13
Aug19
Don Draper, personagem memorável
Don Draper (Jon Hamm), o destruidor de corações das mulheres, que personagem bem construído e complexo! As pontes entre o passado misterioso e o presente dele explicam (sem entregar de uma só vez) sua dependência por sexo, a carência afetiva, o sentimento de culpa e inadequação, misturados com alcoolismo, senso de lealdade, genialidade e eloquência. Admirado, desejado e invejado, nunca ignorado. Nem bom nem mau, um humano com várias definições possíveis. “Frio como um peixe”, diz alguém num certo momento, referindo-se ao modo reservado que adota como couraça (sem spoilers, mas a resolução de seu drama e o fechamento da história, na sétima temporada, são brilhantes).
Como tema central, a evolução do mundo da publicidade entre os anos 1950 e 1970, com seus lances de brilhantismo, golpes baixos e manipulação da opinião pública, doses cavalares de cigarro e álcool, camaradagem e um prazer de trabalhar em equipe que me despertaram lembranças agridoces dos tempos de redação de jornal. Em paralelo, uma excelente reconstituição de época, pontuada por acontecimentos marcantes como a crise dos mísseis em Cuba, os assassinatos de Kennedy e Luther King e a chegada dos astronautas à lua.
Eu poderia passar uma noite inteira conversando sobre Mad Men num boteco, tamanha a impressão que me causou. No momento estou “órfão de séries”, com a sensação de tempo bem aproveitado.