14

Jul

14

Inovações reduzem retrabalho no canteiro

Escritório com ecoesgoto instalado pela Ecotelhado

Escritório com ecoesgoto instalado pela Ecotelhado

Reportagem que publiquei em março no Valor Econômico.

Novas tecnologias adotadas na construção civil estão chegando aos canteiros de obras, com benefícios para construtoras, trabalhadores e consumidores. As inovações abrangem de técnicas construtivas a sistemas de gestão de projetos; de máquinas que aumentam a segurança dos operários ao reaproveitamento de materiais reciclados. Para as empresas, as vantagens incluem a redução nos custos e prazos de entrega, a valorização dos empreendimentos e o aumento da competitividade em licitações públicas. (…)

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13

Jul

14

Copa 2014, um roteiro dos deuses

E hoje termina a Copa do Mundo de 2014. Lá no Olimpo da bola, os deuses roteiristas deste mundial estão inspirados. Derrubaram dois ou três monstros sagrados, elevaram seleções inexpressivas ao estrelato, adicionaram pitadas de canibalismo, traves no meio do caminho, injustiças, oportunismo político, apelo ao heroísmo, reversões de expectativas, lágrimas e consolações, piadas incríveis, thriller policial com fuga, teorias da conspiração, atos covardes e generosos, jogadas de marketing, pedidos de asilo, belíssimas panorâmicas com figurantes de todas as cores e sotaques. E bom futebol. Vi várias partidas bem jogadas – nenhuma foi do Brasil. Considerando o conjunto da obra, não dá pra me queixar. Que venha neste domingo um epílogo de tirar o fôlego. Sei que a memória é fraca e seletiva, mas espero lembrar da Copa de 2014 não só como a da destruição do mito da invencibilidade canarinha, que já não nos serve faz tempo, mas como um grande espetáculo.

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06

Jun

14

Fante sobre Dostoiévski em ‘A irmandade da uva’

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31

May

14

Verde na Praia do Rosa

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30

May

14

No caixa eletrônico

Crônica da amiga Adriane Canan, uma mestra na arte da observação do cotidiano.

no caixa eletrônico, bem ao lado do meu:

- ai, errei de novo!
- eu disse pra ti, tu és um tanso. tásh com oitenta anos na cara e não acerta a senha uma vez. deixa pra mim que eu sou mais nova.
ela, uns 70, talvez, toma o lugar dele e começa a tocar a tela do caixa eletrônico.
- como é mesmo a senha?
ele fala baixinho no ouvido dela. ela toca a tela.
- ai, não deu outra vez. culpa tua, não me dissessi direito!
- claro que eu disse -, ele revida e dá uma tossida forte.
- agora tu vásh entrar e pagar lá dentro. três erros a máquina devolve o cartão, já sabesh. vou te esperar ali fora, naquele banquinho, no sol.
ele vai, paciente, até a porta giratória.
- João Carlos -, ela grita.
me assusto, ele também.
- já sabesh que não podes entrar por aí, né? e o marca-passo? o guarda abre pra ti, vai ali, ó.
ele vai, devagar, pra outra porta. ela olha pra mim:
- tenho que cuidar bem, tadinho.

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21

May

14

A irmandade da uva

John Fante - A irmandade da uva. Capa de livro.

Era pra ser só uma passada rapidinha na livraria, mas ele me fisgou. Recém-lançado no Brasil, The brotherhood of grape é de 1977. John Fante era o escritor favorito de Bukowski, que dele dizia: “Finalmente alguém que não tem medo da emoção”. Sem dúvida ele dominava o ofício como poucos.

O romance mais conhecido de Fante, e provavelmente o melhor, é Pergunte ao pó, em que seu alter-ego Arturo Bandini tenta fazer sucesso na Los Angeles dos anos 30, enquanto mata a fome com laranjas em um hotel barato e vive uma paixão complicada com uma garçonete mexicana. Humor e lirismo com muita arte.

O livro foi traduzido pro português por ninguém menos que Paulo Leminski, que, no prólogo, descreve a aventura dessa transcriação. Algumas sutilezas só funcionavam em inglês, lembrava Leminski, como a frase “I was twenty then”, fundamental pra definir o perfil do protagonista (“Eu tinha vinte anos então”. ou “Eu era vinte…”).

Também gosto muito de O vinho da juventude, em que ele recupera, com um tom bem-humorado e agridoce, as lembranças da infância e adolescência numa família de imigrantes italianos. E 1933 não foi um ano bom, também focado na família, com destaque para o seu pai, um pedreiro orgulhoso e durão.

Recomendo Fante a todos que gostam de ler bons romances em que o escritor coloca sua alma, sem floreios ou artifícios literários.

Depois conto o que achei deste.

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20

May

14

Conversas com Maria Adélia Aparecida de Souza

Algumas anotações de um seminário na UFSC com a brilhante geógrafa Maria Adélia Aparecida de Souza, 75 anos e 54 de academia, professora titular da USP na área de planejamento urbano. Orientanda de Celso Furtado, ela é considerada herdeira do trabalho de Milton Santos. Depois do seminário, realizado na quarta 14/5, tive ainda o privilégio de acompanhar na sexta-feira sua arguição a uma tese de doutorado na Geografia (contundente, mas generosa e bem-humorada) e acompanhá-la numa visita de campo a Rancho Queimado. Foi uma semana valiosa.

Sustentabilidade
“Nada se sustenta! As pessoas precisam deixar de ser cínicas. O capitalismo é movido pela insustentabilidade”.

Educação ambiental
“O problema não está no mico-leão, está na voracidade das elites do mundo, que não respeitam a vida”.

O lugar e a vida
“Duas semanas antes de morrer, Milton me disse: ‘Por favor, cuide da questão do lugar’. O ponto de partida da geografia renovada é o significado de lugar. Nele nasce a vida de relações, logo a região, o mundo, toda a complexidade contemporânea. O lugar é a síntese da dinâmica do mundo nas relações sociais”.
“A descrição é sempre passado. O lugar não é morto, portanto, não é passível de descrição”.

Mobilidade urbana
“Para estudar mobilidade, deve-se considerar a segregação socioespacial”.

Críticas à academia
“A gente (geógrafos) não conhece absolutamente nada sobre como os pobres estão se virando nas periferias das cidades”.
“Eu responsabilizo os professores universitários pela decadência da universidade brasileira. Depois vêm os alunos, que abraçaram a mediocridade.”
“Publicar artigo com aluno é uma imoralidade, a não ser que ele já tenha doutorado. O aluno tem que ter a segurança de caminhar sozinho”.
“Os medíocres se agarram na forma”.

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19

May

14

Uma mulher à frente do seu tempo

Felícia Hatzky Schütz, primeira mulher vereadora de Rancho Queimado

Felícia Hatzky Schütz. Foto: DVeras/CC

Felícia Hatzky Schütz foi a primeira mulher vereadora de Rancho Queimado e a primeira mulher em Santa Catarina a tirar carteira de motorista. E uma das primeiras a usar calças compridas. Tirei a foto em uma exposição no Museu Hercílio Luz em Rancho Queimado. Era alemã. Chegou ao Brasil com os pais aos sete anos. Foi professora de alemão e português e desenvolveu muitas atividades ousadas pras mulheres da época. Felícia casou-se na mesma casa que já foi residência de repouso do governador Hercílio Luz e é hoje um museu, no distrito de Taquaras. Dirigiu obras de engenharia, fez a contabilidade de empreendimentos da família, coordenou atividades comunitárias, inspecionava obras a cavalo… O título da exposição, Uma mulher à frente do seu tempo, lhe faz justiça.

Felícia Schütz - cartaz com biografia

Felícia Schütz – cartaz com biografia

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13

May

14

De Quintana, Shakespeare e leitura

- Poeta, o que devo ler para entender Shekespeare? - Shakespeare, minha filha.

– Poeta, o que devo ler para entender Shekespeare? – Shakespeare, minha filha.

Fonte: Ora Bolas – O humor de Mário Quintana. Juarez Fonseca, L&PM Pocket, 4a. edição, p. 94, maio de 2013.

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26

Apr

14

Estudante da UFSC cria filtro para despoluir poços no Camboja

Pedro Teixeira, estudante de Química da UFSC

Pedro Teixeira, estudante de Química da UFSC

O universitário catarinense Pedro Rolan Teixeira, 24 anos, participante do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras, do governo federal, desenvolveu na Coreia do Sul um projeto inovador relacionado à água. Em fevereiro de 2013 o estudante, que cursa graduação em Química na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), começou um estágio no Instituto de Interfaces Biológicas da Universidade de Sogang, em Seul. Lá passou um ano aperfeiçoando um purificador portátil que vai ajudar no enfrentamento de um grave problema de poluição de água no Camboja: a contaminação natural de poços por arsênio. O protótipo do filtro foi criado com uma impressora 3D. Teixeira ganhou destaque na mídia local e elogios do governo coreano. Publiquei esta reportagem na edição de 21 de março do Valor. No texto, também abordo os avanços obtidos para a disseminação de tecnologias sociais de enfrentamento da seca no Semiárido Nordestino. O Programa Um Milhão de Cisternas, lançado pela  Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) em 1999 e depois incluído no Orçamento Geral da União, deve chegar a 900 mil unidades construídas até o fim de 2014, número próximo à universalização do acesso. A ong desenvolve uma pesquisa para tentar compreender quais inovações as famílias da região utilizaram para sobreviver à seca de quatro anos que terminou em 2013 – a maior das últimas três décadas.
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