Posts de 2012

07

Nov

12

Corrêa: “Os documentos do WikiLeaks nos fortaleceram”

No sexto episódio da série, Julian Assange entrevista o presidente do Equador, Rafael Correa, que recentemente concedeu asilo político ao fundador do WikiLeaks

Em setembro , o Equador concedeu asilo político a Julian Assange, que já estava refugiado desde junho na sua embaixada em Londres. Fazia mais de um ano que os documentos diplomáticos da diplomacia americana no Equador haviam sido publicados, todos de uma vez, pelo WikiLeaks.

Em entrevista feita por videolink para a série “O Mundo Amanhã” no começo de 2012, Assange revela que o governo equatoriano procurou o WikiLeaks, na época do vazamento, pedindo que publicasse todos os documentos diplomáticos.

“Quando o WikiLeaks começou a publicar os cables sobre o Equador, nós o fizemos com dois grupos de mídia, o El Universo e o El Comercio. O governo equatoriano nos procurou e disse ‘por favor, WikiLeaks, queremos que vocês publiquem todos os cables sobre o Ecuador’. O governo jamaicano também fez isso. Por que você nos pediu que publicasse todos os documentos?”, pergunta Assange.

“Porque quem nada deve nada teme. Nós nada temos a ocultar. De fato, os [telegramas divulgados por] WikiLeaks nos fortaleceram. A Embaixada dos EUA nos acusava de sermos excessivamente nacionalistas e defendermos a soberania do governo equatoriano. E é claro que somos nacionalistas! E é claro que defendemos a soberania do Equador!” – responde prontamente o entrevistado.

A pergunta serve de introdução para Corrêa explicar sua polêmica briga contra a mídia do Equador – o presidente é acusado de cercear a liberdade de imprensa. “Os veículos têm sido, aqui, os maiores eleitores, os maiores legisladores, os maiores juízes, os que criam a alimentam a ‘agenda’ da discussão social, os que sempre submeteram governos, presidentes, cortes de justiça, tribunais”, diz.

Eleito em 2007, o economista Rafael Correa é considerado o presidente mais popular da história democrática do país. Inimigo declarado da política americana para a região, uma das suas primeiras atitudes no governo foi determinar o fechamento de uma base militar norte-americana em Manta. “Se é assunto tão simples, se não há problema algum em os EUA manterem uma base militar no Equador, ok, tudo bem: permitiremos que a base de inteligência permaneça no Equador, se os EUA permitirem que estabeleçamos uma base militar do Equador em Miami”, justifica.

Críticas e ironias à política externa norte-americana e o destino político da América Latina também permeiam a conversa.”A influência dos EUA na América Latina está diminuindo. Isso é bom. Dizemos que a América Latina está passando, do ‘consenso de Washington’, para o consenso sem Washington”, comenta Correa.

“Talvez venha a ser o Consenso de São Paulo…”, retruca imediatamente Assange.

Assista a entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.

Esta é a sexta de uma série de 12 entrevistas que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fez com líderes e pensadores contemporâneos. DVeras em Rede publica O Mundo Amanhã em parceria com a Agência Pública e o WikiLeaks.

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31

Oct

12

O Mundo Amanhã: As Vozes de Guantánamo

No quinto episódio da série, Julian Assange entrevista Moazzam Begg, ex-detento de Guantánamo, e Asim Qureshi, advogado que largou o mundo corporativo para lutar contra os abusos da guerra ao terror

Desde o início da ofensiva norte-americana, em 2001, na chamada Guerra ao Terror, centenas de prisioneiros foram levados à base de Guantánamo onde permanecem encarcerados sem acusação formal e sem direito à defesa.

O britânico Moazzam Begg, intelectual muçulmano detido sob suspeita de ser integrante da Al-Qaeda, é um deles. Preso em 2002 no Afeganistão, só foi libertado três anos depois, sob muita pressão do Reino Unido. Jamais foi acusado formalmente de terrorismo.

Ao sair de Guantánamo, Begg juntou-se ao advogado Asim Qureshi para fundar aCagepriosioners, organização que defende o direito ao devido processo legal para prisioneiros detidos na guerra contra o terrorismo.

“O que você tem que entender é que, até onde os muçulmanos sabem, eles estão sob ataque em países ao redor do mundo todo. Há centenas de milhares de pessoas morrendo”, diz Asim Qureshi, em entrevista concedida a Julian Assange durante sua prisão domicliar, no interior da Inglaterrada. “E se você olhar o conceito de jihad no contexto atual, ele diz que, como muçulmanos, temos o direito de nos defendermos. Não tem sentido dizer que as pessoas que estão sendo mortas por ocupações, domínios coloniais, racismo, não devem se defender e devem continuar levando tapas, sendo estupradas…”

Julian pergunta, então, se esta “defesa” significaria resistência militar. “Claro”, responde o advogado, ponderando que as “armas” da Cageprisoners são o lobby e as campanhas.

Para Moazzam Begg, que hoje é um reconhecido defensor de direitos humanos, a grande diferença na guerra ao terror entre as administrações Bush e Obama foi a seguinte: “Eu costumava dizer que Bush era o presidente do governo em que as detenções extrajudiciais estavam acontecendo. Mas o Obama é o presidente do governo em que as mortes extrajudiciais estão acontecendo. Então, Obama prometeu uma mudança, disse que a mudança tinha chegado à América. E é isso: a mudança é de detenções extrajudiciais para mortes extrajudiciais”.

Assista a entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.

Esta é a quinta de uma série de 12 entrevistas que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fez com líderes e pensadores contemporâneos. DVeras em Rede publica O Mundo Amanhã em parceria com a Agência Pública e o WikiLeaks.

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30

Oct

12

Camisinhas da floresta

Linha de produção da Natex em Xapuri, Acre

No dia 24, publiquei uma reportagem no Valor Econômico sobre uma fábrica de preservativos masculinos instalada no município de Xapuri, no Acre, terra do líder ambientalista Chico Mendes. A fábrica utiliza borracha natural fornecida por comunidades extrativistas e fornece toda a produção para o Ministério da Saúde usar em campanhas nacionais de prevenção à aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. Até 2015 a produção anual de 100 milhões de unidades deve dobrar, e o governo estuda exportar parte das camisinhas para outros países, possivelmente da África. O Ministério da Saúde também está investindo no desenvolvimento de dois produtos a partir de oleaginosas amazônicas: um lubrificante natural e um gel retardante para auxiliar no tratamento da ejaculação precoce. No jornal o texto foi condensado por motivo de espaço. Leia a íntegra aqui.

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25

Oct

12

Mostra Cinema e Direitos Humanos

Vem aí a 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, maior evento do gênero no mundo, com exibição de 37 filmes de oito países em 27 capitais brasileiras, entre 7 de novembro e 20 de dezembro. Este ano, Florianópolis recebe o evento pela segunda vez, de 3 a 8 de dezembro. A entrada é gratuita.

A Mostra é voltada a obras realizadas em países sul-americanos sobre aspectos relacionados aos direitos humanos, como: direitos das pessoas com deficiência; população LGBT/enfrentamento da homofobia; memória e verdade; crianças e adolescentes; pessoas idosas; população negra; população em situação de rua; mulheres; direitos humanos e segurança pública; proteção aos defensores de DH; combate à tortura; democracia e DH; e situação prisional.

A iniciativa é da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, vinculada ao Ministério da Cultura, e patrocínio da Petrobras. Com produção local de Luiza Lins, a Mostra traz cinema, debates e oferece a possibilidade de uma rica troca de conhecimentos sobre os múltiplos cotidianos da América do Sul.

Quando

3 a 8 de dezembro

Onde

Auditório do Cesusc. Rodovia SC 401, Km 10 – Trevo Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis, com entrada franca

Links

http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2012/portugues.html

https://www.facebook.com/cinemaedireitoshumanosfpolis/info

Programação

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24

Oct

12

O Mundo Amanhã: a primavera continua

No quarto episódio da série, Julian Assange entrevista Alaa Abd El-Fattah e Nabeel Rajab, lideranças importantes da Primavera Árabe no Egito e no Bahrein

Em 17 de dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi, um jovem tunisiano de 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo. A auto-imolação, motivada pelo descontentamento com a situação geral das condições de vida no país, tornou-se símbolo de uma revolução que, posteriormente, se espalhou por outros 16 países do Oriente Médio, numa série de eventos a qual a História chamou de “Primavera Árabe” – e que prossegue até hoje.

Argélia, Egito, Líbano, Palestina, Bahrein, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Israel, Marrocos, Arábia Saudita, Síria, Iêmen e Emirados Árabes seguiram o exemplo da Tunísia e articularam suas próprias mobilizações.

Em meio às transformações no mundo árabe, dois nomes se destacam: Alaa Abd El-Fattah, blogueiro e ativista egípcio, e Nabeel Rajab, diretor do Centro de Direitos Humanos do Bahrein.

Assange conversou com os dois ativistas para saber se eles acreditam que as manifestações foram bem sucedidas e também para entender o que os motiva a continuar lutando na linha de frente, mesmo sob forte repressão.

Antes da entrevista, Alaa havia sido repetidamente detido sob acusações que dão inveja ao Super Homem: sabotagem e roubo de tanques, assassinatos, violência contra pelotões inteiros: “eu tinha uma boa reputação e moral na prisão. Sabe, quando as pessoas são presas por roubarem carros… Mas eu fui acusado de roubar tanques”, ironizou na conversa. Hoje ele continua impedido de viajar.

Rajab havia sido sequestrado, torturado e preso pela sua oposição ao governo do Bahrein, país no qual atua como diretor do Centro de Direitos Humanos, causa que defende desde a década de 90. Sobre a experiência de viver num país com uma revolução em curso, Nabeel acredita que o custo que se paga pela liberdade é alto, “mas queremos pagar por mudanças pelas quais lutamos”, diz. Um dia antes da entrevista, Rajab tuitou sobre ela na sua conta no Twitter; pouco depois, sua casa foi cercada por policiais armados e ele foi intimado a comparecer à Promotoria de Justiça para prestar esclarecimentos.

Assista a entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.

Esta é a quarta de uma série de 12 entrevistas que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fez com líderes e pensadores contemporâneos. DVeras em Rede publica O Mundo Amanhã em parceria com a Agência Pública.

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17

Oct

12

Marzouki, um rebelde na presidência


O MUNDO AMANHÃ

Na entrevista desta semana, Julian Assange conversa através de medialink com o presidente da Tunísia, o ex-exilado Moncef Marzouki

A revolução na Tunísia em 2011 marcou o início da Primavera Árabe, inspirando a população de outos países do Oriente Médio que, até hoje, seguem saindo às ruas contra governos autoritários. Após meses de protestos, a revolução tunisiana derrubou o ditador Ben Ali, abrindo espaço para as primeiras eleições democráticas no país em 23 anos

Mas, passada a euforia, fica o desafio: como conduzir um governo que realmente capaz de mudar a vida da população tunisiana?

“Você ficou surpreso com a falta de poder ao se tornar presidente?”, pergunta ao presidente eleito no país, Moncef Marzouki. “Eu estou descobrindo que o fato de ser chefe de Estado não significa que você tenha todo poder”, responde o líder tunisiano.

Marzouki é médico e opositor de longa data do ditador Zine El-Abidine Ben Ali, o que o levou à prisão várias na década de 1990. Fundou o Comitê Nacional em Defesa dos Prisioneiros de Consciência e foi presidente da Comissão Árabe de Direitos Humanos. Em 2002, exilou-se na França onde, junto com outros tunisianos na mesma situação, fundou o partido político Congresso pela República.

Desde 2001, ele declarara que pressões externas e revoltas armadas não derrubariam Ben Ali, mas sim um movimento popular que empregasse os métodos da resistência civil. Em janeiro de 2011 a Tunísia mostrou que ele estava certo. Depois da queda de Ben Ali, Marzouki voltou do exílio para anunciar sua candidatura e foi eleito presidente interino pela nova Assembleia Constituinte da Tunísia, em outubro de 2011.

A grande pergunta, nas palavras de Assange, é: “Moncef Marzouki, ativista pelos Direitos Humanos, deve agora liderar o Estado que o aprisionou. Poderá ele transformar o Estado?”.

Assista à entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.
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Esta é a terceira de uma série de 12 entrevistas que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fez com líderes e pensadores contemporâneos. DVeras em Rede publica O Mundo Amanhã em parceria com a Agência Pública.

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17

Oct

12

“Libras em filmes infantis é inclusão de fato”

Entrevista com Tom Min Alves, intérprete da Língua Brasileira de Sinais

Descendente de mãe taiwanesa e pai capixaba, Tom Min Alves está habituado desde criança a lidar com diferentes idiomas. Esse paulista nascido em 1984 em Campinas, bacharel em Turismo, decidiu cursar uma segunda faculdade e atualmente faz Letras-Libras na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nesta entrevista ele conta como se tornou intérprete da Língua Brasileira de Sinais, desfaz alguns mitos do senso comum sobre os surdos e destaca a iniciativa de Filmesquevoam de oferecer gratuitamente filmes interpretados para crianças pela internet no Canal Muito Especial.

Há quanto tempo você estuda a Língua Brasileira de Sinais e como surgiu o seu interesse nela?

Tom Min Alves - Desde 2004 tenho contato com a comunidade surda devido a um trabalho voluntário de evangelização, Além disso, participei de cursos de Libras da UNISUL e da ULBRA.

A Libras possibilita a expressão de ideias com a mesma riqueza e variedade que o idioma falado?

Acredito que a capacidade de se expressar com maior clareza não está no caráter oral ou corporal, visual ou auditivo. Deve-se lembrar que o idioma português é objeto de pesquisa há muitos séculos, e Libras tem origem na Língua de Sinais Francesa, que vem se desenvolvendo há apenas três séculos. Portanto, há mais dificuldades na comunicação por meio da língua de sinais por vários motivos, como, por exemplo, vocabulário curto. Futuramente teremos uma língua de sinais madura, com bacharéis em Letras-Libras, mestres e doutores na área trabalhando nisso.

Clique aqui para ler a íntegra

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16

Oct

12

Terra de ninguém

Terra de ninguém

Disputada por Ceará e Piauí, região de 3 mil Km2 vive isolada do resto do Brasil e sofre com a falta de serviços públicos, a seca e os políticos que, em vez de resolver, se aproveitam da situação

Por Guilherme Paravin – Agência Pública *

A escola de ensino fundamental 15 de Novembro é a única do povoado de Cachoeira Grande. Seu nome homenageia a proclamação da República. Passados 123 anos do episódio histórico, o clima é desolador. As paredes rachadas contrastam com uma sala de computadores de ponta. Os salários estão atrasados. Funcionários procuram a prefeitura e são informados de que o município não tem dinheiro. A situação, dizem os moradores, é recorrente.

O professor Antônio Ribeiro, 60 anos, pega um mapa detalhado da Região Nordeste, com todas as cidades e distritos dos estados, e mostra para a reportagem um local entre o Ceará e o Piauí: “Olha, aqui é onde Cachoeira Grande deveria estar. No papel, não há sinal da sua terra. “Pode olhar, nós não estamos no mapa!”

O lugarejo está mesmo num limbo. No papel, trata-se de um distrito de Poranga, município do Ceará, a mais de 40 quilômetros dali. Todos votam na cidade cearense e a pouca estrutura recebida chega de lá. Mas parte do distrito é reivindicada por Pedro II, município do Piauí. A situação complexa arrasta-se desde 1880, quando o imperador dom Pedro II assinou um acordo que previa a troca de terras entre Ceará e Piauí. Sem saída para o mar, os piauienses pediram uma compensação territorial dos vizinhos. Mas os estados nunca demarcaram oficialmente as divisas.

Assim, há 132 anos, os dois estados travam batalhas para ter – e às vezes para não ter – terras do meio desse bolo. Entre a população local, a área ganhou vários nomes: de Faixa de Gaza do Nordeste, usado por alguns jornais, até o mais usual, Zona de Litígio, que acabou, pelo formalismo, sendo adotado por políticos e órgãos oficiais.

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10

Oct

12

Comunista x Sionista

Nesta segunda entrevista da série O Mundo Amanhã, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, entrevista dois intelectuais de espectros opostos do pensamento: o comunista Slavoj Žižek e o sionista David Horowitz. As entrevistas estão sendo publicadas pela primeira vez com legendas em português numa parceria com a Agência Pública.

O intelectual superstar Slavoj Žižek é conhecido por suas contribuições à teoria da psicanálise, à crítica cultural e à política, na qual sempre se engajou para além das discussões acadêmicas – ele foi candidato à presidência da Eslovênia nos anos 90. Cultuado pela jovem vanguarda intelectual europeia, esse notório provocador se define como leninista mas também como lacaniano. Já David Horowitz é um soldado linha dura do pensamento conservador americano – e um sionista sem o menor pudor. Nos anos 60 e 70, foi uma liderança de esquerda na cidade californiana de Berkeley. Depois de colaborar com os Panteras Negras, começou seu caminho sem volta para a direita. Hoje, seu instituto faz campanhas contra influências islâmicas e de esquerda na mídia, na academia e na política.

Este encontro entre mentes tão diferentes é, no mínimo, acalorado. “Você é um apoiador da coisa mais próxima que temos do nazismo”, diz Horowitz. “Você apoia os palestinos. Eu não vejo como diferenciar os palestinos, que querem matar os judeus, dos nazistas”.

Irritado, o esloveno dispara: “Desculpe, você já foi à Cisjordânia?”.

Em alguns momentos, Assange tem que segurar o exaltado Žižek, embora seu adversário esteja em outro continente.

“Nós, totalitários das antigas, deveríamos, nos juntar e nos livrar deste liberal aqui!” brinca Žižek para Horowitz, referindo-se a Assange.

O tom da conversa varia entre o antagônico e o bem humorado; os três falam de personalidades que vão de Stalin a Obama, do conflito entre Israel e Palestina, do desejo da liberdade ao Estado de vigilância,- passando, é claro, pelo trabalho o WikiLeaks, considerado “perigoso” por Horowitz.

No final, Žižek conclui: “Isso foi uma loucura!”.

Veja a seguir o episódio, ou clique aqui para baixar a entrevista completa.

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03

Oct

12

Hezbollah propôs à oposição síria negociar com Assad

A partir de hoje, DVeras em Rede, em parceria com a Agência Pública, passa a divulgar a série O Mundo Amanhã, de 12 entrevistas em vídeo realizadas pelo fundador do WikiLeaks, Julian Assange, com personalidades da geopolítica e cultura internacional, para o canal de televisão russo RT. Cada episódio tem cerca de meia hora de duração e será publicado às 18h das quartas-feiras, pela primeira vez no Brasil com legendas em português.

Na primeira entrevista da série, o fundador do WikiLeaks entrevista o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah

“Você lutou contra a hegemonia dos Estados Unidos. Alá ou a noção de Deus não é o máximo superpoder?”, pergunta Julian Assange ao secretário-geral do Hezbollah. A pergunta, que soa ainda mais provocativa em tempos de protestos no Oriente Médio contra o vídeo que satirizava o profeta Maomé, resume a postura do criador do WikiLeaks na primeira – e polêmica – entrevista da série “O Mundo Amanhã”. Nela, Assange entrevista pensadores, ativistas e líderes políticos em busca de ideias que podem mudar o mundo.

O partido Hezbollah é membro do governo libanês, mas seu braço militar foi descrito como “a guerrilha mais proficiente do mundo”. Sob a liderança de Nasrallah, o Hezbollah administrou a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano no ano 2000 e a vitória tática sobre Israel na guerra de 2006. Sayyed Nasrallah foi nomeado uma das pessoas mais influentes do mundo pelas revistas americanas Time e Newsweek. A sua reputação alcança diferentes divisões sectárias e países, e ele é reverenciado ou vilipendiado por milhões de pessoas no Oriente Médio e no mundo todo.

Esta é a primeira entrevista de Nasrallah feita em inglês em uma década. Enquanto os conflitos se acirram no Oriente Médio, Assange aborda temas espinhosos como a posição de Hezbollah – visto como grande aliado do regime de Assad – no conflito da Síria. “Somos amigos da Síria, mas não agentes da Síria”, responde o libanês, antes de revelar que o Hezbollah procurou setores da oposição síria para pedir que dialogassem com Assad, sem sucesso.

Impossibilitado de deixar a Inglaterra, onde estava em prisão domiciliar, Assange entrevista Nasrallah através de um videolink na casa onde esteve por mais de 500 dias. Por sua vez, Hassan Nasrallah participa da entrevista na sede do Hezbollah no Líbano, cuja localização exata é mantida em segredo por segurança. É lá que ele trabalha sob constante medo de ser assassinado por diferentes grupos e Estados.

Assista a seguir à entrevista.

 

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