17

May

10

“Não quero tutor”

Esta mensagem que Eric Calderoni publicou na ead-l, a lista de e-mail sobre educação a distância da Unicamp, bota lenha na fogueira de um assunto polêmico: a qualidade da tutoria dos cursos, um dos pontos mais vulneráveis da modalidade de ensino a distância. Tutores (ou monitores, ou assistentes de conteúdo em algumas instituições) em geral são mal remunerados, treinados de maneira superficial, têm pouco conhecimento sobre os temas abordados nos cursos e atendem um número excessivo de estudantes. Faz sentido a proposta de Eric, mas soa quase utópica neste país em que a profissão de professor é tão pouco valorizada. Em um modelo utilitarista de EaD, que trabalha em escala visando redução máxima de custos por aluno, a figura do tutor equivale à de “office-boy” no processo de ensino e aprendizagem. Isso não vai mudar simplesmente com a criação de um novo cargo no plano de carreira das universidades. Depende de uma mudança cultural mais radical.

Não quero lutar pelas condições de trabalho do tutor. Não tem que ter tutor. Não quero tutor. Quero eliminar a figura nefasta do tutor.

É um absurdo a pessoa aprender com um mediador. Não tem que ter mediador. É uma depravação, uma desqualificação do curso o aluno ser atendido por alguém que não é professor, ter um intermediário para falar com o professor.

Tutor não! é precarização do trabalho e desqualificação dos cursos. É o fim-da-picada.

Aluno tem que ser atendido por professor, por alguém que entende profundamente da matéria.

A Universidade não deve criar cargo de tutor, mas sim delegar a função a professor de carreira (professor assistente ou equivalente).

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