18
Mar09
Travessuras da menina má
Terminei de ler – ou melhor, devorei – Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa. Lindíssimo e triste também. É a história de um tradutor peruano apaixonado desde a adolescência por uma mulher. Mas eles são muito diferentes. Enquanto Ricardo é romântico e se satisfaz em levar uma vida tranquila na capital francesa como intérprete da Unesco, a mulher – que tem vários nomes – é ambiciosa, quer a todo custo sair da pobreza se casando com homens de dinheiro. Os anos vão passando e os dois se encontram em várias ocasiões, em diversas cidades do mundo – primeiro em Lima, depois Paris, Londres, Tóquio, Madri… A relação entre eles é estranha e dolorida porque ela o faz de gato e sapato, mas ele continua cada vez mais apaixonado.
Pelo caminho, o narrador – que conta a história em primeira pessoa, de forma linear – vai entremeando relatos sobre os momentos históricos que viveu, como os anos revolucionários em Paris nos anos 60, a swinging London dos hippies nos 70, a Madri em efervescência política da redemocratização dos anos 80. Também passam pela narrativa alguns grandes amigos dele e breves relatos das mudanças no Peru: golpes de estado, terrorismo do Sendero Luminoso, urbanização e favelização das grandes cidades. É um romance tocante sobre encontros e desencontros, sobre solidão, sonhos e buscas existenciais. Dos livros de Vargas Llosa que li até agora (os outros são Conversa na Catedral e Quem matou Palomino Molero?), achei o melhor.








Porque será que é tão legal a gente ver alguem que conhece falar de um livro que a gente já leu???
Adorei As aventuras da Menina Má.
Vargas é um grande contador de histórias.
Há muitos anos li o Batismo de Fogo. E tenho e adoro ler o A Verdade das Mentiras, onde ele “conta” como são, ou como ele vê os principais romances do Século XX.
Ler é demais né???
Concordo com tua opinião sobre o livro.
Você o resume muito bem.
Beijão
Marie