17
Mar09
Espírito de Porco
Está quase pronto o Espírito de Porco, minha primeira experiência autoral atrás das câmeras. É um videodocumentário de 52 minutos sobre os impactos da suinocultura industrial em Santa Catarina, do ponto de vista “suinocêntrico” – a história é narrada por um porco que já morreu. Divido a direção com Chico Faganello e o roteiro com ele e a irmã, Eliane Faganello de Som. Lícia Brancher fez a produção executiva e musical e Cíntia Bittar, a edição. O projeto ganhou o prêmio Cinemateca Catarinense de 2005 e foi filmado entre 2006 e 2008, com 60 mil reais. Estamos finalizando os letreiros e a mixagem do som. Hoje o Diário Catarinense publicou uma reportagem da jornalista Alícia Alão sobre o filme.
Mergulhar no universuíno e no fazer cinematográfico documental foi uma experiência marcante. Construímos um roteiro aberto – redigido à medida que filmávamos -, a partir de algumas premissas básicas: a de que o porco é um injustiçado por atribuírem a ele responsabilidade sobre a poluição provocada pelos humanos; e que é preciso repensar essa atividade, considerando o bem-estar animal, o respeito ao meio ambiente e as técnicas adequadas de manejo, desde a alimentação e o espaço adequado até a destinação dos dejetos. Na verdade, essa transformação já está em curso, com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público e os produtores, mas ainda há muito o que fazer para que o porco possa voltar a ser feliz.
Nosso filme não tem a pretensão de ser um panfleto, nem de discutir com profundidade todos os complexos aspectos da suinocultura. A intenção é jogar uma luz sobre uma atividade que pouca gente conhece e mostar que o porco está presente na vida de boa parte das pessoas – do presunto ao aglutinador de cabeças de palitos de fósforo, da insulina à feijoada, da gelatina às válvulas cardíacas, o animal é utilizado para fabricar mais de cem produtos. É uma reflexão filosófica, com pitadas de humor, sobre a vida e a morte. E sobre a “coisificação” de gentes e bichos. Pelo caminho, abordamos de passagem a relação entre a grande indústria e os pequenos produtores, a mudança nos hábitos alimentares, o forte vínculo cultural dos catarinenses do Oeste com a suinocultura. A estréia vai ser ainda este semestre.
Arte: Frank Maia, da série de ilustrações para a coluna Fala Mané, de Aldírio Simões.








Mesmo não sendo palmeirense, estou louca para ver o filme.
Se tudo der certo, quero ver o lançamento.
Parabéns!
Que chiquetésimo Dauro.
Só li agora, (ai meu Deus essa coisa de acumular funções: parideira, corredora, etc, etc…) vivo atrasada em tudo.
Mas achei muito legal.
Adoraria ver e estar no lançamento.
Infelizmente, programação para ir a Ilha, só em abril, final.
Farei dois trechos da Volta na Equipe das Lunáticas. Hehe.
Sucesso para toda essa Porcaria.
Adorei a idéia à la Brás Cubas.
Marie
Como bom palmeirense, tô na expectativa.
ÊH!!! Que bacana!
Sabe que vi dia desses na Oprah (Hi! Ai meu Deus! Eu assisto de vez em quando), uma criação de porcos, onde os bichos viviam num quadrado um pouco maior que o tamanho deles até o abatimento, muito tempo depois. Cruel.
Por outro lado, sou obrigado a confessar que adoro um torresminho, uma costelinha, uma feijoadazinha… tudo com uma cervejinha gelada…
Dauro querido,
muito sucesso pro filme e bem que vocês poderiam inscrevê-lo num festival aqui no Rio. Fica a sugestão.
Bjs em todos!
Dauro, por favor anote aí na agenda para me avisar deste lançamento. Vou anotar aqui na minha também, mas sabe como é… Sou vegetariano recente (daqueles que ainda usam palito de fósforo e que não sabem que vai porco para aglutinar suas cabeças) e gostaria muito de estar presente ao lançamento, se for em um fim-de-semana, aí em Floripa…