25
Jan09
O filho eterno
Terminei na sexta-feira, voando entre Brasília e Floripa, O filho eterno, de Cristovão Tezza. Melhor livro que li no ano. Ok, ainda estamos em janeiro, mas vai ser preciso outro muito bom pra mudar minha opinião até dezembro. A história, contada na terceira pessoa, tem fundo autobiográfico: um escritor tem um filho com síndrome de Down e narra a dificuldade que enfrentou pra aceitar a criança. É um relato corajoso, pois ele conta coisas que dificilmente um pai confessaria em público. Por exemplo, que no começo desejou que o bebê morresse, e que por muito tempo teve vergonha de comentar sobre o filho com os amigos. Aos poucos ele vai aprendendo com as dificuldades e se conhecendo melhor enquanto educa o menino e o vínculo entre eles vai aumentando.
Tezza é catarinense, amigo da querida Regininha Carvalho – foi no blog dela, atualmente desativado, que li a primeira resenha sobre o livro – e vive em Curitiba. Seu texto é muito bom. Conta uma história forte, emocionalmente envolvente, sem ser piegas em nenhum momento. Chorei ao ler o livro, pois me identifico muito com o que o escritor conta ali. Tive um irmão com síndrome de Down que morreu em 1999, aos 46 anos de idade, de pneumonia. Leopoldo foi uma bênção divina com quem nossa família teve o privilégio de conviver. Ainda tenho dificuldade em falar ou escrever sobre isso, por isso recomendo que leiam quem conseguiu colocar as emoções em palavras com tamanha beleza e arte.
p.s.: O filho eterno já recebeu três prêmios: Portugal Telecom, o da Associação Paulista de Críticos de Arte e o Jabuti.








É um baita livro. Li no final do ano passado. Também me emocionou bastante.
Dauro, o livro ganhou também o Prêmio SP de Literatura (novo, polpudo, de R$ 200 mil) e o 4º Prêmio Bravo! Prime de Cultura. Inédito, acho, nem o Hatoum conseguiu este sucesso de crítica. Mesmo assim, até a primeira semana de dezembro, o livro tinha vendido só 10 mil exemplares… :/
Dauro, O Filho Eterno tá na minha fila de intenções para ler este ano.
Você fala dele de maneira muito tocante e entende-se muito bem porque.
Abraço
Marie