Posts com a tag ‘cinema’

21

Apr

09

Na corda bamba

Man on Wire é um relato extraordinário sobre um homem estraordinário: o filme conta a história do francês Philippe Petit, que em agosto de 1974 atravessou o topo das torres gêmeas do World Trade Center numa corda bamba. Lindo, arrepiante e comovente. Os bastidores dos seis anos de preparação são recontados pelos parceiros na aventura, por testemunhas e pelo próprio Petit, de maneira expressiva e apaixonada. Man on Wire ganhou o Oscar de melhor documentário em 2008.

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26

Mar

09

Links: Doc Online

Revista Digital de Cinema Documentário. Tem periodicidade semestral. Em português, castellano, English e français.
[via @garapa no twitter]

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22

Mar

09

Links de cinema

Dois links sobre cinema latinoamericano indicados pela Adri Canan:

www.intermediarte.org

www.lalatina.com.br

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17

Mar

09

Espírito de Porco

Está quase pronto o Espírito de Porco, minha primeira experiência autoral atrás das câmeras. É um videodocumentário de 52 minutos sobre os impactos da suinocultura industrial em Santa Catarina, do ponto de vista “suinocêntrico” – a história é narrada por um porco que já morreu. Divido a direção com Chico Faganello e o roteiro com ele e a irmã, Eliane Faganello de Som. Lícia Brancher fez a produção executiva e musical e Cíntia Bittar, a edição. O projeto ganhou o prêmio Cinemateca Catarinense de 2005 e foi filmado entre 2006 e 2008, com 60 mil reais. Estamos finalizando os letreiros e a mixagem do som. Hoje o Diário Catarinense publicou uma reportagem da jornalista Alícia Alão sobre o filme.

Mergulhar no universuíno e no fazer cinematográfico documental foi uma experiência marcante. Construímos um roteiro aberto – redigido à medida que filmávamos -, a partir de algumas premissas básicas: a de que o porco é um injustiçado por atribuírem a ele responsabilidade sobre a poluição provocada pelos humanos; e que é preciso repensar essa atividade, considerando o bem-estar animal, o respeito ao meio ambiente e as técnicas adequadas de manejo, desde a alimentação e o espaço adequado até a destinação dos dejetos. Na verdade, essa transformação já está em curso, com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público e os produtores, mas ainda há muito o que fazer para que o porco possa voltar a ser feliz.

Nosso filme não tem a pretensão de ser um panfleto, nem de discutir com profundidade todos os complexos aspectos da suinocultura. A intenção é jogar uma luz sobre uma atividade que pouca gente conhece e mostar que o porco está presente na vida de boa parte das pessoas – do presunto ao aglutinador de cabeças de palitos de fósforo, da insulina à feijoada, da gelatina às válvulas cardíacas, o animal é utilizado para fabricar mais de cem produtos. É uma reflexão filosófica, com pitadas de humor, sobre a vida e a morte. E sobre a “coisificação” de gentes e bichos. Pelo caminho, abordamos de passagem a relação entre a grande indústria e os pequenos produtores, a mudança nos hábitos alimentares, o forte vínculo cultural dos catarinenses do Oeste com a suinocultura. A estréia vai ser ainda este semestre.

Arte: Frank Maia, da série de ilustrações para a coluna Fala Mané, de Aldírio Simões.

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03

Mar

09

Pílulas de início de março

Hoje é a primeira aula de judô do Miguel. Ele tava super ansioso por este dia. E um pouco preocupado por causa de um dente de leite mole.
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O domingão escaldante foi enfrentado com banho de mangueira no gramado do quintal. Ontem fez 35 graus em Floripa, com sensação térmica de 45.
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Enquanto isso, no Alasca, ninguém aguenta mais o frio e a neve, me conta um cara com quem joguei xadrez online pelo ótimo chess.com
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Esses dias, vi:
Valsa com Bashir, animação israelense de 2008 sobre as memórias de um soldado que lutou na guerra do Líbano em 1982 e presenciou o massacre de Sabra e Shatila. Lindo e triste.

North by Northwest, thriller de ação e espionagem filmado em 1959 por Hitchcock, com Cary Grant no papel principal. O mote é uma confusão de identidade – isso depois virou clichê.

Burn After Reading, dos Coen (2008), com John Malcovich, Brad Pitt, Frances McDormand, George Clooney. Comédia – que no começo se finge de séria – sobre segredos da CIA. Diferente.
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Lendo (entre outros): Laowai, livro da jornalista Sônia Bridi sobre os dois anos em que passou na China. Delicioso, informativo e bem-humorado. Sônia, seus leitores querem mais!

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27

Feb

09

Sua resposta vale um bilhão

Terminei de ler Sua resposta vale um bilhão, livro que inspirou o filme ganhador de vários Oscars. Comentei no Leiturama.

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26

Feb

09

O caminho do dragão e o céu que nos protege

Neste carnaval vi pela primeira vez um filme de Bruce Lee: Way of the dragon, filmado em 1972, um ano antes de sua morte precoce aos 32. É uma comédia de ação que se passa em Roma – escrita, dirigida e protagonizada pelo próprio -, com roteiro tosco, mas belas coreografias de luta. Uma curiosidade é que o antagonista do filme é interpretado por Chuck Norris, que foi discípulo de Lee. A história desse ator, filósofo e lutador de artes marciais que se tornou um símbolo da cultura pop nos anos setenta é fascinante, como conta a Laura sobre a biografia dele, Bruce Lee – Definitivo (Marco Antonio Lopes, editora Conrad). Por exemplo, ele já foi exímio dançarino de cha-cha-cha.

Fui atrás de mais informações na Wikipedia e um link foi me levando a outro. Em 1993 o filho dele, o também ator Brandon Lee, morreu num acidente bizarro, atingido por um tiro que era pra ser de festim durante as filmagens de O corvo. Pouco antes de sua morte, Brandon Lee havia incluído no convite de seu casamento uma citação do escritor Paul Bowles (autor de The Sheltering Sky – O céu que nos protege, que foi adaptado pro cinema por Bertolucci). A citação está gravada no seu túmulo, o que levou muitos fãs a atribuírem-na ao ator:

“Because we don’t know when we will die, we get to think of life as an inexhaustible well. And yet everything happens only a certain number of times, and a very small number really. How many more times will you remember a certain afternoon of your childhood, an afternoon that is so deeply a part of your being that you can’t even conceive of your life without it? Perhaps four, or five times more? Perhaps not even that. How many more times will you watch the full moon rise? Perhaps twenty. And yet it all seems limitless…”

[Minha tradução fast-food:

Por não sabermos quando vamos morrer, tendemos a pensar na vida como um bem inesgotável. Mas cada coisa acontece apenas um certo número de vezes, na verdade um pequeno número. Quantas vezes mais você vai lembrar de uma certa tarde da sua infância, uma tarde que pertence tão profundamente ao seu ser que você não consegue conceber sua vida sem ela? Talvez quatro ou cinco vezes mais? Talvez nem mesmo isso. Quantas vezes mais você vai ver a lua cheia nascer? Talvez vinte. E ainda assim tudo parece sem limites…” ]

p.s.: Se este post tivesse trilha sonora, seria Um Índio, de Caetano.

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30

Jan

09

Pílulas brasilienses

Na entrada do hotel onde tou hospedado tem uma Rural que pertenceu a JK. Conservadíssima, linda. Tenho vagas lembranças de infância de uma Rural na família, do pai ou de um tio.
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Hoje vi um cachorro preto passear de lancha e depois de jet-ski no lago Paranoá.
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Pitomba, nosso taxista cearense, contou que tem sucuri no lago. Gugleei “sucuri + paranoá” e encontrei uma matéria legal do Correio Braziliense, de 2003, sobre o que essas águas escondem.
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Semana passada o Botelho, catarinense radicado em Brasília, me contou uma história engraçada que presenciou em Salvador. Ontem ele botou no blog: Emplacamento baiano.
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Comida goiana é boa demais. Tem muita semelhança com a mineira. Mas não me arrisco no pequi, aquela armadilha espinhenta com jeitinho inocente.
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Lendo: Em águas profundas: criatividade e meditação, de David Lynch, o diretor de Veludo Azul e Mullholand Drive – Cidade dos Sonhos, dois dos filmes mais oníricos que já vi.
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O tuiteiro @tiagomx dá a dica: http://twtip.com, saite com dicas sobre Google, Photoshop, writing, life etc. In English.
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O designer João Zanatta dá esta outra: The 100 Most Popular Photoshop Tutorials 2008. Saiba como transformar uma mocréia numa sereia.
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Ei, Ana Paula, conheci uma cerveja nova hoje: Teresópolis, uma lager que vem numa garrafa gordinha. Boa. (curti o som da Amy Winehouse que você blogou; e fui atrás de outros).
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Contando as horas pra voltar pra Floripa.
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(pensando alto, depois de dois adiamentos: trilha da Lagoinha do Leste no carnaval?)

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14

Jan

09

De como uma boa trilha sonora dá vida a um filme

Semana passada vi Dan in Real Life (Peter Hedges, 2007), comédia romântica que aqui no Brasil foi traduzida com o abobado título Eu, meu irmão e nossa namorada. Um viúvo com três filhas (Steve Carell) fica caído por uma mulher (Juliette Binoche, linda e competente como sempre) que – ele descobre em seguida – é a namorada que seu irmão levou pra reunião na casa de praia da família. Filminho simpático com as trapalhadas e desencontros de praxe. Seria até descartável, se não fosse a belíssima trilha de Sondre Lerche, norueguês nascido em Bergen. Do pop ao jazz melódico, passando pelo rock, Lerche manda ver com canções que tenho ouvido e reouvido. A Rolling Stone fez uma boa crítica do segundo disco dele, de 2004, mas ressalvou que o ponto fraco do norueguês são as letras. Sabe que nem prestei atenção? Vale conferir Dan in Real Life, nem que seja só pela música e pela Binoche.

p.s.: Bergen é uma das cidades mais lindas do mundo. Mas isso fica pra outro post.

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12

Jan

09

Vicky Cristina Barcelona, humor e charme

Primeiro cinema do ano: semana passada vi Vicky Cristina Barcelona (na sala de cinema do CIC, que já teve seus dias de glória e agora tá mofada e com o ar-condicionado quebrado). A partir de um argumento aparentemente banal, Woody Allen constroi um filme leve, sensual e engraçado sem ser hilário. Duas turistas americanas vão passar o verão em Barcelona e ficam caídas por um pintor catalão, recém-separado de uma artista passional. As aventuras e desventuras desse “quadrilátero amoroso” são contadas por um narrador em off – recurso que muitas vezes empobrece a dramaturgia, mas nesse caso, achei que deu um ar folhetinesco interessante.

Javier Bardem, no papel de “artista latino sexy-casual”, está perfeito. Os sentimentos contraditórios que ele provoca nas três mulheres – e a maneira como elas lidam com isso – são o motor da história (a versão brasileira podia se chamar “elas pintam como eu pinto”; ia fazer sucesso nas das locadoras de vídeo). As atrizes estão muito bem. Rebecca Hall faz Vicky, pra quem as emoções de Barcelona fazem questionar os planos de noivado e vida tranquila. Scarlett Johansson, a nova musa de Woody Allen, interpreta com competência, embora sem muito brilho, a mulher volúvel em busca do autoconhecimento como artista. Penélope Cruz está fantástica como Elena, a instável ex-mulher do pintor Juan Antonio. Ela acrescenta o toque de humor na pitada certa.

Retratada com a magia intensa das suas cores, sons e formas, Barcelona é uma personagem essencial à trama (não dá pra imaginar, por exemplo, Vicky e Cristina curtindo adoidado em Bruxelas). O governo da Catalunha fez um investimento rentável ao financiar o projeto. Saí do cinema louco de vontade de pegar um avião e conhecer a cidade tomando vinho tinto, coisa que os protagonistas fazem no filme inteiro (sou tão influenciável que cheguei em casa e entornei uma taça de Merlot). Enfim, Vicky Cristina Barcelona possivelmente não é o melhor de Woody Allen, mas está longe de ser dos piores e sem dúvida fica acima da média. O filme me conquistou pelo seu charme despretensioso.

p.s.: O jornalista Cláudio Versiani escreveu para Congresso em Foco suas impressões sobre Barcelona. Vale conferir.

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