07
Jan21
Leituras de 2021: A invenção de Morel
No Dia Nacional do Leitor, mais um registro de leitura finalizada.
3) A invenção de Morel. Este romance do argentino Adolfo Bioy Casares (1914-1999), publicado em 1940, combina realismo fantástico com ficção científica numa história que nos faz mergulhar, junto com o narrador, numa lógica alucinada. Ele é um homem condenado à prisão perpétua que foge para uma ilha deserta, famosa por conter uma praga que mata os visitantes em poucos dias. Lá, começa a encontrar várias pessoas perambulando – por uma igreja, um museu e outros espaços -, mas não consegue fazer contato. Apaixona-se por uma das aparições, Faustine, linda mulher que vai todos os dias contemplar o mar, mas também é ignorado por ela. Esse mundo estranho tem duas luas (assim como universo paralelo da trilogia 1Q84, de Haruki Murakami), dois sóis e marés descontroladas. O homem começa a refletir sobre a sua solidão, a finitude da vida, a realidade e os simulacros. Sua busca para a explicação do que acontece é explicada pelo título. A invenção de Morel foi descrita por Jorge Luis Borges, o mestre dos labirintos metafísicos, como “perfeita”.