13
May14
De Quintana, Shakespeare e leitura
Fonte: Ora Bolas – O humor de Mário Quintana. Juarez Fonseca, L&PM Pocket, 4a. edição, p. 94, maio de 2013.
30
Nov12
Tela a presença
Compartilho o convite pro lançamento do livro do Lau Santos.
Sobre o autor:
18
Jul12
On The Road no cinema
Vi ontem On the road, a adaptação de Walter Salles do famoso livro de Jack Kerouac. Inevitável comparar as duas obras, mesmo correndo o risco de cometer uma injustiça com o filme (gostaria de saber a opinião de quem o viu, mas ainda não leu o romance). Reconheço o mérito de Salles pela coragem de ter encarado o projeto de levar pra telona um dos ícones da literatura americana. Botar a cara a tapa merece o nosso respeito. E o resultado está longe de ser um fracasso. Ficou bacana, bem realizado. Mas…
Confesso que o filme não me fisgou pela emoção, ao contrário do efeito arrebatador e apaixonante do romance de Kerouac. O filme é tecnicamente sofisticado, fiel à história, as locações são lindas, os atores convencem, o ritmo é ágil como o jazz que embalou aquelas aventuras. Mas faltou algo que é até difícil definir. É como comparar a euforia de estar na estrada com a descrição da euforia. Talvez tenha faltado um mergulho mais radical na psicologia de Sal e Dean. E você, o que achou?
22
Jun11
Queria escrever
Recebi e-mail do Fernando Evangelista e compartilho com a satisfação de ler um bom texto de Vanessa Barbara:
O Instituto Moreira Salles acaba de lançar uma nova edição dos seus Cadernos de Literatura Brasileira. O número 26 da série, iniciada em 1996, é dedicado a Rubem Braga, o maior criador da moderna crônica brasileira. Em meio às homenagens prestadas pelo IMS ao cronista, o blog do ims convidou os escritores Vanessa Barbara, Antonio Prata, Chico Mattoso e Cecília Giannetti para criar um texto à maneira de Rubem Braga. Abaixo, segue a colaboração de Vanessa Barbara.
Queria escreverQueria escrever um texto bonito, algo que a moça das verduras pudesse levar consigo no ônibus após um dia sem couves, e que ela fosse reler de mansinho e recortar para as amigas. Um texto sereno, bonito pra burro, que fizesse marejar os olhos de um velho coronel, por um momento arrependido de nunca ter sido jovem e nem trapezista – e de ter dispensado sua primeira namorada, só porque era hippie e não tinha todos os dentes.
Que seja tão inesperado e forte quanto um soluço, que faça despertar as tartarugas e sorrir os banguelas. Que o porteiro, quando ler, pense no seu jardim esquecido, em seus netos adultos e em uma vida só de reprises do Pica-Pau.
Um texto bonito para um determinado pombo, que, atrapalhado, se enroscou num fio de eletricidade e não saiu mais de lá. Isso foi num cruzamento de avenida; o pombo fez que ia conseguir escapar e não escapou, atraindo em minutos uma turba de curiosos, guardas de trânsito, senhoras palpiteiras, vendedores de mata-moscas. Quando fecharam o trânsito para socorrer a ave, um jovem policial militar ergueu a escada do caminhão de bombeiros, repassou o plano e foi cumprir o seu dever cívico; uma senhora ao meu lado exclamou, plena de gravidade histórica: “Olha só, fiquei toda arrepiada”.
Um texto para esse pombo, resgatado do fio de luz sob os aplausos do povo, ainda trêmulo e um pouco tímido, um pombo que possivelmente não terá maior momento de glória nessa sua vida emplumada. Um texto para os que estavam assistindo a tudo e entenderam, na hora, que havia quem passasse a vida inteira em busca de um momento como este, em que um pombo nervoso sai carregado pelos braços do povo, tendo mobilizado dois batalhões da PM e um destacamento especial do Corpo de Bombeiros. E havia gente nos beirais das lojas e nos meios-fios, e os funcionários do metrô dando uma pausa no trabalho, e alguém rezando em voz baixa.
Um texto bonito para a minha rua, para os meus amigos, para o cobrador do 1744 e para todos aqueles que dormem cedo demais. Algo bem tolo, desnecessário, que lembre poemas rimados, que agrade o vizinho cansado, o professor de astronomia, as verdureiras, os militares e os pombos que se enroscam em fios de luz.
Um texto bonito, mas tão bonito que você não possa deixar de lê-lo, ainda que, numa noite fria, ele precise se revelar misticamente numa sopa de letrinhas, todo arranjado em estrofes e ervilhas de pontuação, e você pense nele como pensa em gorrinhos. Um texto tão bonito que o faça botar uma roupa estranha, vestir o chapéu e se sentir instantaneamente aquecido, saindo à rua com a determinação trêmula de um pombo.
Um texto tão bonito que o faça voltar pra casa, meu amor, sob o triste cochilo da lua.
* Vanessa Barbara nasceu em 1982, em São Paulo. É jornalista, tradutora e editora do blog A Hortaliça. É autora deO livro amarelo do terminal (Prêmio Jabuti 2009 na categoria Reportagem), O verão do Chibo, em parceria com Emilio Fraia.
20
Aug10
O retorno
Ontem foi um dia especial: depois de 19 anos da minha graduação (e de uma tentativa de mestrado pelo meio, que abandonei por não ter nada a ver comigo), retornei aos bancos escolares da universidade. Estou cursando uma disciplina isolada sobre cinema na pós-graduação da literatura da UFSC. Como comentei ontem pra uns amigos no Facebook, não digo que esses 19 anos tenham sido perda de tempo. Foram o tempo de outras coisas. Agora é bom voltar – no momento em que tinha de ser. Sem pressão de canudo, só prazer de descoberta, de se aplicar um pouco mais em leituras focadas. De descobrir gentes, encontrar ideias e me reencontrar. A disciplina tem como pontos centrais o roteiro e a adaptação literária para o cinema. Com certeza vai ser de utilidade pra mim do ponto de vista profissional, mas o que mais me interessa mesmo são as “inutilidades” A ler/reler/ver/rever: Machado de Assis, Poe, Bergman, Resnais, Bakhtin, Benjamin, Truffaut..
08
Jul10
Seleção holandesa e Seleção espanhola
Amigos:No dia do jogo do Brasil com a Holanda, o caricaturista Loredano fez no Estadão uma seleção holandesa de altíssimo peso (ver anexo). Quisera eu saber desenhar uma seleção da Espanha para o confronto do próximo domingo. Como não sei, vão apenas os nomes. Titulares: Goya, Segovia, Casals e García Lorca; Miró e Gaudí; De Falla, Picasso, Plácido Domingo, Cervantes e Almodóvar. No banco: Narciso Yepes, Velasquez, Dalí e Lope de Vega; Inácio de Loyola e Quevedo; Buñuel, Saura, José Carreras, Unamuno e El Greco. Daria para compor mais uns dois bancos, mas a FIFA não permite.Ah, sim… animadora da torcida : Penélope Cruz.O que acham?Abraços.Flávio