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Feb15
DVeras Awards 2014: livros
No fim do ano passado, por causa das correrias de trabalho e viagens, deixei de publicar o DVeras Awards como de costume. Aí vai a categoria Livros, com algumas considerações preliminares.
- DVeras Awards é uma brincadeira com listas, baseada nas minhas preferências e simpatias.
- Os “concorrentes” na categoria Livros estão na lista dos lidos em 2014, incompleta por lapsos de memória, omissões de releituras e razões profissionais.
- O prêmio aos vencedores do ano é a eterna gratidão deste leitor.
- O resultado é irrecorrível, a menos que a comissão julgadora – eu mesmo – mude de ideia.
- Milton Santos é hors concours, porque o DVeras Awards se limita à ficção e ao jornalismo.
- Rubem Fonseca também é hors concours, pelo conjunto da obra. Amálgama, ganhador do Jabuti 2014, é um dos destaques do ano.
- Sua própria lista comentada dos 3+, ou quantos quiser, é muito bem-vinda.
Dito isto, vamos aos selecionados.
Em dezembro, li duas obras com qualidade acima da média, saídas das entranhas de seus autores: Zero zero zero, do jornalista italiano Roberto Saviano, corajosa radiografia dos cartéis internacionais da cocaína; e O irmão alemão, de Chico Buarque, viagem ficcional a uma curiosa história familiar, a partir de revelações da biblioteca do pai dele. O primeiro se destaca pelo excelente trabalho investigativo, nada fácil na sua condição de jurado de morte por causa de Gomorra. O segundo, pela inventividade e humor refinado. Empataram em terceiro lugar.
Em abril, tive o prazer de descobrir a talentosa contista canadense Alice Munro, ganhadora do Nobel de Literatura. O amor de uma boa mulher contém carpintaria literária de primeira, com histórias cotidianas que mergulham na alma das protagonistas. Quero mais Alice. Segundo lugar, e teria atributos para, tranquilamente, ser o primeiro, mas concedo o título a uma pequena joia na qual esbarrei em agosto. O DVeras Awards 2014 na categoria Livros vai para…
…Vinte contos de Truman Capote. O autor de A sangue frio, clássico do new journalism, tinha domínio vigoroso da técnica e da arte de contar histórias ficcionais – dizem que foi perdendo a mão no fim da carreira, mas deixo esse debate pros especialistas. São narrativas também situadas no contexto de banalidades do dia a dia, em que as emoções e contradições humanas afloram sem pieguismo, com timing preciso. Gostei demais de Um Natal, conto inspirado na infância do escritor e belíssima declaração de amor.
Vou ter que ler este novo do Capote, mas sou fã… E da Munro, também. Boa sorte aí! bj
Dauro, tu lê a revista Piauí? Eu gosto muito dela, tem reportagens ótimas, que eu acho que vão na linha do new journalism, porque contam as histórias equilibrando o documental com um ritmo de ficção (é isso o new journalism, né?). Na do mês passado tem uma matéria fantástica (e muito, muito triste) sobre os 43 meninos desaparecidos no México.
Oi, Rafa. Te respondi por e-mail.
Oi, Dauro!
Fui lá na sua lista de leituras e me deparei com o livro do Jacques Le Goff, que em breve comprarei, pois preciso ler para minha tese. Você está gostando?
Um abraço,
Rafaela