30
Oct12
Camisinhas da floresta
No dia 24, publiquei uma reportagem no Valor Econômico sobre uma fábrica de preservativos masculinos instalada no município de Xapuri, no Acre, terra do líder ambientalista Chico Mendes. A fábrica utiliza borracha natural fornecida por comunidades extrativistas e fornece toda a produção para o Ministério da Saúde usar em campanhas nacionais de prevenção à aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. Até 2015 a produção anual de 100 milhões de unidades deve dobrar, e o governo estuda exportar parte das camisinhas para outros países, possivelmente da África. O Ministério da Saúde também está investindo no desenvolvimento de dois produtos a partir de oleaginosas amazônicas: um lubrificante natural e um gel retardante para auxiliar no tratamento da ejaculação precoce. No jornal o texto foi condensado por motivo de espaço. Leia a íntegra aqui.
19
Oct09
Castelo dos Sonhos: entrevista com Tatiana Cardeal
Há poucas semanas contei sobre um prêmio que minha amiga Tatiana Cardeal, fotógrafa documentarista, foi receber na China. Pois mal retornou ao Brasil, ela já recebeu outro: o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em parceria com Marques Casara, com a reportagem Castelo dos Sonhos [pdf], sobre exploração sexual de crianças e adolescentes ao longo da BR-163. Nesta entrevista, Tatiana conta como foram os bastidores dessa apuração.
DVeras em Rede – Como foi o desafio de fazer uma reportagem fotográfica sobre um tema que envolve tantos aspectos delicados do ponto de vista psicológico, legal e de segurança?
Tatiana Cardeal – Foi difícil, mas desafiador, e eu gosto muito dos desafios que me trazem um sentido. Não sou exatamente uma fotojornalista, meu trabalho é mais documental e bem mais lento, então, em no início achei que poderia não funcionar bem, mas acabei me surpreendendo bastante com minhas próprias reações. Fotografar escondida ou em risco não é a minha rotina, nem algo que eu tenha prazer em fazer. Houve momentos em que tive muito medo e outros em que surpreendemente me vi coordenando a situação com certa excitação para obter a melhor momento/ângulo de uma foto. Havia uma série de cuidados sobre o que fotografar e quando fotografar, não dava pra chegar clicando. Também havia o desafio de encontrar imagens fortes e/ou sensíveis que contassem a história e que fossem publicáveis, já que não se pode expor as imagens das vítimas da exploração sexual.
O que mais a impressionou? Houve momentos em que você hesitou em clicar?
Tatiana – Muitas coisas me impressionaram. Como cena, uma das mais impressionantes foi quando chegamos e passamos pela “avenida principal” de Castelo. Um grupo de cerca de sete meninas, muito novas (acho que entre 12 e 15 anos), semivestidas, sentadas na mesa de bilhar da varanda do boteco/bordel. A ausência do poder público alí impressiona, assim como as péssimas condições da estrada de terra (foram 6 horas para cobrir os 200 km), que separa Castelo da “civilização”, uma área erma onde praticamente não se encontra nada. Como referência, a região é próxima de onde caiu o Boeing da Gol em 2006, e que foi uma enorme dificuldade de mobilidade para o próprio exército. Também me impressionou muito a cena de uma garota franzina de 12 anos amamentando seu bebê; e em especial a “normalidade cultural” com que o sexo com menores é tratado, ao mesmo tempo em que provoca vergonha e receio nas famílias da vítimas.
O momento em que hesitei não foi pela imagem da foto em si, mas pela pressão psicológica em que estava. A gente já sabia da fama violenta da cidade… um conselheiro tutelar de outra cidade entrou em pânico quando o Marques decidiu que precisávamos ir lá. Mas já em Castelo, depois de entrevistar o jornalista que estava ameaçado de morte, e ele mostrar uma série bizarra de fotos que fez dos assassinatos da região (que não aguentei ficar vendo, porque não eram somente corpos assassinados, mas mortes decorrentes de violência bizarra e brutal, com técnicas de tortura requintadas e sádicas, que expunham os corpos posteriormente como “mensagem” para a população local), e eu ainda precisava fazer duas últimas fotos, em público, na avenida principal e na delegacia. Eu estava tão chocada com o depoimento e a brutalidade das imagens do jornalista, que o Marques praticamente me empurrou pra fora do carro para fotografar.
Pode contar um pouco sobre o lado técnico de fazer uma cobertura fotográfica na umidade amazônica? Como você lida com o dilema entre a necessidade de carregar equipamento pesado e a de ser discreta?
Tatiana - Bom, a Amazônia é gigantesca, e oferece condições climáticas variadas. No caso dessa região no norte do Mato Grosso, não fomos na época das chuvas, então eu tinha mais preocupação com o poeirão vermelho da estrada de terra do que com a umidade, vivia protegendo a câmera e limpando. Já no Amazonas, em São Gabriel da Cachoeira encontramos temperaturas altíssimas com extrema umidade, a ponto de a cola do espelho da minha câmera derreter (e da filmadora parar de funcionar subitamente algumas vezes). Consegui colar novamente o espelho com uma versão enigmática de SuperBonder, a TreeBonder, única alternativa disponível na cidade indígena… por sorte colou e resolveu. Outra coisa que ajudou é ter uma mochila tropicalizada, que veda 100% contra chuva, e até protege na queda do equipamento na água (a mochila fica boiando no caso de uma voadeira virar…).
Normalmente não carrego muito equipamento. De mais pesado são duas cameras, três lentes médias e um flash. Se não ía muito longe, só uma camêra. Mas nada que não caiba em uma mochila média e que eu não possa levar.
Admiro a maneira como você reorientou a carreira bem-sucedida de diretora de arte para recomeçar – e obter reconhecimento internacional – na fotografia de temas sociais. O que moveu você nessa mudança e como ela se deu?
Tatiana – Obrigada, Dauro, mas saiba que essa mudança de carreira não foi nada muito planejado. Acho que tive uma boa dose de sorte, pois ao sair da Editora Abril eu já sabia que queria continuar na área social e não queria mais fazer revista puramente comercial. Estava fazendo uma pós graduação em Mídias Interativas, algo meio novo e experimental na época, e que me deixou bastante antenada com as possibilidades da internet. Fui publicando imagens de temas que me interessavam e pesquisas visuais que eu fazia como estudo e hobby. Aí fui recebendo um grande feedback que me encorajou a continuar produzindo mais e que aos poucos tornou-se trabalho. Ainda naquele período, algumas redes que eu frequentava e publicava só falavam em inglês, e acredito que foi aí que o trabalho ganhou alguma projeção fora daqui.
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Leia também a entrevista com Marques Casara.
19
Oct09
Castelo dos Sonhos: entrevista com Marques Casara
Meus amigos Marques Casara e Tatiana Cardeal ganharam menção honrosa na trigésima-primeira edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, um dos mais conceituados do Brasil. A reportagem deles, Castelo dos Sonhos [pdf], publicada na revista da ong Childhood Brasil, desvenda uma rede criminosa de exploração sexual de crianças de adolescentes na BR 163. Nos últimos anos, Marques tem faturado vários prêmios “correndo por fora” da grande mídia. Suas reportagens investigativas bancadas por organizações do terceiro setor são um grande incentivo para quem acredita que é possível fazer jornalismo independente com qualidade. Fiz esta entrevista com ele por e-mail.
DVeras – Sobre o que é a reportagem Castelo dos Sonhos e o que ela traz de novo?
Marques Casara – A pauta foi proposta para a revista da organização não governamental Childhood Brasil, que desenvolve projetos ligados ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. O objetivo seria percorrer a BR 163 e identificar locais de exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas, em postos de combustível e prostíbulos. O projeto foi aceito e financiado pela ONG.
Ao chegar na região Norte do Mato Grosso, a reportagem tomou outra proporção, pois identificou uma rede criminosa organizada de aliciamento de crianças e adolescentes nas cidades de Guarantã do Norte, Matupá e Peixoto Azevedo, todas localizadas próximas à divisa com o Pará. Os aliciadores levavam as adolescentes para a cidade de Castelo de Sonhos, um distrito de Altamira localizado a 1.200 km da sede do município. O lugar é de difícil acesso, o que facilita o trabalho das redes de exploração. Tem apenas 3 policiais militares e um delegado que anda a pé por falta de viatura. Uma região sem lei e onde a exploração sexual de crianças e adolescentes acontece a céu aberto. O único jornalista da cidade passou 10 dias escondido no forro de uma casa para não ser morto e hoje recebe proteção especial do governo. A reportagem serviu para alertar as autoridades e mobilizar o governo do estado a tomar providências em relação ao problema das adolescentes. Uma reportagem como essa sempre muda o cenário, alerta as autoridades e outros jornalistas.
Conte um pouco sobre como foi a apuração. Durou quanto tempo? Quais foram as principais dificuldades e surpresas?
Casara – O assunto veio à tona em conversa com uma fonte na região. A apuração durou duas semanas. Foi trabalhoso localizar as famílias das adolescentes e mais trabalhoso ainda convencer mães e avós a contar o problema. Além do medo de represálias, sempre há um certo constrangimento em admitir que uma ou mais filhas foram aliciadas por redes que lucram com a exploração sexual. As famílias moram em cidades na divisa do Mato Grosso com o Pará. Chegar a Castelo de Sonhos também foi muito trabalhoso. São 200 km de uma estrada praticamente intransponível a partir da divisa. Cerca de 40 quilômetros após a partida, estourou o amortecedor dianteiro direito. A opção era desistir ou seguir em frente. Fomos em frente, arriscamos.
Castelo de Sonhos é um lugar sem Lei, sem Poder Público, sem força policial. O lugar é muito violento. Chegamos disfarçados e passamos uma noite. Na manhã seguinte, tivemos a sorte de encontrar uma amortecedor da mesma marca e modelo do carro. Só então revelamos nossa condição de jornalistas. A partir dai, foi uma corrida contra o tempo. Em três horas visitamos os locais onde ocorrem a exploração e fizemos as entrevistas e as fotos. Precisávamos sair da cidade antes de qualquer reação. No caminho de volta fomos seguidos por cerca de 80 quilômetros por uma caminhonete ocupada por três homens. A perseguição parou quando entramos em um canteiro de obras de uma barragem que está sendo erguida na região da Serra do Navio. Paramos em frente a um restaurante. A caminhonete nos seguiu e parou a menos de 30 metros. Após alguns minutos, deu meia volta e retornou a Castelo de Sonhos. Sem sair do carro, comemos duas latas de atum com pão e guaraná. Pegamos a estrada e chegamos a Guarantã do Norte sem maiores problemas. Se não tivessemos encontrado o amortecedor certo, teríamos um pouco mais de trabalho.
Como é a logística de fazer uma reportagem investigativa na Amazônia, lidando com um tema delicado e potencialmente arriscado tanto para vítimas quanto para repórteres?
Casara – A logística é imitada pelos recursos. A apuração é limitada pelos riscos. Estávamos com um carro de passeio quando deveríamos estar em um 4×4. Isso aumenta os riscos de quebrar o carro. Também dificulta uma saída rápida em caso de necessidade. A reportagem também é limitada pelas distâncias e pelas condições das estradas, o que torna tudo mais caro e trabalhoso. O assunto é complexo, as famílias não gostam de falar sobre isso. A corrupção também dificulta a apuração e aumenta os riscos, pois autoridades ganham dinheiro acobertando criminosos.
É preciso jogar com todos esses fatores. É preciso também antever os riscos, estar sempre um passo à frente. É necessário jogar com o fator surpresa, com a rapidez e com toda a experiência acumulada. Os principais erros acontecem por causa da afobação e do medo. Os três segredos da reportagem de risco são os seguintes: 1) Mantenha a calma; 2) Mantenha a calma; 3) Mantenha a calma.
Você acredita que a reportagem de vocês pode transformar a realidade dessas adolescentes? Já transformou desde que foi publicada?
Casara - Reportagens como essa sempre mudam o cenário. Servem de alerta, inspiram novas matérias. Uma violência como essa, quando vem a tona, atrapalha a vida dos criminosos e estimula as autoridades. Algumas autoridades são estimuladas a aumentar o valor da propina, outras, honestas, são estimuladas a resolver o problema.
Este é o seu segundo prêmio Herzog de Jornalismo e Direitos Humanos. O que isso representa para você como jornalista que atua com entidades do terceiro setor, sem o apoio da grande mídia?
Casara – Não me interesso mais pela grande mídia. Desde o ano 2001 atuo exclusivamente para organizações que não estão vinculadas ao jornalismo industrial. Posso fazer um jornalismo mais libertário e revolucionário. Não estou limitado pelos interesses comerciais das empresas de comunicação. Hoje, o que dá lucro para essas empresas é o jornalismo de entretenimento, mesmo quando disfarçado de “investigativo”. Desde que sai desse circuito ganhei um Prêmio Esso e dois Herzog. É um bom referencial. Estou construíndo um caminho próprio, sem holofotes mas com muita realização pessoal. Uma dica pra quem tá começando na profissão: todo jornalismo é investigativo. Se não é investigativo, não é jornalismo.
Leia também a entrevista com Tatiana Cardeal.
22
May09
Mapa da sexualidade humana
Pra se divertir no fim de semana com (o)(a)(s) parceir(o)(a)(s): mapa da sexualidade humana (em inglês), dividido em “territórios” como massagem erótica, voyerismo, exibicionismo, fetiches profissionais, banhos de leite, brincadeiras com produtos químicos e muito mais, num leque de opções que vão do papai-mamãe às maiores bizarrices. Você clica no mapa interativo e vai pregando alfinetes coloridos: “experimentei e gostei”, “experimentei, mas não gostei”, “coisas que eu gostaria de experimentar” e “somente fantasia mesmo”.
[dica do Vinz]
25
Jul08
Turismo, sexo e intercâmbios culturais
Na quarta-feira fui conferir os botecos descolados da “rua do Salsa”, no conjunto Alagamar (em Ponta Negra), também conhecida como “rua das putas”. Nunca tinha visto tanta garota de programa por metro quadrado. De nosso privilegiado posto de observação na mesa de plástico duma calçada de estacionamento (cerva mais barata), víamos os táxis parando pra desembarcar mulheres dos mais variados matizes: das vestidas de vadia, com maquiagem berrante e metade da bunda de fora, às discretas e elegantes, com ar recatado e fivelinha no cabelo. Música dançante e público variado: natalenses, turistas europeus, turistas brasileiros – pra cada perfil, um valor diferente na tabela informal.
No dia anterior, um amigo comentava como seria interessante se uma ong qualquer oferecesse cursos de gestão financeira pras putas. Muitas gastam até R$ 150 por dia com táxi. Se investissem esse dinheiro na compra de um carro em prestações, teriam condição de contratar um motorista pra levá-las pra cima e pra baixo. E ainda sobraria dinheiro pra poupar e ajudar a família. Algumas têm mais tino. A filha de uma ex-empregada nossa, por exemplo, virou garota de programa. Ultimamente passou a manter relação estável com um italiano (agosto é o mês deles aqui). Já viajou à Itália e está estudando o idioma pra se virar melhor por lá. Assim como ela, diversas garotas natalenses que trabalham na noite estão estudando italiano, inglês ou espanhol. Nem sempre o motivo é pecuniário. Também há casos de paixão mútua, choro em despedida e casamentos.
Nesses dias todos que passei em Natal, não percebi um único caso de exploração sexual de crianças e adolescentes. Não digo que não exista, mas o fato é que as campanhas de advertência em hotéis, bares e no aeroporto, somadas à repressão policial, ajudaram a pôr limite na esbórnia. No pico do movimento turístico de estrangeiros, com 20 e tantos vôos semanais vindos da Europa, ocorriam situações constrangedoras. Um homem não podia mais ir ao banheiro e deixar a namorada sozinha na mesa do bar, especialmente se ela tivesse pele escura. Um xopin center precisou tomar medidas duras contra os europeus que assediavam garotas adolescentes na fila do cinema e na praça de alimentação.
A pressão social, o encarecimento do turismo externo e as operações policiais contra quadrilhas estrangeiras que lavavam dinheiro contribuíram pra limitar o turismo sexual a espaços tolerados pela comunidade. Houve também alguns efeitos positivos nesse intercâmbio cultural com os europeus, observou meu amigo durante o passeio pelo calçadão de Ponta Negra. A sociedade natalense largou muitos hábitos conservadores, como o preconceito contra homossexuais. Hoje, dois homens se beijando dentro de um ônibus são encarados com naturalidade pelos natalenses, o que não ocorria até há pouco tempo. Em certo sentido, é o que ocorreu quando as tropas americanas se instalaram aqui durante a segunda guerra: Natal foi uma das primeiras cidades brasileiras onde as mulheres passaram a mascar chicletes, fumar e usar calças compridas.
Uma conclusão inevitável: a profissionalização e a globalização do turismo deveriam ser acompanhadas pelo reconhecimento dos direitos dos profissionais do sexo. Medidas como a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, os programas de apoio socioeducativo, o combate rigoroso à exploração infanto-juvenil, ao lenocínio e à violência contra as mulheres precisam se tornar rotina no planejamento de qualquer cidade turística que leve a atividade a sério. É a atitude mais inteligente a ser tomada pelos gestores de políticas públicas, já que combater a prostituição é como querer agarrar a chuva com os dedos.
20
Apr08
Os paparazzi do espaço
Você gosta de pegar sol bem à vontade no quintal de casa? Alguém lá do alto pode estar bisbilhotando sua intimidade. Fotos captadas por satélite e exibidas pelo Google Earth mostram tudo, embora sem detalhes tão nítidos quanto o das revistas com fofocas de celebridades. Em Haia, na Holanda, onde o hábito de se bronzear em pêlo é bem difundido, fizeram até um ranking das dez melhores cenas. Esta imagem, também da Holanda, mostra duas pessoas nuas deitadas bem juntinhas num terraço. Ao que parece estão se divertindo bastante.
Matéria da Folha de SP diz que, segundo especialistas, o Google viola a privacidade das pessoas ao exibir esses flagras. Pode-se até entrar com ação na justiça exigindo a retirada das imagens. Ou pedir indenização por danos morais, com valores que ficariam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil. Agora peço licença, vou ali no quintal ficar peladão e posar pros satélites (brincadeira; tá friozim e chove há horas aqui na Ilha )
p.s.: Curiosidade etimológica: a palavra paparazzo teve origem em 1960 com filme La Dolce Vita, de Federico Fellini (adoro). Um dos personagens, fotojornalista de celebridades, tinha esse nome. Consta que o termo quer dizer mosquito em um dialeto italiano. O diretor batizou o fotógrafo ao lembrar que, na infância, tinha um colega com esse apelido porque falava demais e se movia o tempo todo.
p.s. 2: Wim Wenders fez um filme interessante e perturbador – não lembro o nome agora, alguém ajuda? – que conta a história de uma arma terrível: um satélite que monitora as pessoas e pode matá-las disparando um tiro ou raio lá do espaço.
p.s.3: E por falar em Google Earth – um dos meus softwares favoritos -, saiu há poucos dias a versão 4.3. Agora, a exemplo do que já ocorria no Google Maps, dá pra ver imagens de vários centros urbanos no nível das ruas. O menu de navegação foi remodelado e eles adicionaram um recurso bem interessante que permite ver a iluminação do sol sobre o planeta em diferentes horários do dia.
14
Apr08
Dia do Beijo
Ontem foi o Dia Mundial do Beijo. O Inagaki escreveu um belo post sobre isso, recheado de boas citações (a descrição de Cortázar nos comentários é fantástica) e cenas antológicas de cinema.
Li na edição 8 da revista Brasileiros (ah, bendito sopro de bom jornalismo em meio à aridez das bancas) um ótimo relato de Roberto Saturnino Braga sobre uma visita que fez ao Parque Nacional da Serra da Capivara:
“Emocionante. Não existe em nenhuma outra pintura rupestre em todo o mundo uma cena de beijo humano; só ali, no Piauí. Realmente emocionante”.
26
Oct07
À espera do nu militante da Binoche
Juliette Binoche, de 43 anos, vai ser capa de novembro da Playboy francesa. Diz ela em matéria da Folha:
“Eu fui convencida por uma jovem equipe que quer mudar a “Playboy” como falar do corpo de uma maneira diferente, em lhe dar alma. Nós temos uma tendência de separar o corpo do espírito, o corpo das emoções. Nós colocamos o prazer à parte. De certa maneira, reivindicar este tipo de corpo nas páginas da revista é um ato militante”, afirmou a atriz francesa.
“Esperaremos em dezembro a edição /Desde já, em estado de ereção /Espero que até lá eu não broche /Para poder ver o nu da Binoche”
24
Oct07
Sexo e jurisprudência internacional
Da revista Consultor Jurídico:
Esperma é propriedade da mulher, decide Justiça dos EUAUsar esperma para engravidar, sem autorização do homem, pode render processo mas não caracteriza roubo porque “uma vez produzido, o esperma se torna propriedade” da mulher. O entendimento é de uma corte de apelação em Chicago, nos Estados Unidos, que devolveu uma ação por danos morais à primeira instância, para análise do mérito. (…)
Comentário do Botelho:
“Nós homens não mandamos mais em porra nenhuma”.
05
Sep07
Você precisava ver como ela tremia
Bom demais acordar dando risada. Quem me ajudou nisso hoje foi o blog de Rafael Galvão e sua enciclopédica série As alegrias que o Google me dá. Ele comenta as frases que aparecem nas estatísticas de busca (cheguei via Inagaki, que escreve aqui sobre os caça pára-quedistas do Google). Uma pequena amostra:
simpatias para homem ser só seu
Arranje um homem feio, burro e pobre. Você deve ser do tipo que prefere comer um prato de bofe sozinha a dividir uma porção de caviar.por que o brasileiro não reconhece suas qualidades
Porque passa tanto tempo sem ver as coitadas, sem ligar para elas, sem nem saber que existem, que quando as encontra por acaso na rua não sabe mais quem são.sorte de hoje com o amor
A sua, minha filha? Nenhuma. Nenhuma, mesmo. Jogue no bicho que você ganha mais.manual do suicídio
Juro que se tivesse um eu te dava. Te mandava por Sedex, até entregava pessoalmente. Porque se até para se matar você precisa de um manual, a coisa está realmente feia e você não tem mais jeito.frases no preterito mais que perfeito
O pretérito mais que perfeito é um absurdo da língua portuguesa que deveria ser imediatamente extinto. Porque não existe um passado perfeito, muito menos um “mais que perfeito”: todos eles são imperfeitos, em todos mudaríamos alguma coisa, de todos nos arrependemos.eu quero ver fotos de goiania
Por quê? Tanta coisa bonita por aí — Paris, Roma, Praga, Salvador ou Rio — e você quer ver fotos de Goiânia. Já sei: você é michê, né?putaria com velho
A única putaria que se pode fazer com velho é tirar a roupa na frente dele e cantar: “A pipa do vovô não sobe mais…”pensamentos pequenos
É.você precisava ver como ela tremia
Pois é. É nisso que dá comer velhinhas com Mal de Parkinson.omenagem amae
O melhor presente que você pode dar a sua mãe neste Dia das Mães é tão simples, meu filho: um diploma do Mobral. Ela vai chorar de emoção, você vai ver.basicamente o que é o racismo brasileiro
Basicamente é o seguinte: branco sacaneando preto. E se você não percebe nem isso, você está basicamente com um sério problema.como o capitalismo influencia na minha vida?
Para que eu explique isso, é preciso que antes você faça um depósito na minha conta.posição sexual melhor para mulher gorda
No escuro.mulheres reclamam penis pequeno
É uma medida extremamente válida de proteção feminina contra a canalhice masculina. É usada como último recurso. Se você a tratar bem, ela vai relevar essas miudezas. Mas não apronte com ela. Porque você dificilmente sobreviverá à crueldade de uma mulher magoada.qual o tamanho do pinto de um japones
É maior que o seu. Ou seja: nem isso você vai ter como consolo. Conforme-se.bater punheta cresce o penis?
Diz aí: se aumentasse você hoje seria um sujeito feliz e enooooorme, não é?como é uma vagina fotos
Quando eu parar de rir, te explico.
A diversão de Rafael também rende contos hilários, como Branca de Neve, baseado nas palavras-chave historia branca de neve contada pelo anao.