Posts com a tag ‘microcontos’

17

Jul

19

Três microcontos bem black mirror

Usou o app de se ver mais velho; viu a viúva já bem alegre.

~

Usou o app de se ver mais velho; viu-se aposentado com meio salário mínimo.

~

Não usou o app de se ver mais velho; mais tarde, fazendo a barba, viu-se mais velho.

 

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25

Sep

09

#tuiteumcurta

Versão ultra-curta para twitter do meu conto Pura Sorte – que já é bem enxuto:

Matava a tiro. Preso, quebralham-lhe 5 dedos. Fugiu. Menino curioso: – Que foi? Ele: – Acidente de trabalho. Mas sou canhoto.

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03

Apr

09

Os 140 caracteres como desafio pros microcontos

Do blog Twitteratura:

Robson
“Pescaria? Como eu fui deixar a Lu me convencer?” Perguntava-se, enquanto esperava que a isca fosse mordida. Mal sabia que o peixe era ele.

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09

Dec

08

DVeras Awards 2008: serviços na web

Menções honrosas:

  • Blip.fm. Pra muita gente que ama descobrir, (re)ouvir e comentar de música, foi o achado do ano. Rendeu até algumas experiências sinestésicas, aleatórias e coletivas bacanas. Usei muito por um tempo (um grande barato dele é a integração ao twitter), depois enjoei, mas de vez em quando volto. Agora, por exemplo, tou ouvindo Buddy Guy, (You Give Me) Fever.
  • Gengibre. Esse “twitter de voz” pra compartilhar na web as mensagens enviadas por celular é uma idéia matadora. Ainda não testei porque, assim como o Inagaki (que testou), acho estranho ouvir minha voz gravada. Mas só de pensar nas possibilidades pro jornalismo e educação, entre outras, já viajo. Qualquer hora dessas crio coragem e vou “aliviar a garganta” (grande slogan).
  • Gmail. O webmail do Google continua imbatível e é o que melhor atende minhas necessidades. Uso o serviço há uns dois anos e ele sempre me surpreende com novidades, algumas úteis, outras irrelevantes, que posso optar por incluir ou não. Tou testando agora o novo módulo experimental Tasks, pra inclusão de listas de tarefas.

E o escolhido é…

Twitter. Tudo era apenas uma brincadeira, e foi crescendo, crescendo e, pra minha sorte, continuou brincadeira :) Comecei a usar o twitter a convite do Nando, a princípio com a intenção de ver qual era a onda e sartar fora. Mas essa coisa de microblogar em 140 caracteres vicia. Como isso converge com minha busca da síntese no texto, passei a publicar uns microcontos e poemitos – às vezes do ônibus, via celular. Conheci gente legal e terminei incorporando a ferramenta na coluna à direita deste blog (seção Rapidinha). O recente uso pra divulgação instantânea de avisos de utilidade pública na enchente de SC reforçou o que eu já observava: o twitter e similares ainda vão dar muito o que falar. Não vão substituir nada, e sim se somar aos meios que já existem pra dar uma experiência mais significativa de expressão social.

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18

Nov

08

Derivativos

Vendiam vento. Um tá preso por estelionato. O outro, de férias. Capitalista nato.

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17

Nov

08

Resposta a uma entrevista imaginária para a Playboy

- Qual foi o lugar mais estranho onde você se masturbou?
- No Laboratório Santa Luzia.

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12

Sep

08

Blip.fm e microcontos musicados

A rede social de música blip.fm é a grande sensação do momento entre meus contatos internéticos. Fui apresentado ao brinquedinho novo há poucos dias e me amarrei. Ao fazer uma busca por palavra-chave de canção ou autor/intérprete, a ferramenta toca a música e você pode comentá-la, criando sua própria “estação de rádio”. Também pode ouvir as seleções que seus contatos estão fazendo e elogiá-los com “props”, espécie de reconhecimentos positivos.

O Alexandre Coluna Extra Gonçalves, ligeiro que só, imaginou várias aplicações possíveis pra essa ferramenta que à primeira clicada parece um divertimento inútil (ah, como são deliciosos os divertimentos inúteis…). Hoje ele publicou mais uma idéia, sugerida pelo Diógenes Fischer. Aí compartilhei uma experiência que fiz nesta manhã: publicar microcontos musicados, em que as músicas têm vínculo com o conteúdo ou o clima da narrativa.

Alexandre foi adiante. Escreveu um p.s. sobre isso e testou o embed do blip.fm, publicando em seu blog um microconto meu musicado por Gilberto Gil – minha escolha da música foi por causa do “tempo” que tá na micronarrativa, mas veio a calhar, porque Gil tem tudo a ver com as idéias de copyleft, creative commons, combinações sinestéticas. Aí vai o meu teste, com mais um baiano (clique no play para ouvir).

(Repetindo a dica do Alexandre: para “pegar” o código embed de uma música é só clicar em “posted on…” – abaixo do nome da música. Será aberta uma página só com a música e com o código embed disponível.)

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12

Sep

08

Oficina de Conto, primeiro dia

Ontem foi o primeiro dia da Oficina de Conto que a Academia Catarinense de Letras está promovendo no Centro Integrado de Cultura. Achei o formato meio cansativo – a tradicional fórmula de longas exposições, seguidas de debate rápido, que termina rendendo menos do que poderia. Mas sempre se aprende e se revê. O professor Lauro Junkes falou sobre o enredo. A importância do conflito pra mover a história, a tensão que se projeta no leitor. A montagem de ações que forma a sintaxe narrativa. Os princípios de unidade artística: concatenação, verossimilhança, coerência, necessidade. As funções do espaço e da atmosfera na ficção. Cada tópico desses renderia dias inteiros de conversa. Falou também sobre a diluição das fronteiras rígidas entre as diferentes formas de expressão literária: crônica, conto, poema, novela, romance. E fez uma recomendação óbvia, mas muitas vezes esquecida pelos aspirantes a contista: ler os mestres, ler muito. E praticar.

Em seguida os escritores Silveira de Souza e João Nicolau Carvalho falaram sobre seus processos de criação. Gostei especialmente da apresentação de Silveira de Souza, um velhinho simpático e tímido que escreve relatos muito bons. Consultando anotações no papel, ele nos levou ao túnel do tempo de suas memórias de criança, quando descobriu o encantamento da leitura nas obras de Monteiro Lobato, Júlio Verne e depois, Maupassant, Poe, Flaubert, Machado de Assis, Chekov. Lembrou da mesa em que se reunia à noite com os pais e as irmãs pra leituras em voz alta. Contou que dá bastante importância ao ritmo e costuma se inspirar em outras formas de expressão artística, como a música e a pintura. Recordou-nos do ensinamento de Poe, que aponta três características importantes para o conto:

  • A narrativa deve provocar no leitor um efeito pré-determinado.
  • Deve-se excluir tudo o que não contribui para tal efeito.
  • A narrativa deve ser curta, mas não a ponto de impedir que se atinja tal efeito.

João Nicolau Carvalho contou da influência que as histórias familiares tem sobre sua obra, em especial de seu trisavô e seu bisavô longevos. Recordou os tempos de estudante no sul de Santa Catarina e também os de jornalista no Rio de Janeiro, quando, inspirando-se em ícones como Hemingway, aprendeu a limar os excessos no texto. Disse que alguns contos seus surgiram de matérias jornalísticas recusadas pelos editores. Que escreve bem devagar e que perdeu dezenas de contos na famosa enchente que arrasou Tubarão na década de 70. Comentou sobre seu flerte com o realismo fantástico, questionando o cânone da verossimilhança. Sobre seu estilo de trabalho, contou que não faz esquemas antes de começar a construir uma narrativa. Em geral parte de um insight, escreve a história inteira e a guarda na gaveta por alguns meses. Depois retoma o texto e o vai esmerilhando aos poucos até ficar pronto.

p.s.: Ontem fiz um exercício de microconto, mas não sei se me atrevo a mostrá-lo aos acadêmicos. Talvez comentem que “é uma boa idéia a ser desenvolvida”… Enquanto pensam “que sujeito mandrião”. Provavelmente têm razão nos dois pontos :)

p.s.2: Falar em mandrião, veja que bela crônica da Regininha!

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12

Sep

08

Há um ano

Pequena utopia de escritor: criar entrelinhas em textos de uma linha.

06/set/07

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11

Sep

08

Recordação de 11 de setembro

No primeiro avião, achou que era filme. No segundo, que era reprise. No terceiro, que começara a terceira guerra. No quarto, se enrodilhou no escuro. E não achou mais nada.

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