21
Jul11
O poligrota
Recebi do Celso Vicenzi e passo adiante.
O POLIGROTA
É verdade matemática que ninguém pódi negá,
que essa história de gramática só serve pra atrapaiá.
Inda vem língua estrangêra ajudá a compricá.
Mió nóis cabá cum isso pra todos podê falá.Na Ingraterra ouví dizê que um pé de sapato é xu.
Desde logo já se vê, dois pé deve sê xuxu.
Xuxu pra nóis é um legume que cresce sorto no mato.
Os ingrêis lá que se arrume, mas nóis num come sapato.Na Itália dizem até, eu não sei por que razão,
que como mantêga é burro, se passa burro no pão.
Desse jeito pra mim chega, sarve a vida no sertão,
onde mantêga é mantêga, burro é burro e pão é pão.Na Argentina, veja ocêis, um saco é um paletó.
Se o gringo toma chuva tem que pô o saco no sór.
E se acaso o dito encóie, a muié diz o pió:
”Teu saco ficô piqueno, vê se arranja ôtro maió!’Na América corpo é bódi. Veja que bódi vai dá.
Conheci uma americana doida pro bódi emprestá.
Fiquei meio atrapaiado e disse pra me escapá:
ói, moça, eu não sou cabra, chega seu bódi pra lá!Na Alemanha tudo é bundes. Bundesliga, bundesbão.
Muita bundes só confunde, disnorteia o coração.
Alemão qué inventá o que Deus criou primêro.
É pecado espaiá o que tem lugar certêro.No Chile cueca é dança de balançá e rodá.
Lá se dança e baila cueca inté a noite acabá.
Mas se um dia um chileno vié pro Brasir dançá,
que tente mostrá a cueca pra vê onde vai pará.Uma gravata isquisita um certo francês me deu.
Perguntei, onde se bota? E o danado respondeu.
Eu sou home confirmado, acho que num entendeu,
Seu francês mar educado, bota a gravata no seu!Pra terminar eu confirmo, tem que se tê posição.
Ô nóis fala a nossa língua, ô num fala nada não.
O que num pode é um povo fazê papér de idiota,
dizendo tudo que é novo só pra falá poligrota.(Autor desconhecido)
14
Jul11
O poeta do dia: Chacal
Sócio do ócio
doce ociosidade
sacia minha sede de ser assim
largado no mundo caído na vida
terra mãe luz da manhã
doce sociedade ociosa sempre no cio
já aboliram a escravatura
pendure sua rede mate sua sede
de se espreguiçar
de volta ao princípio
onde o que come é comido
cru ou cozido
vou te devorar
viva nossa carne mortal
de partículas imortais
para pulsar
filhos do sol
até que se cumpra
nosso destino cósmico
sou sócio do ócio
eu sou
Chacal
29
Jun11
O peixe
Tendo por berço
o lago cristalino,
folga o peixe
a nadar todo inocente.
Medo ou receio
do porvir não sente,
pois vive incauto
do fatal destino.Se na ponta de
um fio longo e fino
a isca avista,
ferra-a inconsciente,
ficando o pobre
peixe de repente,
preso ao anzol
do pescador ladino.O camponês também
do nosso Estado,
ante a campanha eleitoral:
Coitado.
Daquele peixe tem
a mesma sorte.Antes do pleito:
festa, riso e gosto.
Depois do pleito:
imposto e mais imposto…
Pobre matuto do
Sertão do Norte.- Patativa do Assaré
25
Jun11
Quando se vê, já são seis horas…
Um poema de Quintana, publicado no Diário Catarinense em crônica de Mário Pereira – tive o prazer de conhecê-lo há poucas semanas – e enviado pelo Fernando Evangelista.
“A vida são uns deveres que trouxemos para fazer em casa./ Quando se vê, já são seis horas…/ Quando se vê, já é sexta-feira…/ Quando se vê, já é Natal…/ Quando se vê, já terminou o ano…/ Quando se vê, não sabemos mais por onde andam nossos amigos…/ Quando se vê, perdemos o amor de nossa vida…/ Quando se vê, passaram-se cinquenta anos./ Agora é tarde demais para ser reprovado./ Se me fosse dada, um dia, uma oportunidade, eu nem olhava o relógio./ Seguiria sempre em frente, e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas./ Seguraria todos os meus amigos, que já não sei onde estão, e diria;/ Vocês são extremamente importantes para mim.”
Mário Quintana
22
Jun11
Queria escrever
Recebi e-mail do Fernando Evangelista e compartilho com a satisfação de ler um bom texto de Vanessa Barbara:
O Instituto Moreira Salles acaba de lançar uma nova edição dos seus Cadernos de Literatura Brasileira. O número 26 da série, iniciada em 1996, é dedicado a Rubem Braga, o maior criador da moderna crônica brasileira. Em meio às homenagens prestadas pelo IMS ao cronista, o blog do ims convidou os escritores Vanessa Barbara, Antonio Prata, Chico Mattoso e Cecília Giannetti para criar um texto à maneira de Rubem Braga. Abaixo, segue a colaboração de Vanessa Barbara.
Queria escreverQueria escrever um texto bonito, algo que a moça das verduras pudesse levar consigo no ônibus após um dia sem couves, e que ela fosse reler de mansinho e recortar para as amigas. Um texto sereno, bonito pra burro, que fizesse marejar os olhos de um velho coronel, por um momento arrependido de nunca ter sido jovem e nem trapezista – e de ter dispensado sua primeira namorada, só porque era hippie e não tinha todos os dentes.
Que seja tão inesperado e forte quanto um soluço, que faça despertar as tartarugas e sorrir os banguelas. Que o porteiro, quando ler, pense no seu jardim esquecido, em seus netos adultos e em uma vida só de reprises do Pica-Pau.
Um texto bonito para um determinado pombo, que, atrapalhado, se enroscou num fio de eletricidade e não saiu mais de lá. Isso foi num cruzamento de avenida; o pombo fez que ia conseguir escapar e não escapou, atraindo em minutos uma turba de curiosos, guardas de trânsito, senhoras palpiteiras, vendedores de mata-moscas. Quando fecharam o trânsito para socorrer a ave, um jovem policial militar ergueu a escada do caminhão de bombeiros, repassou o plano e foi cumprir o seu dever cívico; uma senhora ao meu lado exclamou, plena de gravidade histórica: “Olha só, fiquei toda arrepiada”.
Um texto para esse pombo, resgatado do fio de luz sob os aplausos do povo, ainda trêmulo e um pouco tímido, um pombo que possivelmente não terá maior momento de glória nessa sua vida emplumada. Um texto para os que estavam assistindo a tudo e entenderam, na hora, que havia quem passasse a vida inteira em busca de um momento como este, em que um pombo nervoso sai carregado pelos braços do povo, tendo mobilizado dois batalhões da PM e um destacamento especial do Corpo de Bombeiros. E havia gente nos beirais das lojas e nos meios-fios, e os funcionários do metrô dando uma pausa no trabalho, e alguém rezando em voz baixa.
Um texto bonito para a minha rua, para os meus amigos, para o cobrador do 1744 e para todos aqueles que dormem cedo demais. Algo bem tolo, desnecessário, que lembre poemas rimados, que agrade o vizinho cansado, o professor de astronomia, as verdureiras, os militares e os pombos que se enroscam em fios de luz.
Um texto bonito, mas tão bonito que você não possa deixar de lê-lo, ainda que, numa noite fria, ele precise se revelar misticamente numa sopa de letrinhas, todo arranjado em estrofes e ervilhas de pontuação, e você pense nele como pensa em gorrinhos. Um texto tão bonito que o faça botar uma roupa estranha, vestir o chapéu e se sentir instantaneamente aquecido, saindo à rua com a determinação trêmula de um pombo.
Um texto tão bonito que o faça voltar pra casa, meu amor, sob o triste cochilo da lua.
* Vanessa Barbara nasceu em 1982, em São Paulo. É jornalista, tradutora e editora do blog A Hortaliça. É autora deO livro amarelo do terminal (Prêmio Jabuti 2009 na categoria Reportagem), O verão do Chibo, em parceria com Emilio Fraia.
31
May11
Os melhores anos
O ex-comparsa de jornal O Estado Paulo Clóvis Schmitz, PC para os amigos e colegas, publicou esta crônica no Notícias do Dia e reproduzo na íntegra. Ele comenta a Festa dos Dinossauros, realizada no sábado com uns 150 cúmplices da aventura inebriante que foi trabalhar no “mais antigo”. Bukowski dizia de Fante, e se aplica ao PC: eis um escritor que não tem medo da emoção. Pra completar meu deleite com esta leitura, adoro crônica de ônibus.
Os melhores anos
O coletivo seguia lento, ruidoso, carregando o peso da própria sucata, a fala ligeira e os sonhos de gente que tinha vindo ao Centro para resolver demandas bancárias, negócios miúdos, ninharias de todo gênero. No corredor, grandes trouxas de roupas para lavar, pertencentes a famílias que pagavam por isso, e também mudas de árvores, a ração para o boi, apetrechos e ferramentas de pedreiro.
Vencida a reta das Três Pontes, o ônibus cambava para a esquerda e tomava a estradinha do Saco Grande, nome original do bairro que é hoje conhecido por João Paulo. Ao cruzar de novo a rodovia, na lá frente, saltávamos nós, empregados d’O Estado, para mais uma jornada, sabendo que o nosso trabalho seria conferido no dia seguinte, na hora do café da manhã, por senhores bem comportados daqui e de Joaçaba, Chapecó, São Miguel do Oeste…
Entrar no corredor que dava para a redação era deixar para trás todos os dilemas, uma dor física, algum drama existencial – em suma, o mal-estar do mundo. A grande sala repleta de Remingtons, laudas e fungos no carpê sem lavação era o porto seguro, a tábua de salvação, a certeza do amor próprio conferido pelo ofício abraçado, sabe-se lá a partir de que circunstâncias.
Ali, os dias eram plenos, dias de uma afeição particular aqui, de anseios não manifestos ali, e também de cobranças e louvores, quando houvesse razão para isso. Foram amizades sinceras, um aprendizado permanente e a comunhão perfeita com aquele recanto aprazível, quase interiorano, de uma cidade já em franca transformação.
A volta, à noite, repetia o ritual, o ônibus levando os sonhos, angústias e falas em outra direção, talvez em tom mais confessional, como convinha ao horário. Com ele, iam alguma saudade e a satisfação com a própria obra, que seria retomada um dia depois. Ia também a certeza de que o corredor estaria ali, imutável, como quem espera a volta do filho pródigo. Queixas havia, e também pequenas tragédias à espreita, mas o saldo era positivo, sempre.
Reencontrar parte desse passado ajudou a rememorar passagens, recapitular episódios impagáveis, rever figuras de bondade infinda e perceber que o tempo passa para todos, inexorável, independente do bolso, do título, da índole irretocável de uns, da empáfia de outros. Foi salutar falar de gente que já se foi, de gente que não deu mais as caras, de gente que chutou o balde e mudou de ramo e de rumo. Todos foram protagonistas de uma saga e marcaram, à sua maneira, a mente de quem gastou ali alguns dos melhores anos de sua vida.
10
May11
Ponte Hercílio Luz – Tragédia Anunciada
Mais um livro do Maurício Oliveira na praça. Ainda não li, mas já gostei.
Amigas e amigos, na próxima sexta, aniversário de 85 anos da Ponte Hercílio Luz, estarei lançando nova edição – atualizada e ampliada – do livro “Ponte Hercílio Luz – Tragédia Anunciada”, publicado originalmente quando a ponte fez 70 anos (o convite está ao final deste e-mail – será às 19h na Feira do Livro).
Como evidencia o título, o risco de queda da ponte – tema que voltou recentemente à mídia – é antigo. E aumenta a cada ano que passa sem a reforma salvadora. Todos que amamos esta cidade sabemos muito bem que a “velha ponte” transcendeu há muito tempo a condição de simples canal de transporte entre a ilha e o continente para se tornar um ícone da cidade e do estado, um patrimônio cuja importância não pode ser medida em valor monetário.
Salvar esse patrimônio histórico é fundamental para preservar a identidade de uma cidade que se transforma cada vez mais em um centro urbano moderno, com avenidas duplicadas, viadutos e pontes de concreto, reflexo da prioridade irracional que a nossa sociedade dá aos carros e ao transporte individual.
Neste momento em que os governantes dão a entender que a construção da quarta ponte será a prioridade, o que relegaria a majestosa ponte de ferro ao desprezo – e ao inevitável fim trágico previsto no título do livro -, o relançamento pretende ser mais um elemento de conscientização sobre a importância de salvar a ponte.
Os governantes precisam ser convencidos de que a busca por soluções para o problema viário e a necessidade de conservar o patrimônio histórico são problemas distintos. Falta criatividade e empenho das autoridades na busca de soluções para o financiamento da reforma.
Creio que uma contribuição dos empresários que exploram o turismo na cidade seria justa, por exemplo. Além do mais, alguém duvida que visitantes deixariam de pagar para atravessar a ponte a pé depois de reformada? Ou que uma feira de artesanato sobre a ponte aos domingos não seria um sucesso? E as áreas sob a ponte Hercílio Luz e em torno de suas entradas, que belos espaços a serem explorados!
Com boas ideias e transparência na administração dos recursos – elementos que infelizmente nem sempre são encontrados na gestão pública -, a ponte certamente poderá ser salva antes que se canse de vez da longa espera. Espero vê-los por lá. E espalhem a notícia! Abraços! Maurício
Dia: 13 de maio (sexta-feira)
Horário: 19 horas
Local: Estande da Editora Insular
4ª Feira Catarinense do Livro
Largo da Alfândega
Florianópolis – SC
08
May11
A vida secreta das formigas
Uma parceria entre a bióloga Cristina Santos e o ilustrador Leandro Lopes resultou no belo livro A vida secreta das formigas, lançado neste sábado na Barca dos Livros, em Floripa. Classificá-lo de “livro infantil” é reduzir seu alcance, pois ele é leitura enriquecedora também para adultos. Cristina passou seis meses pesquisando estudos científicos sobre diversas espécies de formigas brasileiras, de diferentes biomas. À medida que escrevia, validava o texto com os pesquisadores e debatia com o parceiro a melhor maneira de ilustrar cada conjunto de páginas.
O resultado foi uma publicação de alta qualidade, que reproduz a vida desses insetos em seus habitats naturais e traz informações que nos ajudam a entender a sua importância para o equilíbrio da natureza. Vistas como inimigas porque destroem jardins, elas na verdade apenas reagem ao desequilíbrio ambiental. São grandes semeadoras, ao limpar os restos de frutos que recobrem as sementes e assim reduzir as chances de que apodreçam no chão úmido da mata. Na página 9, aprendemos:
Para manter viva a cultura de fungos [com que se alimentam], as formigas precisam cortar muitas folhas. No ambiente natural, como nas restingas da Ilha de Santa Catarina, as formigas-de-rodeio podem coletar pedaços de folhas e flores de mais de 50 tipos de plantas diferentes. E nenhuma planta fica completamente desfolhada. Mas, num ambiente modificado pelo homem, a vegetação mais próxima do formigueiro pode ficar totalmente sem folhas, como as verduras de uma horta.
Este livro é o primeiro de uma série em que os autores pretendem abordar os “segredos” de vários animais da fauna brasileira. O próximo será sobre primatas – área de especialidade da bióloga. Em seguida virá um sobre abelhas, onde o leitor terá a oportunidade de conhecer melhor as abelhas “indígenas”, sem ferrão, nativas da mata atlântica de Santa Catarina.
p.s.: Tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Leandro Lopes, que fez uma ilustração para o documentário Espírito de Porco, dirigido por mim e pelo Chico Faganello. Ela mostra uma “seleção de futebol” de porcos brasileiros, com diferentes espécies – a maioria, hoje extinta.
29
Jan11
A trégua
My rating: 5 of 5 stars
Belo e inspirado relato dos meses que se seguiram à libertação do autor do campo de Auschwitz, acompanhando a romaria de refugiados, primeiro na Polônia e depois na Rússia, de campo em campo, enquanto esperava a repatriação para a Itália. Ele descreve personagens fantásticos que encontrou na jornada e suas emoções desencontradas ao reconquistar a liberdade.
27
Dec10
DVeras Awards 2010: livros
Poucas e boas leituras em 2010. Apontar três destaques é tarefa árdua. Entre eles podiam estar os ótimos “road-books filosóficos” Um adivinho me disse, de Tiziano Terzani (indicado pela @ladyrasta) e Teoria da Viagem, de Michel Onfray, assim como o hilário infanto-juvenil A volta às aulas do Pequeno Nicolau. Mas escolhi outros três, adotando como critérios principais o impacto que as obras provocaram em mim, a importância dos temas e a qualidade das narrativas. Os finalistas são:
- As benevolentes (Jonathan Littell)
- O espírito do zen (Alan Watts)
- Pobre nação: as guerras do Líbano no século XX (Robert Fisk)
As benevolentes me foi indicado pelo amigo Yan Boechat, com quem compartilho o interesse por histórias da Segunda Guerra Mundial. O romance narra, em primeira pessoa, a trajetória de um oficial SS, gay, que participa da campanha da Rússia e depois atua em campos de concentração. Um tratado sobre cinismo, loucura coletiva e personificação do mal.
O espírito do zen é um livro fininho, com uma densidade e poder de síntese impressionantes. Indicado pra quem busca as primeiras informações básicas sobre o zen – cuja compreensão no sentido mais profundo não se dá por meio do intelecto. Abriu-me as portas para novas descobertas que quero fazer nessa área.
Pobre nação é uma magistral aula de jornalismo sobre o Oriente Médio. O livro aborda os acontecimentos do Líbano no século 20, em especial nas décadas de 1970 e 80. Guerra civil entre cristãos e muçulmanos, conflito com palestinos, invasão síria, invasão israelense com apoio americano… Uma sucessão banhos de sangue cometidos em nome de conceitos fugidios como paz, segurança e combate ao “terrorismo”. Não é um livro fácil de ler. Nem tanto pelas suas quase mil páginas, mas pela intensidade e precisão às vezes dolorida – mas nunca com pieguismo – com que o jornalista faz a História passar diante dos olhos do leitor. Confesso que parei algumas vezes para intercalá-lo com leituras mais amenas, mas o volume estava sempre por perto, exercendo forte atração.
Robert Fisk morou anos em Beirute e conhece bem aquela realidade, que cobriu para a imprensa britânica enfrentando cotidianamente o risco de vida. Ao publicar seu relato detalhado sobre a tragédia libanesa e o conflito israelense-palestino, prestou tributo valioso aos milhares de inocentes que morreram e aos que continuam oprimidos. Deu também uma contribuição inestimável para que a verdade prevaleça acima dos factoides. Por esses motivos, Pobre nação é o escolhido para receber o DVeras Awards de melhor livro lido em 2010.










