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Jan

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DVeras Awards 2013: séries de TV

Dezembro passou voando e já chegamos a 2014, mas ainda temos DVeras Awards. Não sou muito de ver séries de TV, mas em 2013 tive a oportunidade de acompanhar algumas de alto nível. Seus roteiros, casting e fotografia nada deixam a dever às boas produções cinematográficas. Gostei destas em especial:

4) Lilyhammer é uma divertida produção ficcional norueguesa sobre um mafioso de Nova York – interpretado pelo ator e músico Steven Van Zandt – que delata um chefão e se refugia nessa pequena cidade nórdica. A primeira temporada da série estreou em 2012 e foi vista por quase um milhão de pessoas na Noruega, um quinto da população do país. Depois de uma pausa para Van Zandt participar da turnê de Bruce Springsteen, foi gravada a segunda temporada e a terceira deve começar a ser produzida este mês. Lylehammer é a primeira série original da Nefflix, empresa americana de TV por internet. Ponto alto: as estranhezas do choque entre culturas bem distintas.

3) The Newsroom é uma série da HBO que mostra os bastidores de uma emissora noticiosa de TV a cabo. Gostei do ritmo rápido, com diálogos mordazes e inteligentes, e da representação mais ou menos fiel do estresse do jornalismo diário, com dilemas que precisam ser resolvidos de imediato e quase sempre são esquecidos no dia seguinte (a “cachaça” do jornalismo). Os episódios enfocam temas de relevância nacional (deles, americanos) e internacional, além das questões profissionais e pessoais dos jornalistas e empresários da comunicação – namoros, puxadas de tapete, alianças, chantagens, traições. Jane Fonda faz uma ponta como dona do canal.

2) House of Cards conta a história de um ambicioso congressista americano que, junto com sua mulher, faz manobras políticas escusas para passar a perna nos desafetos e conquistar o poder. Kevin Spacey está em excelente forma, destilando cinismo por todos os poros. Há uma personagem coadjuvante que vale a menção: uma jornalista que dá tudo de si pra conquistar a fonte privilegiada no Congresso e ascender na carreira. Produzida pela Netflix, House of Cards é uma adaptação de um romance homônimo e de uma série britânica.

E o campeão incontestável do ano nesta categoria é…

1) Breaking Bad. Essa história sobre um professor de química que se descobre com câncer e decide fabricar metanfetamina tem sido referida como a melhor série de TV de todos os tempos. E não sou eu quem vai dizer o contrário. Assisti do início ao fim e tiro o chapéu pro argumento, pro roteiro, pra “química” entre os atores, pra trilha sonora e pra fotografia de alta qualidade. Breaking Bad foi criada e produzida por Vince Gilligan para o canal americano AMC. Cada episódio é uma pequena obra-prima bem encadeada nos demais. Aqui e ali há algumas forçadas de barra na verossimilhança, mas a competência com que o público vai sendo conquistado ao longo da narrativa faz esses escorregões se tornarem irrelevantes. A trajetória do pacato Walter White até se transformar no temível Heisenberg fisga o espectador como os melhores folhetins vêm fazendo ao longo dos séculos (curiosidade: em Portugal a série foi traduzida como Ruptura Total). Bryan Cranston, que interpreta o protagonista, já amealhou vários prêmios. Talvez o mais expressivo tenha sido informal: uma carta enviada por Anthony Hopkins, elogiando seu trabalho e dizendo que Cranston é o melhor ator que já conheceu. Desde já, um clássico que trouxe vida inteligente às telas.

Em tempo: se você ainda não viu ou está começando a ver Breaking Bad, uma dica é acompanhar também o podcast That is Veggie Bacon, gravado por um grupo de amigos brasileiros ao longo da série pra comentar os episódios que acabaram de assistir. Muito bom.

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