25
Feb15
Algumas impressões sobre Boyhood
Demorei um pouco pra comentar Boyhood porque estava esperando o filme “assentar” na cabeça. Vi faz uma semana e os flashes da história estão voltando de mansinho. Identificações, empatias, reconhecimento de sutilezas.
Boyhood foge dos cânones hollywoodianos de roteiro clássico. Coisas como clímax e anticlímax não têm importância alguma na história. Alguns acharam chato, eu gostei muito da sensação um tanto voyeurística de seguir a evolução dos personagens – não só o menino – numa trajetória cotidiana sem pirotecnias dramatúrgicas.
Momentos se somando ao longo dos dias e anos, fazendo sentido pelo seu conjunto de banalidades e solavancos da vida sem sentido – mas repleta de reflexões sobre isso mesmo, ao contrário de banalidades rasas e solavancos grosseiros do Big Brother.
A sensação de ser um outsider, de não se encaixar no esquema, é um tema recorrente nos filmes de Richard Linklater que acompanha o protagonista ao longo da história. Mas o menino-adolescente consegue, de um jeito ou outro, viver com isso. Me enxerguei nele.
A produção com os mesmos atores ao longo de 12 anos é muito adequada à história que o diretor contou. Carpintaria narrativa sofisticadíssima em um filme aparentemente despretensioso. Boyhood vai ser lembrado por muito tempo. Por mim, pelo menos.
fiquei até com vontade de ver! bj