Posts com a tag ‘ead’

09

Apr

12

Making-of: segurança no trabalho

Trabalhadores de uma obra da Koerich Construções e eu durante gravações de uma videoaula em Floripa. Foto de Jerry Bittencourt com uma GoPro, camerazinha com lente grande angular que tira fotos e grava imagens em Full HD. É bastante usada por praticantes de esportes de aventura. Nessa obra, amarramos a câmera num carrinho de mão e pegamos boas cenas de um operário transportando areia. A videoaula sobre a profissão de técnico em segurança no trabalho foi produzida pela Secretaria de Educação a Distância (SEaD) da UFSC para a Rede e-Tec, do Ministério da Educação.

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23

May

10

Pedagogia do parangolé

Dias 7 e 8 de junho, na PUC de São Paulo, o amigo Marco Silva, doutor em Educação pela UERJ, vai lançar três livros sobre Educação a Distância. O Sala de Aula Interativa completa dez anos na quinta edição, atualizada com posfácio e editada agora pela Loyola. Os outros dois são Educação Online e Ensino-aprendizagem e comunicação. Neste último, ele participa com um artigo sobre infoexclusão do professor e da educação.

Conheci o Marco quando morei no Rio de Janeiro entre 2000 e 2001. Como roteirista, ajudei-o a criar um curso a distância para a Universidade Anhembi-Morumbi, a partir do texto-base do Sala de Aula Interativa. Lembro dos ótimos debates que tivemos sobre o tema, a linguagem e os recursos para estimular os estudantes a distância. Marco é aquele tipo raro de pessoa com quem você tem prazer em trocar ideias. Mesmo quando há divergências, a gente tem ampla liberdade pra argumentar, examinar a situação por ângulos diversos, expor-se à possibilidade de convencer e ser convencido ou, quem sabe, encontrar caminhos que nem estavam na pauta. Um tiquinho teimoso, como eu também, mas aberto a reconhecer erros e considerar sugestões. Perfil maravilhoso para um companheiro de trabalho em EaD, uma atividade instrinsecamente coletiva, em que a capacidade de co-criar é fundamental.

Foi o início de boa parceria que prosseguiu por alguns anos e se transformou em amizade (tive a honra de acompanhar seu namoro com a baianíssima Méa, também pesquisadora de EaD, evoluir pra união que resultou numa filha linda). Voltamos a trabalhar juntos na adaptação desse primeiro livro para outro contexto. E em duas ocasiões, a convite dele, dividimos uma disciplina num curso de pós-graduação em design instrucional, no Senai de Lauro de Freitas, cidade vizinha a Salvador.

Marco aborda com conhecimento de causa e desenvoltura diversos temas ligados à teoria e prática da educação a distância. Sua obra é libertária (o que me encantou de cara), ao advogar o envolvimento de professores e estudantes em uma educação verdadeiramente interativa e dialógica, que rompa com a prática da transmissão. Tudo a ver com Paulo Freire, claro.

Um dos grandes inspiradores de Marco é o artista plástico Hélio Oiticica, em especial o parangolé (não confundir com a banda de axé da Bahia), obra subversiva em forma de capa, que só revela suas cores, dobras e texturas na plenitude quando alguém a veste e se move – de preferência, dançando. Metáfora perfeita pra um modo de educar que preconiza o incentivo à autoria e a apropriação da tecnologia pelos estudantes.

A chave da questão não está nos gadgets e widgets que sempre tem alguém tentando nos empurrar, mas nas pessoas. E na maneira como é possível usar essas ferramentas a nosso favor. Recomendo a “pedagogia do parangolé” a todos os professores, formais ou não – tanto os que ainda se sentem intimidados ou de “pé atrás” diante das novas tecnologias de comunicação, quanto os que já captaram suas ricas possibilidades e desejam ir além.

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17

May

10

“Não quero tutor”

Esta mensagem que Eric Calderoni publicou na ead-l, a lista de e-mail sobre educação a distância da Unicamp, bota lenha na fogueira de um assunto polêmico: a qualidade da tutoria dos cursos, um dos pontos mais vulneráveis da modalidade de ensino a distância. Tutores (ou monitores, ou assistentes de conteúdo em algumas instituições) em geral são mal remunerados, treinados de maneira superficial, têm pouco conhecimento sobre os temas abordados nos cursos e atendem um número excessivo de estudantes. Faz sentido a proposta de Eric, mas soa quase utópica neste país em que a profissão de professor é tão pouco valorizada. Em um modelo utilitarista de EaD, que trabalha em escala visando redução máxima de custos por aluno, a figura do tutor equivale à de “office-boy” no processo de ensino e aprendizagem. Isso não vai mudar simplesmente com a criação de um novo cargo no plano de carreira das universidades. Depende de uma mudança cultural mais radical.

Não quero lutar pelas condições de trabalho do tutor. Não tem que ter tutor. Não quero tutor. Quero eliminar a figura nefasta do tutor.

É um absurdo a pessoa aprender com um mediador. Não tem que ter mediador. É uma depravação, uma desqualificação do curso o aluno ser atendido por alguém que não é professor, ter um intermediário para falar com o professor.

Tutor não! é precarização do trabalho e desqualificação dos cursos. É o fim-da-picada.

Aluno tem que ser atendido por professor, por alguém que entende profundamente da matéria.

A Universidade não deve criar cargo de tutor, mas sim delegar a função a professor de carreira (professor assistente ou equivalente).

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