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Jun

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Anotações de leitura: A elegância do ouriço

“Os favores do destino têm um preço. Para quem se beneficia das indulgências da vida, a obrigação de rigor na consideração da beleza é inegociável. A língua, essa riqueza do homem, e seus usos, essa elaboração da comunidade social, são sagradas. Que evoluam com o tempo, se transformem, se esqueçam e renasçam, enquanto, por vezes, sua transgressão torna-se fonte de uma fecundidade maior, nada muda o fato de que, para praticar com elas esse direito ao jogo e à mudança, é necessário, previamente, ter lhes declarado plena submissão. Os eleitos da sociedade, esses que o destino isenta das servidões que são o quinhão do pobre, têm, portanto, a dupla missão de adotar e respeitar o esplendor da língua”.

A zeladora Renée, irritada com uma vírgula fora do lugar em um bilhete, em A elegância do ouriço – Muriel Barbery.

“A faculdade que temos de manipular a nós mesmos para que o pedestal de nossas crenças não vacile é um fenômeno fascinante”.

Ainda Renée.

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