25
Jun17
Oscuro animal: as entranhas da Colômbia
29
Mar15
O saldo de dez anos da “Guerra ao Terror”
A ong Physicians for Social Responsibility (PSR), prêmio Nobel da Paz em 1985, divulgou relatório com uma nova estimativa do número de mortos em dez anos de “Guerra ao Terror” promovida pelos Estados Unidos e aliados: em torno de 1 milhão de pessoas no Iraque, 220 mil no Afeganistão e 80 mil no Paquistão, somando cerca de 1,3 milhão. O número é dez vezes maior que o divulgado pela mídia e pelas principais ongs. Eles acrescentam que essa é uma estimativa conservadora: “O número total de mortos nos três países pode superar os 2 milhões, e um número inferior a 1 milhão é bastante improvável”.
~ PDF, 101 páginas. Via Glenn Greenwald e Sônia Bridi
05
Dec12
A guerra não declarada no Paquistão
No décimo episódio da série O Mundo Amanhã, Julian Assange encontra Imran Khan, candidato à presidência do Paquistão, para discutir o futuro de um dos países mais afetados pela Guerra ao Terror
Ao longo de 25 minutos, Julian Assange recebe Imran Khan, que nos anos 70 e 80 foi capitão do vitorioso time de críquete do Paquistão, para conversar sobre corrupção, Osama Bin Laden, soberania e bombas atômicas. Isso porque hoje Khan está na corrida para se tornar o próximo presidente do país nas eleições de 2013, liderando a oposição com o partido que criou, o Movimento para Justiça, que combate a corrupção no país.
O Paquistão tem uma dívida acumulada de 12 trilhões. “Metade do nosso PIB vai para o pagamento de dívidas, 600 bilhões vão para o exército e assim 180 milhões de pessoas têm 200 bilhões de rúpias para sobreviver. Então, claramente, o país está inviabilizado”, pndera o político. A crise é sentida na pele pela população: em áreas urbanas, não há eletricidade por até 15 horas durante o dia, e os apagões chegam a durar 18 horas nas áreas rurais.
Khan se tornou a principal voz crítica ao fazer denúncias sobre o governo do Paquistão, um dos países mais afetados pela Guerra ao Terror promovida pelos EUA. “Quarenta mil paquistaneses foram mortos em uma guerra com a qual não temos nada a ver. Basicamente, nosso próprio exército matando nosso povo e eles fazendo ataques suicidas a civis paquistaneses. O país já perdeu 70 bilhões de dólares nessa guerra. A ajuda humanitária total tem sido de menos de US$ 20 bilhões”, diz Khan.
Mas como Khan levaria a relação com os Estados Unidos caso fosse eleito? “Não deveria ser uma relação de cliente-patrão, e pior ainda, o Paquistão como pistoleiro contratado, sendo pago para matar inimigos da América. Nós somos um Estado independente e soberano e a relação com os EUA deve ser de dignidade e respeito mútuo, não mais uma relação de cliente-patrão”, diz. Resta saber se, caso ele vença, cumprirá suas palavras.
Assista a entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.
Esta é a décima de uma série de 12 entrevistas que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fez com líderes e pensadores contemporâneos. DVeras em Rede publica O Mundo Amanhã em parceria com a Agência Pública e o WikiLeaks.
03
Oct12
Hezbollah propôs à oposição síria negociar com Assad
A partir de hoje, DVeras em Rede, em parceria com a Agência Pública, passa a divulgar a série O Mundo Amanhã, de 12 entrevistas em vídeo realizadas pelo fundador do WikiLeaks, Julian Assange, com personalidades da geopolítica e cultura internacional, para o canal de televisão russo RT. Cada episódio tem cerca de meia hora de duração e será publicado às 18h das quartas-feiras, pela primeira vez no Brasil com legendas em português.
Na primeira entrevista da série, o fundador do WikiLeaks entrevista o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah
“Você lutou contra a hegemonia dos Estados Unidos. Alá ou a noção de Deus não é o máximo superpoder?”, pergunta Julian Assange ao secretário-geral do Hezbollah. A pergunta, que soa ainda mais provocativa em tempos de protestos no Oriente Médio contra o vídeo que satirizava o profeta Maomé, resume a postura do criador do WikiLeaks na primeira – e polêmica – entrevista da série “O Mundo Amanhã”. Nela, Assange entrevista pensadores, ativistas e líderes políticos em busca de ideias que podem mudar o mundo.
O partido Hezbollah é membro do governo libanês, mas seu braço militar foi descrito como “a guerrilha mais proficiente do mundo”. Sob a liderança de Nasrallah, o Hezbollah administrou a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano no ano 2000 e a vitória tática sobre Israel na guerra de 2006. Sayyed Nasrallah foi nomeado uma das pessoas mais influentes do mundo pelas revistas americanas Time e Newsweek. A sua reputação alcança diferentes divisões sectárias e países, e ele é reverenciado ou vilipendiado por milhões de pessoas no Oriente Médio e no mundo todo.
Esta é a primeira entrevista de Nasrallah feita em inglês em uma década. Enquanto os conflitos se acirram no Oriente Médio, Assange aborda temas espinhosos como a posição de Hezbollah – visto como grande aliado do regime de Assad – no conflito da Síria. “Somos amigos da Síria, mas não agentes da Síria”, responde o libanês, antes de revelar que o Hezbollah procurou setores da oposição síria para pedir que dialogassem com Assad, sem sucesso.
Impossibilitado de deixar a Inglaterra, onde estava em prisão domiciliar, Assange entrevista Nasrallah através de um videolink na casa onde esteve por mais de 500 dias. Por sua vez, Hassan Nasrallah participa da entrevista na sede do Hezbollah no Líbano, cuja localização exata é mantida em segredo por segurança. É lá que ele trabalha sob constante medo de ser assassinado por diferentes grupos e Estados.
Assista a seguir à entrevista.
23
Mar11
A guerra contra as mulheres
O dia do aniversário de Floripa começou com algumas boas descobertas na web.
La guerra contra las mujeres, documentário do ítalo-argentino Hernán Zin sobre violação sexual nas guerras, teve o primeiro corte concluído este mês. Foi filmado em sete países ao longo de três anos, com mais de 100 entrevistas em uma dúzia de línguas. O autor considera esta a mais complicada das produções audiovisuais e livros que já fez. Tema delicado e doloroso para as vítimas, é um acompanhante quase que indissociável dos conflitos armados desde o início da história humana.
Cheguei a esta notícia por meio do site The BOBs, prêmio da Deutsche Welle para os melhores blogs do mundo. Aliás, o excelente Blog do Sakamoto concorre na categoria Direitos Humanos – entrei lá justamente pra dar meu voto. Se você ainda não teve a chance de conhecer o trabalho e o excelente texto do Leo Sakamoto, coordenador da ong Repórter Brasil (uma parceira que já citei muitas vezes aqui), recomendo.
Depois que votei, dei uma zapeada nas outras categorias e encontrei Viaje a la guerra, que concorre ao prêmio de Melhor Blog. Nele, Hernán Zin narra suas coberturas como repórter, documentarista e escritor por diversos países em conflito (“Afeganistão, Sudão, Uganda, Israel, Palestina, Líbano, Argélia, Ruanda, Congo, África do Sul, Índia, Etiópia, Nicarágua, Quênia, as favelas do Rio de Janeiro…”). Jornalismo de primeiríssima qualidade, do tipo que é difícil de encontrar, pois envolve alto risco pessoal do viajante, somado a talento de repórter e bagagem humanística.
Falar nisso, esbarrei hoje, via blog Substantivo Plural, do amigo Tácito Costa, com um artigo do grande jornalista Robert Fisk que vale a pena ler: No mundo árabe, liberdade é agora uma possibilidade.
E ainda nem são 11 da manhã… Vamos à preparação do almoço.