06

Feb

15

“A vida é muito curta pra beber cerveja ruim”

Emerson Bernardes - Das Bier

Emerson Bernardes da Das Bier.

Reportagem que publiquei no Valor Econômico em 30 de janeiro.
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“A vida é muito curta para beber cerveja ruim”, filosofa o cartaz na Cervejaria Sambaqui, localizada no centrinho histórico do bairro Santo Antônio de Lisboa, na capital catarinense. A frase bem-humorada resume uma motivação que tem levado milhares de brasileiros a fabricar a bebida em escala artesanal – em casa, para consumo próprio e dos amigos, ou em microcervejarias, para abastecer o mercado com variedades especiais da bebida alcoólica mais popular do mundo. São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro lideram o número de empreendimentos. Nos últimos dez anos, as microcervejarias e a cultura da homebrewing ganharam força no Brasil, graças à internet e à importação de tecnologia dos Estados Unidos, país de longa tradição na área, onde existem 3,2 mil microcervejarias. As brasileiras já são cerca de 200 conforme o governo, 300 segundo o mercado, e estima-se que cheguem a 700 até 2024. Em Santa Catarina, esse renascimento é reforçado pelas tradições dos descendentes de imigrantes alemães. A sinergia com o turismo das festas típicas tem estimulado a atividade. (…)

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03

Feb

15

Três fotos p&b

No segundo dia da corrente fotográfica, três fotos em preto e branco.

Ilha do Campeche vista da restinga da praia do Campeche. Florianópolis, 2012.

Ilha do Campeche vista da restinga da praia do Campeche. Florianópolis, 2012.

 

Crianças brincando na foz de um rio no Lago Corrrentoso. Villa la Angostura, Argentina, , dezembro de 2012.

Crianças brincando na foz de um rio no Lago Corrrentoso. Villa la Angostura, Argentina, dezembro de 2012.

Amanda nas dunas.  Campeche, Floripa, dezembro de 2008.

Amanda nas dunas. Campeche, Floripa, dezembro de 2008.

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01

Feb

15

Cores e rostos peruanos

A corrente no Facebook é assim: publicar três fotos por dia, durante cinco dias. A convite da Fabiana Shizue, vou publicar as minhas lá e aqui. Começo com estas de cores e rostos peruanos, clicados em dezembro de 2014 em Cusco e arredores.

Estudantes em Cusco

Estudantes em Cusco

Dança típica em procissão de Natal - Pisac

Dança em procissão de Natal – Pisac

Mulheres comendo em manifestação de protesto

Mulheres comendo em manifestação política

 

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01

Feb

15

49 verões

Sintam-se abraçados todos os dois milhões de amigos que me enviaram mensagens, telefonaram, tuitaram, whatsapparam e beijaram no dia do meu aniversário. Me sinto um “quirido”. Se você não lembrou, não tem importância, isso acontece comigo e com metade da torcida do Sport.

Meu natalício começou com uma restauração quebrada e uma visita ao dentista. Dente consertado, fiquei apto a fazer selfies e ser fotografado pelas ruas – nada disso aconteceu, mas é bom estar preparado. Almoçamos no bar do seu Vadinho, no Pântano do Sul, o de sempre que é a cara da Ilha de Santa Catarina: peixe frito mais peixe à doré mais cação desfiado, pirão, feijão, arroz, batatas fritas e salada. Depois um banho gostoso na Lagoa do Peri – caras, fiquei preocupado com a Lagoa do Peri, o nível da água tá baixando muito.

Já são 49 verões bem vividos. A expectativa é ter saúde e sorte pra ficar velhinho e morrer bem sabidinho, como dizia papai, um sortudo que chegou aos 85. Pelo sim, pelo não, viver com intensidade um dia de cada vez. Feliz ano novo pra vocês também.

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29

Jan

15

Sobre reescrever: um bate-papo no Facebook

Já são 28 anos de profissão e alguns ensinamentos básicos não mudam. Na vasta maioria das situações, reescrever melhora o texto. As exceções são reservadas aos gênios.
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Confissão: quando reescrevo, às vezes mudo a fonte e o corpo do texto, pra dar a mim mesmo a impressão que é um outro. Truque bobo, mas legal. ”O outro” pode ser um outro texto ou um outro cara escrevendo. O que, no fundo, é o que ocorre. Depois que reescrevo um texto ruim, já não sou o mesmo. Ou, pra citar o Zé Dassilva, já não estou como cheguei.
*
“Otto Lara Resende dizia que publicava livros pra se livrar deles”, lembra o Zé. A Fernanda Zacchi conta que Hemingway nunca amassava as folhas de rascunho, deixava que caíssem suavemente na lixeira, pois se ele mesmo não tivesse um mínimo de respeito pelo que escrevia, ninguém teria.
*
Bukowski, entrevistado sobre o ato de escrever:
- Por que você escreve?
- Escrevo para ter uma função. Sem isso cairei doente e morrerei. É tanto parte de alguém como o fígado ou o intestino, e quase tão glamoroso quanto.
- A dor cria um escritor?
- A dor não cria nada, assim como a pobreza. O artista está lá primeiro. O que será dele está diretamente ligado à sorte. Se sua sorte é boa (falando literalmente), ele se torna um mau artista. Se sua sorte é ruim, ele se torna um dos bons. Em relação à substância envolvida.
*
“Neruda simplifica”, cita o mano Camillo Veras: “Escrever é fácil. Você começa com letra maiúscula e termina com um ponto No meio você põe as ideias”. Provavelmente Bukoswki tinha tomado váaarias quando deu o depoimento, comenta a Nilva Bianco. Imagino que o Neruda falou essa tomando várias também. No barco-bar do jardim da casa dele em Isla Negra. Camillo completa: “Pra ser poeta e frasista e preciso tomar umas. Se não um bom vinho chileno, pelo menos uma boa cachaça cearense”.
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Reescrever demanda desapego pra render bem. Não me refiro só ao desafio de cortar. Também é duro se livrar das estruturas mentais que moldaram o texto original, testar outras aberturas, outros finais, mover blocos de frases ou parágrafos. O computador é uma mão na roda pra isso. Nenhuma saudade da máquina de catar milho.
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“E quem foi que falou que não existe texto pronto, existem textos abandonados? Lembro como de Gabriel Garcia Marquez”, diz o Rogério Mosimann.

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26

Jan

15

The Newsroom: inteligência na TV

Terminei de ver a terceira e última temporada de The Newsroom. Em meio à cobertura diária de notícias pelo canal de TV a cabo e às confusões amorosas na redação, os conflitos envolvem desde ética jornalística à influência corporativa no conteúdo editorial. É ótimo encontrar vida inteligente na televisão. Aliás, talvez essa seja a única pitada de inverossimilhança na narrativa: os diálogos são fantásticos, as pessoas são inteligentes demais o tempo todo pra serem reais. Mas se a gente ativar a suspensão da descrença e aceitar essa premissa, a série é um deleite.

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25

Jan

15

De volta outra vez

Mais de quatro meses sem postar. Definitivamente, as redes sociais drenaram a energia também desde blog. Mas como cheguei à web em 2000, bem antes do Facebook, do Twitter e do Instagram,  acho que vale insistir. Agradeço a fidelidade de meus 17 leitores.

A cobertura das eleições e toda a correria dos últimos meses de 2014 não justificam minha ausência, mas explicam um pouco. Preparar férias de frila não é mole. Muito trabalho pra limpar a pauta e conseguir três semanas livres – leia-se, não-remuneradas  - em dezembro.

Viajei com a Laura, o Miguel e o Bruno pro Peru. Maravilha! Na rota, Cusco e Machu Picchu – minha primeira aventura de mochileiro, aos 23 anos de idade – e Lima, que eu ainda não conhecia. Foi uma experiência fantástica e enriquecedora pra nós todos.

Descansei também da internet, exceto pras coisinhas práticas ligadas à aventura em si. Mas não parei de escrever. Levei um caderninho verde e fiz um diário de bordo, que em breve vai ser engrossado com outras anotações.

A ideia é dar dicas pra quem deseja fazer essa viagem de forma econômica e com crianças. Fontes de pesquisa, preparação da bagagem, documentos, softwares de apoio, roteiros sugeridos, leituras etc. Assim que o texto completo estiver pronto, vou publicá-lo aqui em partes. Sem pressa.

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06

Sep

14

Duke e a intolerância

charge_duke_2014-09-06

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04

Sep

14

Partidas: tio Alberto

Morreu ontem o tio Alberto, casado com tia Elcy, irmã de minha mãe. E com ele um pedaço da minha infância. Tio Alberto está presente nas minhas lembranças de menino como aquela figura confiável que ajudava a garantir a estabilidade do universo. Médico de origem portuguesa, viveu décadas com a esposa e o filho em um sobrado de dois pisos em Niterói, onde passei algumas férias. Homem de fala pausada, tinha um jeito doce, ponderado e avesso a conflitos. Essa característica de contemporizar às vezes lhe trouxe grandes dissabores, que enfrentava com estoicismo. Adorava ler, conversar de filosofia, ajudar quem precisava. Seu conhecimento de inglês me incentivou desde pequeno a aprender a língua. Passei belos momentos no sossego da sua biblioteca, cheia de tesouros. Nos últimos anos, enfrentou sérias dificuldades familiares, como o Alzheimer que levou sua companheira e outros problemas que não me cabe descrever. Falei com tio Alberto pela última vez em 2011, quando estive no Rio e trocamos dois telefonemas. O primeiro pra combinar um almoço, o segundo em que cancelei o encontro, pra não perder um avião. Eu devia ter mudado aquele voo, mas não tinha como adivinhar. Fica a lembrança de um homem digno, cuja grandeza de alma é proporcional ao modo discreto e simples com que viveu. RIP.

Aeroporto Guararapes, Recife

Eu bebê com meu pai, minha mãe, tia Filó e tio Alberto (dir.) no Aeroporto Guararapes, Recife, em março ou abril de 1966. Uma curiosidade: no dia 25 de julho, um atentado a bomba neste aeroporto matou duas pessoas e feriu 14. A bomba visava o marechal Costa e Silva, então candidato à Presidência. Foto do acervo de André Veras.

 

Tios_Alberto-Elcy_Recife1966

Tio Alberto, tia Elcy e eu em Recife, março ou abril de 1966. Foto do acervo de André Veras.

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15

Jul

14

Complexo industrial da saúde atrai investimentos para o Brasil

Reportagem que publiquei no Valor em 7 de abril.

O Brasil é um destino promissor para corporações que atuam com produtos e equipamentos de saúde. Com 13 mil empresas que faturam R$ 16 bilhões e crescem em média 10% ao ano, o país ocupa a sétima posição neste mercado, atrás apenas da China entre os países emergentes. Grandes grupos multinacionais têm realizado aquisições e implantado fábricas aqui para apoiar suas estratégias, o que abre oportunidades para fornecedores locais. O crescimento da demanda por bens e serviços de saúde se deve em parte à elevação da renda e à sua melhor distribuição. Outro motivo é o envelhecimento dos brasileiros. As doenças crônicas e degenerativas, que requerem mais equipamentos de diagnóstico e tratamento precoce, já correspondem a dois terços das enfermidades no país. (…)

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