela. Não só por ser síntese do espírito libertário do protagonista. É um eco da minha primeira lembrança de infância (e lá se vai o racional pras cucuias). Falhas? Achei a atuação dos policiais pouco convincente e algumas cenas da primeira parte podiam ter sido cortadas sem prejuízo da narrativa — nada que tenha comprometido a verossimilhança ou a qualidade da montagem.

Oração do amor selvagem merece ser visto com atenção. O tema é da hora e é de sempre: a relação do humano com o divino e como isso às vezes descamba para a violência obscena. Adorei ver Santa Catarina retratada com tanta competência no cinema, numa história xucra como a vida e doce como o amor.

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20

Sep

15

Ainda sob impacto de Que horas ela volta?. Filmaço! Diz tanto sobre a história do Brasil e sobre a condição da mulher. Sensível, inteligente, bem humorado e sem discurso panfletário. Sem dúvida, um dos melhores filmes da década. De baixo orçamento e poucas locações, sem tiros, sem efeitos especiais e sem perseguições de carro. Pleno de vigor, com roteiro e interpretações primorosas. Gostei muito dos detalhes sutis que ajudam a contar a história, como a cuba de gelo vazia no congelador e “o sorvete de Fabinho”. Fico curioso pra saber como vai ser visto em outros países. Essa herança escravagista misturada com cordialidade hipócrita deve ser meio difícil de entender por quem não é brasileiro. “Que horas…” vai além disso, aponta pra mudanças. Vejam, e levem os filhos, pais, maridos, namorados e alunos.

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12

Sep

15

Brunitezas: café-da-manhã saudável

No café-da-manhã.
- Bruno, é bom comer fruta todo dia. Escolha uma fruta.
- Bolo de laranja.

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12

Sep

15

Correria de sexta-feira

Narceja, 9 meses

Chego em casa, o telefone tocando, o alarme entra na contagem regressiva de 30 segundos pra disparar, desligo o alarme e corro pra atender, aí um aviso começa a piscar no micro – restam 5% de bateria, a tomada tá mal colocada -, procuro os óculos e falo amenidades enquanto tento ligar a pessoa ao projeto correto (quem nunca?), a gata começa a miar, encontro os óculos, abro uma planilha e busco por palavra-chave, 4%, consigo fazer a conexão pessoa-projeto, a gata continua miando, 3%, me agacho pra ajeitar o plugue na tomada embaixo da mesa sem soltar o telefone, mais miados, fim do telefonema. Bem-vinda, tarde de sexta-feira no home-office. Vou ali botar a comida da gata.

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25

Aug

15

Turismo de aventura em Santa Catarina

Criança pratica rapel em Santo Amaro da Imperatriz (SC). Foto de Caio Cezar.

Criança pratica rapel em Santo Amaro da Imperatriz (SC). Foto de Caio Cezar.

Com as pernas flexionadas, Enzo Dutra Pasetti desce nas pedras do riacho, sustentado pelo equipamento de segurança. Os respingos de água fria e a dança dos raios de sol na floresta dão sabor especial à sua primeira experiência de rapel de cachoeira. Enzo é orientado de perto pelo instrutor Juliano Martins. A descida termina em uma piscina natural e ele logo está pronto para outra atividade: o arvorismo, um passeio pela copa das árvores a 15 metros de altura. Estamos no hotel Plaza Caldas da Imperatriz, uma estância de águas termais a 48 km de Florianópolis, entre montanhas e Mata Atlântica. Enzo, sete anos de idade, está maravilhado com a experiência. Este é um dos muitos lugares de beleza natural extraordinária que fazem de Santa Catarina um dos melhores destinos brasileiros de turismo de aventura para todas as idades.
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08

Aug

15

“Preconceito é preguiça de pensar”

LigiaFascioni_web

Uma entrevista com a engenheira e consultora Lígia Fascioni sobre os desafios da inovação, design thinking e a importância da musculação cerebral.

Entrevista a Dauro Veras
Julho de 2015

Peço licença para abrir este texto com uma digressão e autorreferência pouco usual. Esses dias fiz uma estimativa conservadora do número de pessoas que já entrevistei em meus 29 anos como repórter: em torno de 9 mil, nas mais diversas áreas de conhecimento. Muitas dessas conversas jamais vieram a público. Guardo em mente o conselho de um antigo professor, Miguel de Urabayén. Ele costumava dizer que o bom jornalista só publica 10% do que sabe. Outro aforismo do mestre espanhol ajuda a reforçar a autoestima deste especialista em generalidades: “O bom jornalista não é aquele que sabe; é o que sabe quem sabe.”

Numa simplificação extrema, as pessoas que entrevistei poderiam ser classificadas em três categorias do ponto de vista do interesse jornalístico, na ordem decrescente de quantidade: as irrelevantes, as interessantes e as indispensáveis. Faz parte desta última categoria um pequeno número de indivíduos inquietos, criativos, movidos por grandes desafios intelectuais e que são generosos ao compartilhar conhecimento. Assim é Lígia Fascioni: alguém que deixa sua marca por onde passa e nos ajuda a ir além dos lugares comuns.

Engenheira eletricista de formação, Lígia tem transitado sem susto entre a robótica e o design, a aviônica e o estudo de idiomas, o marketing corporativo e a arte de viajar de motocicleta. Também fotografa e escreve bem – é autora de sete livros e mantém um blog sobre seus temas de interesse (veja os links). Desde 2011 ela mora com o marido em Berlim, de onde, em julho, me respondeu por e-mail algumas perguntas sobre inovação. Acho que esta entrevista deixaria satisfeito o professor Urabayén, pois faz parte das 10% das minhas conversas que merecem ser publicadas e a fonte domina o assunto. Mas a avaliação cabe a você.

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21

Jun

15

FAM 2015: amor, arte, sonhos e resistência

Sábado de fortes emoções no ‪‎FAM‬, em dois filmes que dialogam entre si ao falar de amor, arte, sonhos e resistência. Primeiro, Desculpe pelo transtorno: o Bar do Chico. Debulhei lágrimas vendo a história desse homem querido que aglutinou tanta gente boa. Seu Chico e o bar já não estão mais aqui, mas viraram símbolo da luta de todos os que amam Floripa contra os que só amam o dinheiro. História local com ecos universais, o documentário já está inscrito em mais de 40 festivais pelo mundo.

À noite, vimos Los Hongos, belíssimo filme colombiano sobre dois adolescentes no mundo de hip-hop, skate e grafiti de Cali. A trilha é excelente (uma palhinha no trailer oficial aí embaixo), o clima é pra cima, o roteiro, repleto de subtextos sem ser chato, e os personagens, bem construídos. Tem uma abuelita encantadora que faz quimio, ganha massagens na cabeça do neto e dá um conselho pra ele e pro amigo: “Meninos, vocês deviam acordar mais cedo. Assim sobra mais tempo pra vagabundar”. Saí da sala ainda mais apaixonado pelo cinema.
#FAMdetodos

Os trailers

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19

Jun

15

Partidas de outono

Um outono de despedidas de pessoas especiais que fizeram a travessia. A querida amiga Elô Schefer, depois de uma longa briga contra o câncer. Tia Sara e tio Daltro, com 28 dias de intervalo entre si. Dona Terezinha, mãe do Chico Faganello, a bondade em pessoa. Fiquem em paz, sua herança está com a gente. E que venha logo o inverno. A vida segue.

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