Posts com a tag ‘poesia’

08

Jul

10

Um a dois

Um poema do amigo Delmar Gularte que catei no Facebook dele.

Das outras vezes gritei: que “Zidane”!
Agora diante de nova pane
Quando ninguém mais ataca, nem defende
Perguntar o que anão ofende
Serve só pra saber quem me responde
No meio de tanta conversa desconexa
Entre o quê, por que, como e onde
Diga lá, sem me enrolar: que porra é hexa?

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26

May

10

Crime e castigo, camarão e cuscuz

Ontem foi dia de boas aquisições livrescas. Comprei por impulso na banca de revista o clássico Crime e Castigo, de Dostoievski, por R$ 14,90. Mais barato que meio quilo de camarão graúdo. Ao pensar nisso, eu passava na frente duma peixaria. Parei e comprei camarão, que preparei com cuscuz pro jantar.

Ganhei da Laura Teoria da Viagem, de Michel Onfray (já escrevi aqui sobre outro livro desse filósofo francês), que o Fabrício Boppré tinha me indicado. E ela comprou pros meninos, num balaio de promoções da Livros & Livros, um de Manoel de Barros. Já temos o que fazer nos intervalos dos jogos da Copa.

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26

Mar

10

A vida dupla de Vinicius de Moraes

Recebi do Fernando Evangelista e compartilho.

Ganhei da Ju o livro Encontro/ Vinicius de Moraes, organizado pelo Sergio Cohn e pela Simone Campos. Foi publicado pela azougue editorial. Nunca tinha ouvido falar. O livro reúne entrevistas concedidas pelo Vinícius de 1967 a 1979. A primeira, de 1967, foi feita por Otto Lara Resende, Lúcio Rangel, Ricardo Cravo Albim e Alexy Viany. Olhem só a turma…

Lá pelas tantas, ele fala que durante o começo da juventude vivia entre duas turmas. Uma da praia, do esporte; e outra que era da literatura e da música.

E ele tinha vergonha de falar das coisas de uma para a outra.

“Eu levava sempre essa vida dupla. Com os amigos da praia, freqüentava os prostíbulos da Lapa, da rua Conde de Lage. Tudo isso, para a turma da literatura, era secreto. Mas também ocultava algumas coisas dos amigos da praia.

Um amigo desse grupo da praia, chamado Paulão, era um oligofrênico total, um sujeito fortíssimo. Nós fazíamos jiu-jitsu com o Hélio Gracie. Um dia, na volta do treino, ele ficou me olhando muito esquisito no ônibus. Era um olhar de raiva e desconfiança, uma coisa muito perturbadora. De repente, porque não tinha escolha mesmo, perguntei para ele: o que está acontecendo? Por que você está me olhando assim?

E ele respondeu: é que me contaram que você anda escrevendo poesia. É verdade? E eu respondi: euuuuuuuuuuu?”

abraços,

fernando

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18

May

09

Tchau, Mario Benedetti

Chau número tres

Te dejo con tu vida
tu trabajo
tu gente
con tus puestas de sol
y tus amaneceres.

Sembrando tu confianza
te dejo junto al mundo
derrotando imposibles
segura sin seguro.

Te dejo frente al mar
descifrándote sola
sin mi pregunta a ciegas
sin mi respuesta rota.

Te dejo sin mis dudas
pobres y malheridas
sin mis inmadureces
sin mi veteranía.

Pero tampoco creas
a pie juntillas todo
no creas nunca creas
este falso abandono.

Estaré donde menos
lo esperes
por ejemplo
en un árbol añoso
de oscuros cabeceos.

Estaré en un lejano
horizonte sin horas
en la huella del tacto
en tu sombra y mi sombra.

Estaré repartido
en cuatro o cinco pibes
de esos que vos mirás
y enseguida te siguen.

Y ojalá pueda estar
de tu sueño en la red
esperando tus ojos
y mirándote.

~
[peguei aqui]
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10

Mar

09

A excomunhão da vítima já virou até cordel

Recebi da Marli Henicka e passo adiante.

A VÍTIMA É QUE FOI EXCOMUNGADA!!

( Por Miguezim da Princesa * )

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

(*) Poeta popular, Miguezim de Princesa, é paraibano radicado em Brasília.

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12

Feb

09

Blog da vez: Falando russo

O blog da vez se chama Falando russo e é escrito pelo amigo virtual Fabrício Yuri Vitorino, que conheço há alguns anos via lista de e-mails Hostelling. Fabrício é jornalista, com pós-graduação em letras português-russo e morou um tempo em Moscou, cidade que visita com certa frequência. Seu blog aborda diversos temas ligados à cultura e ao cotidiano russo, sempre com observações argutas sobre os detalhes que importam. Os temas vão de poesia a literatura, televisão a música pop, turismo a comportamento, e muito mais. Vale a visita.

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15

Jan

09

Baía Sul

Nei Duclós publicou um belo poema em seu blog Outubro e o ilustrou com uma foto minha. Valeu!

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14

Jan

09

Máscara Âmbar

Meu amigo Joca Wolff, junto com Ricardo Corona, acaba de traduzir o livro de poesia do escritor argentino Arturo Carrera, Máscara Âmbar – sua primeira obra publicada no Brasil. O livro sai pela Lumme, tem ensaio crítico de Raul Antelo e pode ser encontrado na Livraria Cultura. Trecho da biografia do autor:

Arturo Carrera nasceu em Pringles, província de Buenos Aires (Argentina) em 1948 e é uma das vozes máximas da poesia hispano-americana atual. Sua obra possui mais de vinte livros de poesia, ensaio e tradução; entre eles: Escrito con un nictógrafo (1972); Momento de simetría (1973); Oro (1975); La partera canta (1982); Ciudad del colibrí (1982); Arturo y yo (1984); Mi padre (1985); Animaciones suspendidas (1986); Ticket para Edgardo Russo (1986); Children’s corner (1989); Negritos (1993); Nacen los otros (1993); La banda oscura de Alejandro (1994); El vespertillo de las parcas (1997); Palacio de los aplausos (com Osvaldo Lamborghini, 2002); Tratado de las sensaciones (2002); Carpe diem (2003), Potlatch (2004), El coco (2004), Noche y Día (2005) e La inocencia (2005). Cursou na Universidade de Buenos Aires estudos de medicina e letras e psicanálise com Oscar Masotta. Traduziu textos de Agamben, Haroldo de Campos, Pasolini, Mallarmé, Bonnefoy, Michaux, entre outros. Realizou leituras e leituras críticas de seus poemas nas Universidades de Nova York e Princeton (USA), no Centro de Estudos Leopardianos de Recanati e na Universidade de Macerata (Itália); em Trois Rivières (Canadá), e em Santiago e Valparaíso (Chile), em Santa Catarina e São Paulo (Brasil), no Paraguai e no México. Como professor de Literatura e Poética, trabalhou no Abroad Program das Universidades de Illinois e Carolina do Norte e na Fundação Antorchas. [...] Editou na Internet, sob os auspícios do ICI, uma antologia de 37 poetas argentinos de menos de 37 anos: Monstruos, publicada pelo Fondo de Cultura Económica.

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18

Nov

08

Menina e palhaço


Menina e palhaço, originally uploaded by dveras.

Amanda ajuda Leonardo a se transformar no Palhaço Borboleta.

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29

Sep

08

Poemas de Paulo Leminski

Dica quente do @inagaki: Poemas de Paulo Leminski. Aí vai um.

Por um lindésimo de segundo

tudo em mim
anda a mil
tudo assim
tudo por um fio
tudo feito
tudo estivesse no cio
tudo pisando macio
tudo psiu

tudo em minha volta
anda às tontas
como se as coisas
fossem todas
afinal de contas

[do livro Distraídos Venceremos]

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