Posts com a tag ‘amigos’

01

Nov

10

Bem-vindo, novembro

Em casa, depois de uma semana trabalhando em São Paulo e no Rio, cidades que eu não visitava há dois e sete anos. Foi uma viagem boa, cheia de encontros e reencontros, mas com pique acelerado. Revi uns poucos amigos, dos tantos que eu queria encontrar – Yan, que me abrigou em seu cafofo em Perdizes, e seu pequeno flamenguista Arthur, com quem brinquei de carrinhos hot-wheels; Marques, Mauricinho e Cris; mano Leo, que me levou pra conhecer sua chácara em São Lourenço da Serra; os compadres-cunhados Sônia e Neto + os lindões Corina e Bidu, com quem jantei uma deliciosa pasta italiana. Visitei a redação do Valor Econômico e conheci ao vivo pessoas com quem só me comunicava por telefone e e-mail.

Dois toques de tristeza: recebi a notícia da morte de tia Elcy, irmã de minha mãe que vivia em Niterói. E no dia 28, lembrei com intensidade dos 20 anos da morte de minha mãe, mas a agenda tava tão corrida que precisei deixar as memórias de lado (não sem antes me dar conta que, embora a saudade seja eterna, o tempo é rei e alivia as piores dores). Revi Botafogo – onde moramos em 2000 e 2001 -, regiamente instalado no apê do Raulzito. Fui ao aniversáro + despedida da Renata, que tá indo pra Moçambique com o marido. Caminhei pelas ruas do centro do Rio, andei de ônibus pelo aterro, almocei no Capela na Lapa, tomei café com o Zé Dassilva. De repente, entrei num tubo metálico voador e cá estou, no sossego do Campeche, ouvindo passarinhos pela janela e as brincadeiras de Miguel e Bruno. Viajar é bom, voltar é ótimo.

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21

Oct

10

The big voyage

Família Chambe-Eng em NY

Família Chambe-Eng em NY. Outubro de 2010.

Tou há dias pra escrever sobre isso, mas a a fase é de correria, como você deve ter notado pelo espaçamento entre os posts. Há mais ou menos um mês, nossos amigos Eirik e Hélène Chambe-Eng, acompanhados dos filhos Adrian (12 anos), Viktor (10) e Iseline (7), trocaram o aconchego de sua casa em Oslo por uma aventura que é o sonho de muita gente: dar a volta ao mundo. Depois de meses de planejamento, definição do roteiro e providências práticas, eles começaram em grande estilo, voando pra San Francisco. Visitaram o Grand Canyon e outros lugares / amigos, foram pra Costa Leste e estão agora em New York. Daqui a pouco tempo, vão estar na Amazônia peruana. Em The big voyage, meu amigo viking está narrando com estilo e humor os deliciosos desafios de conhecer o planeta com três crianças durante sete meses. O nome do blog – que é bilíngue, em inglês e francês – se refere à família multicultural: Eirik e as crianças são noruegueses, Hélène é francesa.

Preikestolen

Fiorde Preikestolen. Eirik, Hélène e Laura. Stavanger, Noruega, 1997.

Apenas duas cidades brasileiras estão incluídas no roteiro: Foz do Iguaçu e… Floripa! Sim, a grande notícia é que os amigos vêm nos visitar no fim do ano. A última vez que nos encontramos foi na primavera de 1997, quando nos hospedamos na casa deles em Oslo. Viajamos juntos pela Noruega (entre os lugares incríveis, o fiorde Preikestolen, da foto) e depois nos reencontramos em Praga. Sintonia perfeita entre dois casais então sem filhos. Havíamos nos conhecido numa viagem à Patagônia, em 1996, quando demos umas mochiladas juntos. Agora eles vão pintar pra uma visitinha com a prole, antes de prosseguir viagem rumo à Argentina, Chile, Polinésia e Austrália. Vai ser um verão divertido. Acho que vamos ter um bom futebol de praia.

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06

Oct

10

A festa no céu

A festa no céu / The party in the sky. Texto de Antonio Rocha e ilustrações de Cedric Dawson

O amigo e grande mímico/contador de histórias Antonio Rocha, carioca que mora há duas décadas no Maine, EUA, acaba de estrear como escritor de livros infantis. Ele lançou a edição bilíngue A festa no céu/The party in the sky, adaptação de uma história popular que povoou minha imaginação na infância.

O livro é ilustrado por Cedrick Dawson, que mora na Flórida. Eles não se conhecem pessoalmente e fizeram todo o trabalho se comunicando a distância. “Foi um grande aprendizado”, me disse Antonio, que ficou com vontade de fazer outros.

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16

Sep

10

15 amigos em 15 minutos

Recebi esse comentário do amigo Maderfrânio, que me deixou muito feliz por estar na lista. Os nomes de 6 a 15 são de irmãos dele.

15 AMIGOS EM 15 MINUTOS ( NA0 NECESSARIAMENTE NESTE ORDEM )

1- dauro veras
2- andre veras
3-camilo veras
4-flavio
5-etemistocles
6-mazotopisteles
7-mequistapache
8-marcolandio
9-merempedes
10-milhomens
11-mupamixades
12-modlipelinda
13-mansglio
14-maridinagema
15-marilandia

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05

Sep

10

Impasse: entrevista com os diretores

Impasse. Foto: Denis Schneider.

Impasse. Foto: Denis Schneider

Entrevistei Juliana Kroeger e Fernando Evangelista sobre o documentário Impasse, que eles vão lançar no dia 16 às 19h30 na Reitoria da UFSC. O filme mostra as manifestações estudantis contra o aumento nas tarifas de ônibus de Florianópolis e aborda a questão da mobilidade urbana. Ju enfatiza a importância de se fazer um jornalismo honesto, buscando sempre “a melhor versão da verdade”. Fernando conta como se surpreendeu com o tom das manifestações, cheias de arte e riso. Outro fato marcante pra eles foi o assustador despreparo do poder público. Durante a cobertura, alguns integrantes da equipe de filmagem foram atingidos por disparos de taser, armas de choque que a PM parece usar como brinquedinhos e que, em certas circunstâncias, podem ser fatais.

O que motivou vocês a fazer o filme?

Juliana: A importância, a urgência e a proximidade do tema.

De que forma a experiência de vocês em coberturas de zonas de conflito foi útil na realização deste documentário?

Impasse. Foto: Juliana Kroeger.

Impasse. foto: Juliana Kroeger.

Juliana: Uma coisa importante em qualquer conflito, eu acredito, é mostrar que você é jornalista. Você não é policial, não é militante, não é estudante, você está ali para ouvir todos os lados e reproduzir o que você está vendo, ouvindo e sentindo da maneira mais honesta possível. Você está ali para relatar, como disse Carl Bernstein, um dos repórteres do Caso Watergate, “a melhor versão possível da verdade”. Ser jornalista, na hora da confusão braba, às vezes serve de proteção, outras vezes não. Nesse caso específico, serviu. Conseguimos fazer nosso trabalho sem restrições. O único problema é que, principalmente nos primeiros dias, a manifestação estava infestada de policiais se passando por jornalista e alguns estudantes ficavam desconfiados com a gente. Tomamos o cuidado de usar sempre o crachá da Doc Dois e levar nossa carteira de jornalista. Dessa vez, pela experiência, íamos acompanhando as manifestações já prevendo para onde correr em caso de conflito, mas tendo sempre em mente que só podemos fazer boas imagens se estamos muito próximos. Em 2004, na chamada “Revolta da Catraca”, fui atingida por uma bala de borracha. Neste ano, saímos ilesos, mas alguns integrantes da nossa equipe foram atingidos com tasers, as armas de choque. O fotógrafo Hans Denis recebeu um choque no estômago e o cinegrafista Carlos Cazé recebeu um choque nas costas.
Não é raro que documentaristas comecem um projeto com uma idealização da realidade e essa imagem se transforme durante a apuração. Isso aconteceu com Impasse ou vocês confirmaram a hipótese inicial? Quais foram as surpresas do caminho?

Impasse. Foto: Juliana Kroeger.

Impasse. Foto: Juliana Kroeger.

Fernando: Uma das coisas mais fascinantes do trabalho jornalístico, pra mim, é essa surpresa diante da realidade. É esbarrar com alguma coisa que não estava prevista, é sair do roteiro, é encontrar pessoas ou fatos que nos façam perceber determinada realidade de forma diferente. Eliane Brum tem um texto lindo sobre isso. Ela diz que o grande barato de ser repórter é a surpresa diante do mundo. Minha primeira surpresa foi ver um pessoal muito jovem, boa parte secundarista, fazendo política com bom humor e com criatividade. Aquela coisa das caras amarradas, punhos cerrados, nesse movimento daqui, pelo menos nas cinco semanas de manifestações, foi substituída pela leveza, pela arte e pelo riso. É um movimento sem líderes fixos, totalmente horizontal, sem ligação com partidos políticos. Isso me surpreendeu de verdade. Eles viraram de cabeça para baixo aquela forma de luta que eu conhecia. Quando começamos a gravar, pensei que os atos estavam sendo organizados pelo Movimento Passe Livre. Não estavam. Também não sabia que o Movimento Passe Livre não luta mais pelo Passe Livre, mas pela Tarifa Zero. Não sabia nada sobre a política da Tarifa Zero. Não sabia que 38 milhões de brasileiros não podem pegar ônibus por causa das tarifas e nunca tinha pensado que o transporte público, na verdade, não é público. Se você não tem dinheiro para pagar a educação do seu filho, você tem a possibilidade de colocá-lo numa escola pública. Você tem a saúde pública, através do SUS, você tem a segurança pública, mas o transporte, não. O transporte tem que ser pago. Nunca tinha pensado nisso. E me surpreendeu ainda a incapacidade desses jovens, tão criativos, de unir forças com os trabalhadores do transporte, com os motoristas e cobradores. Existe um oceano separando essas duas forças. Além disso, muitos deles continuam vendo a polícia como o principal oponente, mas isso não me surpreendeu.
O que mais lhes chamou a atenção na postura do poder público e na cobertura da mídia sobre os conflitos? O que o filme agrega de diferencial?

Impasse. Foto: Pedro Machado.

Impasse. Foto: Pedro Machado.

Fernando: Sobre a postura do poder público, me surpreendeu a incrível falta de tato, de jogo de cintura e de inteligência mesmo. Um despreparo assustador e explícito. Sobre a cobertura da mídia, apesar de não ter acompanhado atentamente, acho que foi melhor do que a cobertura de 2005. Nosso documentário faz a cobertura das manifestações, da ação da polícia, com um pouco mais de profundidade do que tem passado nas tevês, até porque na televisão temos matérias e nossa história é documentário, então a diferença começa pelo tempo. E, segundo, acho que tem uma diferença de abordagem. Um exemplo: temos bem claro que uma das funções do jornalismo é fiscalizar o poder, seja ele qual for. Isso poder parecer arrogante e pretensioso, mas não vejo isso na grande mídia hoje em dia. Não vejo nem na grande mídia, marcadamente de direita, nem vejo no que se convencionou chamar de imprensa alternativa ou independente, tradicionalmente de esquerda. Pra mim, tanto um lado quanto outro, com honrosas exceções, têm usado seus espaços para fazer propaganda ideológica e não jornalismo. E, agora, em época de eleição, isso está cada vez mais evidente. É Fla-Flu midiático, muito apaixonado e pouco objetivo.
Na avaliação de vocês, por onde passam as soluções para o impasse na crise de mobilidade urbana de Florianópolis? Que ensinamentos esse conflito pode dar para outras cidades que enfrentam o problema?

Impasse. Foto: Daisy Schio.

Impasse. Foto: Daisy Schio.

Fernando: Fazer viadutos, faixas especiais para os ônibus etc. etc. são medidas importantes, mas insuficientes, paliativas. Tem que se investir, de fato, no transporte coletivo. Um dos nossos entrevistados, Lúcio Gregori, engenheiro e criador do projeto Tarifa Zero, afirma que o transporte coletivo só poderá “concorrer” com o carro, quando ele for muito bom e muito barato. Aí a gente tem o exemplo da cidade de Hasselt, na Bélgica, que adotou o Tarifa Zero. Em dez anos, o uso transporte público aumento mais de 1.000%. As pessoas deixaram de andar de carro para andar de ônibus e, lógico, a mobilidade urbana melhorou consideravelmente. Para que isso aconteça, acho que o primeiro passo é o Estado assumir essa atividade. Mas quem pagaria esse transporte gratuito? Como seria feito? A gente toca nessas questões no documentário, mas o foco mesmo do nosso trabalho acabou sendo as manifestações.

Entrevista ilustrada com fotos de Denis Schneider, Juliana Kroeger, Pedro Machado e Daisy Schio.

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22

Aug

10

Documentários sobre gênero

Recebi da Kátia Klock e passo adiante.
Car@s,
estamos na Mostra Audiovisual do Fazendo Gênero 9 com três documentários.
Vale conferir a programação completa desse belo evento que reúne pesquisadores de vários estados e países em Florianópolis: www.fazendogenero9.ufsc.br
Agradecemos se puderem replicar a divulgação para amigos interessados no gênero.
Abaixo a relação dos nossos docs na programação.
bjs,
kátia
MOSTRA AUDIOVISUAL | 20 a 26.agostro | Centro de Eventos/UFSC
23/08 (segunda-feira) • 11h
Eli Heil, Criadora e Criatura (Doc, 14min, 2009, SC)
Um retrato audiovisual do fértil universo feminino de uma artista. Criadora de um mundo mágico, ela gera seres e dá vida a muitas criaturas que pinta, desenha e esculpe através de técnicas inusitadas. Eli vive em Florianópolis, onde alimenta o seu Museu O Mundo Ovo.
25/08 (quarta-feira) • 19h
O Fio da História – entre agulhas e tecidos (Doc, 12 min, 2010, SC)
“Eu me lembro da sirene da fábrica, do ir e vir dos operários, das histórias em torno daquele lugar. Era a fábrica de fios e tecidos que moldava a vida de quem está próximo a mim e de tanta gente daquela região”. Este é o tom do curta-documentário que resgata histórias das primeiras indústrias têxteis de Santa Catarina e a importância do papel da mulher para o setor. O documentário termina no quarto de costura da mãe da diretora, que depois de 50 anos como costureira e ex-operária de fábrica, hoje e formada em Design de Moda.
26/08 (quinta-feira) • 15h
Sem Palavras (Doc, 52min, 2009, SC)
O documentário relata as vivências dos descendentes de alemães sobre a perseguição ocorrida na época da Campanha de Nacionalização de Getúlio Vargas e da Segunda Guerra Mundial, em Santa Catarina. É um dos lados da história, contado através das memórias de quem era criança nos anos 1940. A memória é subjetiva e verdadeira, mesmo quando aparece distorcida dentro da história oficial, essa sim muito mais complexa.
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07

Aug

10

Perpetuar porra nenhuma

O vizinho-amigo-colegafrila Mauricio Oliveira traz em seu blog uma boa entrevista com o Morongo, criador da Mormaii – empresa que faz roupas pra surfistas na linda Garopaba (SC). Já tive oportunidade de entrevistá-lo, faz tempo, e tive ótima impressão do cara. Gostei bastante deste trecho, que é revelador sobre o espírito com que ele toca o negócio e a vida:

Quais as preocupações que você tem tido para perpetuar essa marca, fazer com que a empresa sobreviva às próximas gerações…
Olha, isso não me preocupa muito. Porque meu filho, que é budista, já me falou da lei da impermanência. Nada é eterno. Nem nosso planeta é eterno, nem o sol, nem nada. Então não tem essa noia de perpetuar. Tem só a obrigação de fazer bem feito enquanto for. Só isso. Essa noia de perpetuar é um dos grandes erros que nós, humanos, cometemos.

Você não está preocupado em criar conselho profissional de administração, trazer executivo profissional, essas coisas?
Porra nenhuma. Profissional é a nossa atitude, como um todo. Somos extremamente profissionais. Mas, acima de tudo, estou preocupado com a qualidade de vida, minha e de quem trabalha aqui.

A íntegra das dez perguntas para Morongo está no Vida de Frila.

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03

Aug

10

As fotos do Yan

The SellerO amigo Yan Boechat acaba de inaugurar um saite de fotos. As imagens ainda não são definitivas e é preciso revisar os textos, avisa. Preocupação irrelevante, pois nada é definitivo enquanto se está vivo. A internet ficou mais rica com este presente que ele compartilha. Em suas andanças jornalísticas e vagabundísticas pelo mundo, Yan conseguiu capturar belezas raras, de lugares e gentes inusitados. Algumas fotos, como a do tanque russo abandonado no Afeganistão, quase foram suas últimas, pois ele caminhou sem saber por um campo minado pra chegar mais perto da carcaça de ferro.

Concordo com esse flamenguista de Itaperuna: suas melhores imagens são de gente. Que bom que ele conseguiu, como admite, superar a “covardia da tele-objetiva” e se aproximar das pessoas para fotografá-las. Assim capturou momentos especiais, como o da bilheteira de seios fartos num parque de diversões no Tocantins, o menino boliviano fazendo bola de chiclete, a mulher e a criança paulistas num abraço quente de olhos fechados…

AngolanasO menu dá uma ideia da variedade de temas e lugares clicados: Gente; Lugares (eu botaria “Outros Lugares”, e no final da lista); Cotidianas; Copa sem Cor; Afeganistão; Angola; Patagônia; Irã; Bolívia; Rússia. Gosto em especial das suas fotos em preto e branco, com filme granulado. O cabra se dá ao requinte de ter um pequeno laboratório em casa pra revelar à moda antiga e ampliar sob a magia da luz vermelha.

000086Passeio pelas fotos e me bate um flashback da primeira vez que vi o Yan, em 1993, o ano em que ainda éramos magros. Na época ele era calouro de jornalismo na UFSC – curso que tem rendido muitas safras de profissionais criativos e talentosos, como Sonia Bridi, Celso Vicenzi, André Rohde, Marques Casara, Frank Maia e tantos outros. Eu, repórter de 27 anos (também formado na UFSC, na turma 91.2), tava numa fase de adrenalina e muitas andanças. Entre uma cerveja e outra, ele perguntava das minhas viagens pela América do Sul e Ásia. Seus olhos brilhavam e diziam sem dizer nada, “um dia vai ser minha vez”. Aí está, ele foi longe com seu espírito aventureiro. Vai mais ainda.

Faltou dizer: 1) a principal área de atuação do Yan na comunicação não é a fotografia, e sim a escrita. Grande contador de histórias! 2) Eu me orgulho muito de ser amigo desse cara de coração generoso e circunferência abdominal avantajada, pois de nada adiantaria tanto talento se ele fosse um filho-da-puta. Este é, portanto, um texto eivado pela parcialidade. :)

Segue na íntegra uma pequena biografia do repórter-fotógrafo por ele mesmo:

Yan BoechatEu sou flamenguista, em primeiro lugar. E isso diz muito sobre a pessoa de gosto refinado que sou. Minha maior influência em qualquer campo, seja artístico, seja intelectual ou até profissional, é o Flamengo de 81. Cartier-Bresson que me desculpe, mas se Júnior carregasse o filme, Andrade fotometrasse e Zico fizesse o enquadramento, ele e todos os outros gênios estariam um degrau abaixo no panteão dos grandes fotógrafos de todos os tempos. Essas fotos são uma tentativa de replicar, ainda que mal e porcamente, a beleza, a visão de jogo e a poesia daquele time, sem abandonar a virilidade de um Anselmo, que fique claro.

Comecei a fotografar na adolescência, com uma Ricoh. Fiz péssimas fotos com ela, mas até hoje dizem ser uma boa máquina. Quando entrei na faculdade de jornalismo, la em 93, comecei a fotografar com mais frequência e comprei uma Pentax K-1000, o grande fusca das máquinas fotográficas. A troquei por uma Nikon de foco automático que estragou poucos meses depois. E aí, sem câmera e sem dinheiro para comprar outra, fiquei anos sem fotografar.

Voltei em 2002, quando estava viajando. Foi um reencontro ótimo, porém intermitente. Abracei as digitais quando elas ficaram baratas e, com o tempo, fiquei com saudade do filme. E voltei a eles. Hoje praticamente só fotografo com filme. Montei um laboratório em casa e sempre que alguém vai viajar me faz a gentileza de trazer uns químicos e filmes. Com isso, fazer fotografia analógica não é tão economicamente imbecil como parece. E é uma delícia. Quase um Natal a cada filme. Sempre se está à espera do presente que vai vir.

Apesar de amar a fotografia, eu vivo de escrever. Sou jornalista e ando pulando de redação em redação pelos últimos 15 anos. Às vezes cansa, mas é divertido. Continuo tentanto, ainda sem sucesso, fazer na vida o que o Adílio, o Zico e até o Nunes fizeram em campo. Nesse momento dedico-me fervorosamente a ganhar na Megasena, mesmo que ela não esteja acumulada.

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01

Aug

10

Chegadas: Clara

Nasceu no dia 30/7, de cesariana porque foi o jeito, uma menina sortuda porque muito amada e desejada pelo seu papai Frank Maia e pela mamãe Lígia Sena: Clara! Teu papi me enviou uma fotinho sua pelo celular (até chorei um pouco, no meio do calçadão da Felipe Schmidt; sou manteiga derretida pra essas coisas), mas não mostro pra ninguém porque essa honra cabe aos que te colocaram no mundo. Como você é grande! Juro que, nos últimos meses, pensei que vinham gêmeos. Vai ser bonito te ver crescer mais ainda e te apresentar aos meus meninos. Vai, Clara, mama e dorme bastante, que o mundo é teu. Que o caminho seja iluminado e cheio de descobertas maravilhosas, garota. Conte comigo pro que precisar, sempre.

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31

Jul

10

Piroh na Flip

Uma dica pra quem vai à Flip – Festa Literária Internacional de Paraty: o artista plástico Julio García Rodriguez, conhecido como Piroh, está expondo peças de cerâmica na cidade. Piroh é um cubano de Cienfuegos (casado com minha prima Silvânia Pedrosa) que vive desde 1998 no Rio de Janeiro. Tive o privilégio de passar ótimos momentos com esse figuraço durante os dois anos em que vivi no Rio, entre 2000 e 2001. Ele trabalha com escultura, gravura, pintura, desenho e cerâmica. Do pouco que entendo de artes plásticas, posso dizer que o homem é fera, com um estilo instigante e provocador. Na sala de minha casa tenho uma gravura dele, chamada “Relaciones familiares”: um enorme gato deitado, com a barriga à mostra, revela outros seres que o habitam.

Julio Piroh é formado na escola de Artes Plásticas de San Alejandro e Escola Nacional de Diseño de Havana. Tem trabalhos em diversas coleções particulares e públicas no Japão, México, Estados Unidos, França e Brasil. Sua obra mais importante como muralista – painéis da recepção do hospital Julito Dias, em Havana – foi executada em cerâmica. Em 1997 recebeu o 1º prêmio no Encontro Internacional de Gravuras, na capital cubana. Suas mostras individuais mais recentes foram em Estocolmo, Havana e Rio de Janeiro.

Piroh expõe até o dia 14 de agosto na Pousada do Tesouro (rua Benina de Toledo Prado, s/n, Bairro da Chácara), em Paraty-RJ.

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