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Feb

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Por uma vida mais off-line

Crédito da imagem: Tim Barber. Fonte: Don't Touch My MoleskineExcelente entrevista de Dani Arrais com David Baker, professor na School of Life e ex-editor da versão inglesa da Wired. Ele vive uma descoberta existencial semelhante à minha, embora em ritmos e contextos diferentes. Na pauta, o excesso de informação proporcionado pela internet, o desafio de viver a solidão (“solitude” em oposição a “loneliness”) de forma significativa e criativa, o trabalho como algo prazeroso e não escravizante, o contato face a face com as pessoas, enfim, a vida simples de quem aprendeu a valorizar as delícias do mundo analógico. ~ via Laura Tuyama e Ligia Moreiras Sena.

Trecho:

- Como você organiza sua rotina para dar conta de fazer tudo?

Acredito muito que devemos trabalhar o mínimo possível, da maneira mais esperta que der. Acho que somos capazes de coisas maravilhosas, mas, especialmente no trabalho, fazemos com que ele dure muito mais. É o sistema. Nós pagamos as pessoas por hora, dia, mês. Elas não são encorajadas a trabalhar com rapidez, mas sim devagar. Eu trabalho pra mim. Se alguém me pede pra fazer uma coisa, é uma vantagem se eu fizer rapidamente. Quanto mais espaço você tem na sua vida, mais coisas boas acontecem. Eu tomei uma decisão há alguns anos de trabalhar menos, ganhar menos e gastar menos. Vivo confortavelmente, não sou um milionário. Entre os meus amigos, provavelmente, sou o que ganha menos, mas sou o que tem mais tempo. E pra mim essa troca foi bonita. Como resultado, quando trabalho, faço isso de maneira esperta e satisfatória para mim e para as outras pessoas.

Em casa, meu ritmo. Descobri recentemente que gosto de acodar cedo. Vou para cama às 22h30, acordo às 7h. Sou inglês, preparo um chá, levo meu laptop pra cama, passo umas duas horas, faço o primeiro turno de emails. Escrevo alguma coisa. Está tudo calmo lá fora, não tem ninguém por perto. Como resultado, a maioria das coisas que preciso fazer estão acabadas às 9h. Gosto de, todo dia, estar em um lugar analógico. Gosto de nadar em água fria num lugar aberto. Pego minha bicicleta. Tem água, floresta, pássaros, é o oposto da internet, é analógico. E gosto de passar tempo nesse mundo. Quando volto, faço o segundo turno de emails e o dia chega ao fim. Em escritórios nós perdemos tempo. Não precisamos ser escravos. Especialmente pessoas que todos os dias ficam até tarde no trabalho. Eu não acredito que elas tenham tanto para fazer todos os dias.

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One Response:

  1. Em 12/03/14, 06:17, Megui disse:

    Valeu pela dica. Tenho discutido muito essa mudança de relacionamento com o mundo e pessoas.


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